Onix Plus perdeu 31 litros de volume no porta-malas (Divulgação/Chevrolet)
Medir o porta-malas é como colocar centenas de pequenas bagagens (Divulgação/Chevrolet)
O tamanho do porta-malas é para muita gente um índice essencial na compra de um carro, sobretudo se o uso será familiar. No entanto, às vezes um mesmo modelo pode ter diferentes capacidades.
E não se sinta enganado: dois números podem estar certos, cada um à sua maneira.
O principal motivo para a discrepância se dá pela forma como a fabricante mede o tamanho do porta-malas de seus veículos, já que há diferentes formas de fazer isso. Atualmente há dois conceitos mais comuns adotados pela indústria.
Blocos imaginários são usados na medição digital do porta-malas (Divulgação/Mercedes-Benz)
Normalmente o compartimento de carga dos veículos é medido colocando blocos padronizados dentro do porta-malas. Mas os dois métodos mais comuns se diferem exatamente neste ponto.
O conceito mais comum adotado pelas fabricantes europeias (e, por consequência, as brasileiras) é o VDA, sigla para União das Indústrias Automotivas.
Ele usa blocos com 1 litro de volume sempre com as mesmas medidas: 20 cm x 10 cm x 5 cm. Esse método foi posteriormente incorporado à norma ISO 3832, que inclui outros três tipos de blocos.
Já o padrão SAE J1100 é adotado pelas montadoras norte-americanas. A principal diferença é que seus blocos têm diferentes tipos de tamanho e volume, indo de 67 litros até 5,6 litros.
Há, inclusive, um bloco que simula o formato de uma bolsa para tacos de golf, alta e estreita.
Como o método SAE possui blocos de tamanhos diferentes, é possível preencher as diferentes reentrâncias dentro de um porta-malas de uma forma mais eficaz.
Esse é um dos motivos pelo qual um carro tem um porta-malas com volume maior do que usando o padrão VDA.
O método SAE usa diversos tipos de blocos para medir o porta-malas (Divulgação/Mercedes-Benz)
Antigamente a medição do porta-malas era feita, literalmente, colocando os blocos, geralmente feito de plástico, dentro do carro.
Além da natural demora desse procedimento, o desgaste dos blocos por conta do atrito exige que a fabricante reponha as peças frequentemente.
Esses motivos fizeram com que as fabricantes passassem a mensurar o porta-malas de maneira digital, usando programas de computador capazes de simular as melhores disposições de blocos dentro do compartimento.
Também é possível saber qual será o volume ainda na fase de desenvolvimento, abrindo caminho para que a empresa encontre as melhores soluções para obter o máximo de espaço no porta-malas.
Isso aconteceu, inclusive, com o Jeep Renegade, mas após seu lançamento. Para ampliar o acanhado porta-malas de 260 litros, a FCA alterou os revestimentos do compartimento para ganhar 16 litros extras.
O maior ganho, porém, veio com a adição de estepe temporário, que ampliou o volume do local para 320 litros.
O porta-malas do Renegade começou com 273 litros… (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Às vezes um mesmo carro pode capacidades diferentes de porta-malas dependendo da versão.
O Renault Duster, por exemplo, perde 75 litros nas versões 4×4 por conta do diferencial traseiro e suspensão independente, que ocupam mais espaço e deixam o porta-malas menor.
…e chegou a 320 litros com estepe mais fino e acabamentos diferentes (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O Honda HR-V Touring passa por um problema parecido por conta de seu motor 1.5 turbo. A marca optou por usar na versão um escapamento com dupla saída. Como o abafador do conjunto é maior, ele reduziu o porta-malas em 44 litros.
Até mesmo a simplicidade de uma versão pode ser vantagem nessa hora. O tampão de porta-malas flexível do Chevrolet Joy fez com que ele ficasse com um porta-malas cinco litros maior que o antigo Onix LT/LTZ, com cobertura rígida.
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