Novidades

20 SET
Fórum Direções: como criar uma alma digital

Fórum Direções: como criar uma alma digital

As empresas precisam se reinventar e construir uma alma digital

As empresas precisam se repensar e construir uma alma digital (Bio Foto/Quatro Rodas)

Em um mundo cada vez mais conectado e tomado pela tecnologia, as empresas precisam se reinventar. No entanto, engana-se quem pensa em uma reinvenção nas ferramentas utilizadas por elas. Com a criação de uma alma digital, as organizações precisam adotar novos formatos de trabalho e gestão com grande influência sobre as pessoas que nela trabalham.

O conceito de alma digital foi tema da primeira palestra do Fórum Direções 2017, apresentada pelo presidente do Grupo Abril, Walter Longo, e do primeiro painel de debates do dia, que contou com a participação de Alexandre Baulé, CIO da Embraer, Laércio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil, e de Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil.

Para introduzir o assunto, Walter Longo comparou o conceito de alma digital com o de armas digitais para o setor automobilístico.

De acordo com o presidente do Grupo Abril, os produtos e suas tecnologias embarcadas apresentaram grandes evoluções nas últimas décadas. “Mas as premissas que direcionam essa indústria ainda permanecem as mesmas”, ou seja, “enquanto os produtos evoluem, os paradigmas de gestão ainda resistem às mudanças”, completou.

Acrescentando ainda sobre a dificuldade das empresas de gerirem suas novas formas de negócios, Longo apontou que “a revolução não acontece quando a sociedade adota novas ferramentas, e sim quando ela adota novos comportamentos”.

O executivo enfatizou que a alma digital de uma empresa não está nos números ou nas máquinas, mas nas pessoas que a faz girar através da mudança de hábitos profissionais e de sua gestão. Em uma metáfora, definiu a alma digital como sendo “mais uma questão de ótica, do que de fibra ótica”.

Para fechar sua participação, Walter Longo exaltou a importância da liderança feminina nas organizações de almas digitais. Para ele, o espírito de colaboração, o senso de comunidade, a sociabilidade e a aptidão ao diálogo das mulheres vão de encontro com o que a indústria precisa na era digital. “Os homens são analógicos, as mulheres são digitais”, definiu.

A ALMA DIGITAL VEM DE CIMA

Alexandre Baulé, CIO da Embaer, foi enfático ao apontar que a decisão pela entrada de uma empresa na era digital sempre vem de cima. Ou seja, é necessário que a estratégia seja traçada pela alta administração da organização, para que um trabalho sólido seja feito antes de chegar às mãos de quem o executará.

Alexandre Baulé, CIO da Embaer, defendeu que a decisão pela entrada de uma empresa na era digital sempre vem de cima

Alexandre Baulé, CIO da Embaer, defendeu que a decisão pela entrada de uma empresa na era digital sempre vem de cima (Bio Foto/Quatro Rodas)

Em um paralelo com a indústria automobilística, ainda atrasada em relação a aeronáutica na transformação digital, Baulé dá algumas dicas. “A primeira lição que nós aprendemos é que é uma questão de decisão (…) cabe à liderança entender e articular o potencial da tecnologia para alcançar os objetivos empresariais”, disse.

“A capacidade de adaptação e aceitação é fundamental. Aí as coisas entram num ciclo virtuoso, os talentos digitais gostam de ir para essa empresa, realimentam, formam novas lideranças, e a empresa vai sendo cada vez mais capaz de aproveitar o que tem de bom na tecnologia para alcançar seus objetivos”, completou.

Para a aviação, Baulé discorreu sobre a produção colaborativa exercida na Embraer, onde a empresa projeta novas aeronaves em conjunto com o cliente e pensando nos passageiros e na máxima de que tudo deve ter uma solução ? há, no entanto, absoluta intolerância a erros.

Já Laércio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil, expôs sobre a importância de uma alma digital que não se reflita apenas para o consumidor, mas que também possa ser usufruída pelas empresas em sua produção.

Para ele, um dos pontos altos da inovação é tornar a interação de uma empresa mais ágil pela conexão entre seus colaboradores, mesmo que eles estejam em locais totalmente diferentes. Ele aponta, porém, que as pessoas devem estar em primeiro lugar.

Laércio Albuquerque, presidente da Cisco comentou sobre a importância de uma alma digital que não se reflita apenas para o consumidor

Laércio Albuquerque, presidente da Cisco comentou sobre a importância de uma alma digital que não se reflita apenas para o consumidor (Divulgação/Quatro Rodas)

“Inovação já é um conceito complexo por natureza, porém, você conseguir juntas cabeças de diferentes raças, regiões, formações, é a mágica da inovação. É você conseguir construir internamente canais abertos que mantenham essas pessoas completamente diferentes e de lugares diferentes sempre conectadas.

Essa agilidade é tão necessária dentro de casa, como você colocar a agilidade digital na mão do consumidor. (…) Você ter um engenheiro na China, um analista de perfil de consumidor na Dinamarca e um gerente comercial de peças de reposição aqui no Brasil, juntos como se estivessem em um ambiente único, discutindo a solução de uma embalagem, é a mágica da inovação”, disse Laércio, completando ainda com a necessidade de uma transformação na gestão.

A mudança tem de ser natural pela facilidade e adesão das novas tecnologias, não sendo forçada. Apesar disso, essa evolução tem de ser comunicada da forma mais clara e rápida possível.

Uma das principais mudanças culturais relacionadas a alma digital, que vem se tornando cada vez mais natural, é justamente a das pessoas conectadas ? uma reunião de conselho, por exemplo, é automaticamente realizada por algum meio de conexão, seja videoconferência, áudio ou por escrita.

