A reestilização foi tão sutil que é difícil notar os novos faróis e o para-choque redesenhado (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Até quem não gosta de carros sabe identificar um Mercedes-Benz. Essa fama mundial se deve em grande parte ao Classe S. A nomenclatura adotada desde 1972 (quando o W116 chegou às ruas) vem do alemão “Sonderklasse”, ou “classe especial”, em português. Esse nome nunca fez tanto sentido quanto em sua sexta geração, cuja reestilização estreia no Brasil neste mês. Com 5,26 metros, o Classe S reúne o que há de melhor na Mercedes-Benz (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Não perca tempo procurando-as do lado de fora. Se antes o Classe S ditava as referências de estilo da linha Mercedes, agora falta personalidade ao sedã. As alterações visuais são tão sutis que apenas um especialista na marca poderá identificá-las rapidamente. Os faróis ganharam três fileiras de led com intensidade variável, e a clássica grade frontal foi redesenhada, assim como os para-choques. Retoques ainda mais leves foram feitos na traseira, embora as lanternas ainda lembrem (e muito) o estilo adotado no Classe C. Faróis preservaram o formato do modelo anterior, mas ganharam fileiras de leds (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Desenho das lanternas lembra muito as do Classe C (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Abro a porta e me deparo com duas enormes telas de 12,3 polegadas cada, uma atrás do volante, outra no centro. Por meio delas é possível visualizar as informações do computador de bordo, escolher entre os quatro modos de condução e selecionar a temperatura do ar-condicionado em qualquer uma das quatro zonas da cabine. São 64 cores de iluminação interna, inclusive algumas de gosto duvidoso (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Tela de 12,3 polegadas substitui o painel analógico convencional (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Usuário pode personalizar disposição dos mostradores e as informações exibidas na tela (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Lembra da antiga alavanca do piloto automático posicionada abaixo da chave de seta? Finalmente ela foi substituída por um grupo de botões posicionados do lado esquerdo do volante. Se era hora de mudar, então a Mercedes poderia ter investido em comandos mais práticos para a central multimídia – ou uma simples tela sensível ao toque. Navegar pelos menus demanda tempo e habilidade para se acostumar tanto ao botão giratório quanto ao touchpad. Nada de alavanca: agora o piloto automático (adaptativo) é ativado por botões no volante (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Vários botões e alavancas são compartilhados com os modelos inferiores da linha, um pecado para um carro da estirpe do Classe S. Já o painel combina detalhes tradicionais, como os apliques em madeira e o clássico relógio analógico da suíça IWC, com toques de ousadia (leia-se extravagância) incomuns para o mais clássico dos Mercedes-Benz. Interior tem predominância de materiais nobres, como madeira, alumínio e couro (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) É o caso do filete de led percorrendo toda a extensão do painel e das portas, cuja cor da iluminação pode ser alterada ao toque de um botão. Ninguém na montadora admite, mas detalhes como esse foram criados pensando em clientes de mercados altamente rentáveis para a marca, como o Oriente Médio e sobretudo a China – onde o modelo responde por incríveis 33% das vendas locais. Sistema de som tem 1.520 Watts de potência e alto-falantes por toda a cabine (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Goste ou não, a ambientação interna faz parte de um sistema de relaxamento a bordo chamado pela marca de Energizing. São seis programas que sincronizam os sistemas de climatização (que exalam fragrâncias especiais), som e massageadores dos bancos dianteiros por dez minutos. Quem viaja atrás tem poltronas reclináveis e acesso aos principais comandos (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) O Classe S pode não desfrutar do mesmo charme de antes, mas ainda é o modelo mais tecnológico da gama. Essa geração dá um importante passo rumo ao futuro da condução autônoma trazendo novos sistemas. Se equipado com o pacote