A icônica Ferrari 250 GTE viatura (Girardo e Co/Divulgação)
Apresentada como carro-madrinha das 24 Horas de Le Mans de 1960, a Ferrari 250 GTE 2+2 foi o primeiro carro de produção da marca italiana com quatro lugares.
Surgiu para atender à demanda da clientela que precisava viajar com conforto mas sem abrir mão do desempenho de um esportivo da época.
O modelo foi desenvolvido a partir do chassi da 250 GT de dois lugares, ganhando adequações para aumentar o espaço da cabine e com direito a um bom porta-malas.
O belo desenho da carroceria ficou a cargo do renomado estúdio Pininfarina.
Quem tinha dívidas com a lei e se via diante desta máquina já podia se considerar capturado (Girardo e Co/Divulgação)
O motor V12 de 3 litros, alimentado por três carburadores Weber, também vinha da GT. Os cerca de 240 cv de potência eram enviados às rodas traseiras por meio de um câmbio manual de quatro marchas.
A GTE 250 2+2 atingia números de desempenho expressivos para a década de 1960. Fazia de 0 a 100 km/h na casa dos 8 segundos e alcançava os 240 km/h de velocidade máxima.
250 GTE foi a primeira Ferrari 2+2 (Girardo e Co/Divulgação)
Bela e refinada, a primeira Ferrari com banco traseiro se tornou o modelo mais popular da marca e foi objeto de desejo das celebridades da época. O cantor norte-americano Frank Sinatra, por exemplo, foi dono de um exemplar.
Das 954 unidades fabricadas, estima-se que menos da metade tenha sido mantida com as características originais, uma vez que a 250 GTE 2+2 serviu de doadora de peças a modelos lançados posteriormente.
O motor V12 triplamente carburado (Girardo e Co/Divulgação)
E um desses exemplares conservados em estado original é o de chassi número 3999 (625ª unidade produzida), que serviu à polícia da capital italiana Roma entre 1962 e 68.
O carro era conduzido pelo agente Armando Spatafora em patrulhas noturnas pelas estradas da região.
Quem não ficaria motivado em combater o crime a bordo de uma máquina destas? (Girardo e Co/Divulgação)
Reza a lenda que era praticamente impossível fugir de uma perseguição, devido à habilidade de Spatafora ao volante da Ferrari. Escapar da dupla era uma façanha no submundo de Roma naqueles tempos.
Estofamento e revestimentos seguem impecáveis (Girardo e Co/Divulgação)
A Ferrari, chamada de Pantera Negra, foi aposentada em boas condições após seis anos de serviço – todas as manutenções eram feitas na fábrica, em Maranello.
Comandos do console central eram todos por chaves e puxadores (Girardo e Co/Divulgação)
O carro foi arrematado em um leilão estatal pelo colecionador italiano Alberto Cappelli, que o manteve bem conservado durante quatro décadas.
A Ferrari viatura cumprindo seu dever nos anos 60 (Girardo e Co/Divulgação)
Por se tratar de um carro de coleção, a Pantera Negra é o único carro particular na Itália que pode rodar caracterizado como viatura policial.
Fugir da 250 GTE era praticamente impossível (Gerardo e Co/Divulgação)
Desde 2015, a Ferrari pertence a outro colecionador italiano, que a exibe em eventos de veículos clássicos pela Europa. Mas o proprietário decidiu que está na hora de encontrar um novo dono para o carro.
A venda da Ferrari está sendo conduzida pela loja de veículos antigos Girardo e Co., com sedes na Inglaterra e Itália.
A bordo desta Ferrari, o agente Armando Spatafora fez fama (Gerardo e Co/Divulgação)
Um representante da empresa disse à reportagem de QUATRO RODAS que o preço do modelo é confidencial “devido ao histórico e procedência”. A Ferrari rodou apenas 34.000 km nos últimos 58 anos.
Para efeito de comparação, a unidade de chassi 3985 foi vendida há três anos pela casa de leilões RM Sotheby’s por 460.000 euros, o equivalente a R$ 2,8 milhões em conversão direta na cotação atual.
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