Mais do que a facilidade de comunicação, as novas práticas permitem ainda que as organizações diminuam seus custos com salas dedicadas e, respectivamente, serviços de água, luz e transporte.

Laércio falou ainda sobre a atração do consumidor pelos benefícios digitais dos automóveis, atualmente um dos fatores decisivos na hora da compra. Para ele, a infidelidade do cliente está intimamente ligada à tecnologia que a concorrência pode oferecer.

Completando o debate, Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil, disse que “uma empresa só se torna digital quando ela entende que o mundo físico e o mundo virtual se integraram”.

Ou seja, para ele, a tecnologia não está presente apenas como um “penduricalho” que carregamos para todos os lugares, mas já existe como algo que faz parte de nós como humanos.

Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil, acredita que uma empresa só se torna digital quando ela entende que o mundo físico e o mundo virtual se integraram

Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil, acredita que uma empresa só se torna digital quando ela entende que o mundo físico e o mundo virtual se integrarem (Bio Foto/Quatro Rodas)

“Hoje, o grande fator de mudança, onde eu encontro maior dificuldade, é o fator humano”, disse Ruiz, que apontou sobre uma maior tolerância para erros pelo aprendizado que eles podem gerar.

Para ele, porém, o maior desafio é como transmitir essa nova mentalidade de “vá rápido, erre rápido, aprenda rápido, porque a gente vai conseguir acertar num prazo que seria muito menor do que antigamente”.

No setor automobilístico, Maurício define o automóvel como uma plataforma, não mais como o produto final, onde serviços são adicionados e atualizados.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

27 ABR
VW tentará embalar Nivus com venda digital e concessionárias higienizadas

VW tentará embalar Nivus com venda digital e concessionárias higienizadas

– (Renato Aspromonte/Quatro Rodas)A paralisação das atividades da indústria automobilística em razão da pandemia do coronavírus vem surtindo efeitos negativos no setor em todo o mundo.Segundo Pablo Di Si, presidente da Volkswagen do Brasil e América Latina, para atravessarem a crise, as montadoras que operam no país gastarão, nos próximos quatro meses, cerca de R$ 40 bilhões – valor equivalente a quatro anos de investimento.Além de alterar a programação de lançamentos e... Leia mais
27 ABR
Teste: Chevrolet Onix turbo é bem mais divertido com câmbio manual

Teste: Chevrolet Onix turbo é bem mais divertido com câmbio manual

Versão LTZ tem faróis com canhão halógeno monoparábola. Luzes de neblina vêm como acessório (Fernando Pires/Quatro Rodas)A agilidade é um dos principais trunfos do novo Chevrolet Onix hatch.Mas, na versão LTZ com câmbio manual, a união do motor 1.0 turbo com injeção indireta e a caixa de seis marchas mais sua carroceria leve – menos de 1.100 kg – torna a receita um pouco mais divertida.Uma opção instigante para quem gosta de esportividade e de ter mais “intimidade” com... Leia mais
27 ABR

Treze dicas para reconhecer um carro usado batido ou vítima de enchente

Comprar um usado é sempre um drama e uma das maiores preocupações é saber se ele é sinistrado. Ou seja, ter a certeza de que o veículo não sofreu uma batida mais forte ou mesmo se passou por uma enchente. Dependendo da intensidade da colisão, o carro pode até ser consertado. Mas, se afeta partes da estrutura do veículo, dificilmente manterá sua dirigibilidade, estabilidade e consumo. Porém, é possível verificar se o carro tem um passado de sinistro se você ficar atento a dicas... Leia mais
26 ABR
Velho Mercedes 190 vira monstro com motor V12 que mal cabia no cofre

Velho Mercedes 190 vira monstro com motor V12 que mal cabia no cofre

– (Johan Muter/Internet)Qual entusiasta nunca pensou em trocar o motor do seu carro por outro mais potente? Com essa ideia em mente, um holandês decidiu equipar o seu antigo Mercedes-Benz 190 com o enorme V12 do luxuoso sedã Classe S.“Meu plano era fabricar o menor carro dos anos 80 e 90 com o maior motor da época. Para mim, esse V12 é o melhor motor da história da Mercedes-Benz, uma obra de arte”, explica Johan Muter, dono da oficina de preparação JM Speedshop.Em meados de 2016,... Leia mais
25 ABR
VW Tarek: SUV que chega no fim do ano será um Jetta mais alto e largo

VW Tarek: SUV que chega no fim do ano será um Jetta mais alto e largo

Assim será o visual do VW Tarek na América Latina (José Iván/Reprodução)O presidente da Volkswagen para América Latina e Caribe, Pablo di Si, confirmou esta semana em videoconferência com jornalistas que o projeto Tarek, SUV compacto-médio criado para brigar diretamente com o Jeep Compass, não será afetado pela pandemia do coronavírus e terá lançamento no Brasil ainda este ano.A produção já está confirmada para a fábrica argentina de General Pacheco, que recebeu um... Leia mais
25 ABR
Por que certas versões de um carro desvalorizam menos que outras?

Por que certas versões de um carro desvalorizam menos que outras?

Desvalorização chega a ser dez vezes maior em determinadas versões do mesmo carro (João Mantovani/Quatro Rodas)Analisando a tabela de preços de QUATRO RODAS elaborada mensalmente em conjunto com a KBB Brasil, podemos verificar que versões do mesmo carro muitas vezes têm taxas de desvalorização discrepantes.Um Volkswagen Polo 1.6 MSI, por exemplo, tem desvalorização de 8,95%. Já a taxa para um Polo Highline 200 TSI é de 2,78%.Para entender por que essa situação ocorre, QUATRO... Leia mais