opcional Driving Assistance, o Classe S aproveita as informações do GPS para estudar o percurso e evitar surpresas. O sedã reduz a velocidade para contornar uma curva fechada e volta a acelerar para retomar a velocidade programada. Curiosamente, a condução semiautônoma segue o modo de condução selecionado. Escolha o modo Comfort e o Classe S andará tranquilamente. Se mudar para o modo Sport, o carro freia mais tarde e acelera de forma mais vigorosa. Banco traseiro tem refrigerador entre os assentos e sistema de entretenimento atrás dos bancos dianteiros (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Bancos individuais possuem comandos elétricos e massageador (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Precisa mudar de faixa? Basta acionar a seta para o veículo se encarregar do resto. Caso haja um automóvel se aproximando em um cruzamento, as câmeras e sensores do Classe S calculam a velocidade do outro carro, desacelerando ou freando o sedã para evitar a colisão. Na hora de estacionar, o motorista não precisa frear nem selecionar as marchas necessárias para completar a manobra. Aliás, dá até para ficar do lado de fora do veículo, já que tudo pode ser controlado por um aplicativo de smartphone. E, caso o motorista permaneça muito tempo sem colocar as mãos no volante, o sistema interpreta a falta de interação como uma situação de emergência. Assim, o veículo para de forma gradual, destrava as portas, aciona o pisca-alerta e faz uma ligação para o serviço de resgate. Rodas de liga leve de 18 polegadas são bonitas de ver (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Das dez versões disponíveis na Europa, apenas três serão importadas para o mercado brasileiro: a inédita S 560 e as AMG S 63 e S 65. Ambas possuem entre-eixos alongado e um motor 4.0 V8 biturbo, preparado para render 475 cv no S 560 e 620 cv no caso da AMG S 63. Na AMG S 65, o motor 6.0 V12 entrega 630 cv. Motor 4.0 V8 biturbo rende 475 cv na versão S 560 (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Quem estiver atrás do volante não se decepcionará com o rodar extremamente suave do S. Praticamente não se ouve o som dos oito cilindros trabalhando nas acelerações, tanto pelo ótimo isolamento acústico quanto pelo rodar silencioso. A história só muda se o motorista selecionar um dos modos esportivos. Aí o silêncio é irrompido por um ronco mais grave, principalmente no modo Sport+. As respostas, porém, são sempre imediatas, independente de qual seja o modo selecionado. Piloto automático se ajusta à velocidade do carro à frente a até 210 km/h (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Ágil para um carro de 5,26 metros de comprimento, o sedã transmite uma grande sensação de segurança nas curvas, sobretudo pela atuação do sistema que inclina a suspensão em 2,65 graus para o lado interno da curva. A intenção é amenizar a rolagem da carroceria. Versão preparada pela AMG tem para-choques exclusivos (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Motor da versão S 63 AMG é V8 biturbo como no S 560, mas com 612 cv (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Marca também oferece a versão S 65 L, com 630 cv (Dieter Rebmann/Mercedes-Benz) Diante de tantas novidades, só uma coisa nunca mudou nas seis gerações do Classe S: a exclusividade. O sedã é caro até para os padrões europeus, onde o modelo começa em 88.476 euros e pode passar dos 200.000 euros na ultraluxuosa versão Maybach S 650. A Mercedes-Benz oferece três versões do sedã no Brasil, todas com entre-eixos alongado: a S 560 L sai por R$ 769.900, a AMG S 63 L V8 custa R$ 974.900 e a AMG S 65 L V12 é oferecida pela bagatela de R$ 1.166.900. Sorte de quem pode ter um. Mercedes-Benz S 560 Preço: R$ 769.900 Motor: gas., diant., longit., V8, 3.982 cm3, 32V, 83,0 x 92,0 mm, 10,5:1, 475 cv a 5.250 rpm, 71,4 mkgf a 2.000 rpm Câmbio: aut., 9 marchas, tração integral Suspensão: ind. multilink (diant.e tras.) Freios: discos ventilados(diant. e tras.) Direção: elétrica Rodas e pneus: 245/50 R18 Dimensões: comp., 525,5 cm; largura, 189,9 cm; altura, 149,4 cm; entre-eixos, 316,5 cm; peso, 2.070 kg; tanque, 80 l; porta-malas, 530 l Desempenho: 0 a 100 km/h em 4,7 s, vel. máx., 250 km/h Veredicto Requinte e exclusividade são as palavras de ordem do S, um carro que (quase) anda sozinho.
Fonte:
Quatro Rodas
Ficha técnica
Mercedes-Benz Classe S, conforto de primeira classe
Mais Novidades
Mini elétrico é lançado no Salão de Frankfurt e será vendido no Brasil
A Mini lançou nesta terça-feira (10) no Salão de Frankfurt, na Alemanha, a versão elétrica do Cooper, seu modelo mais emblemático. A produção na Inglaterra começa no novembro. Procurada, a Mini afirmou que há estudos para vender o modelo no Brasil em 2021. No entanto, o G1 apurou que o lançamento está confirmado ainda para o final do ano que vem. Batizado de SE, o Mini elétrico tem motor de 32,6 kWh, com bateria de íons de lítio subdividida em 12 módulos. São 187...
Leia mais
Novo Land Rover Defender parece um jipe raiz, mas tem boa dose de Nutella
O visual é de carro conceito, mas esse é o Defender de produção com alguns acessórios (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Depois de 70 anos, o Land Rover Defender enfim tem uma nova geração. Desta vez não há rebites ou pontos de solda à mostra, mas toda a carroceria (agora monobloco, três vezes mais rígida) é feita de alumínio. Esse é apenas um dos sinais de evolução do jipe inglês. Do antigo modelo restou apenas o formato da carroceria, que está disponível nas versões 90...
Leia mais
Novo Audi RS 7 acelera como um GT, mas com conforto de sedã executivo
Audi R7 Sportback cresceu, mas não deixa a desejar em potência (Divulgação/Audi)O salão de Frankfurt foi o cenário escolhido pela Audi para revelar a nova geração do RS 7 Sportback. Atendendo a pedidos dos clientes, a marca alemã decidiu deixar o esportivo mais confortável.Agora maior, com pouco mais de 5 metros de comprimento e 1,95 m de largura, o novo RS 7 só divide com o A7 convencional teto, capô, portas dianteiras e tampa do porta-malas.Mesmo assim, as rodonas de 21 polegadas...
Leia mais
Acredite se quiser: VW terá outro SUV nacional abaixo de T-Cross e T-Sport
Projeção do possível SUV (ainda mais) compacto da Volkswagen (Du Oliveira/Quatro Rodas)A investida da Volkswagen no mercado de SUVs ainda não terminou no Brasil.Depois de lançar o médio Tiguan Allspace e o compacto T-Cross, de confirmar um SUV cupê compacto – cujo nome deve ser T-Sport; confira nossa projeção do modelo – e de acenar para a chegada do compacto-médio Tarek (que será produzido na Argentina em 2021, mas pode chegar antes via México), a fabricante alemã terá um...
Leia mais
Volkswagen do Brasil desenvolve 3 modelos que serão globais e chegam nos próximos 3 anos
A Volkswagen desenvolve no Brasil 3 modelos que serão globais. Além do recém-anunciado "mini SUV" do Polo e da picape cujo conceito esteve no Salão de São Paulo, no ano passado, a montadora projeta outro SUV. Eles serão lançados nos próximos 3 anos. Alguns detalhes foram revelados nesta terça-feira (10), no Salão de Frankfurt, pelo presidente da empresa na América Latina, Pablo Di Si. ACOMPANHE A COBERTURA DE FRANKFURT Primeiro chega o "mini SUV", tem silhueta cupê,...
Leia mais
Land Rover Defender é revelado em Frankfurt e chega ao Brasil em 2020
Em tempos de saída do Reino Unido da União Europeia, um inglês roubou a cena no Salão de Frankfurt. A Land Rover apresentou no evento a nova geração do Defender, maior ícone da marca. O modelo já foi confirmado para chegar ao Brasil no próximo ano. O novo Defender será oferecido em 5 versões diferentes (S, SE, HSE, First Edition e X), com carrocerias 90 e 110. A primeira pode levar até 6 ocupantes, enquanto a segunda tem três opções de ocupação: 4, 5 ou 7 lugares. ...
Leia mais