Parece um Corolla como outro qualquer, mas este tem motor 1.8 (Fernando Pires/Quatro Rodas) O Toyota Corolla é um fenômeno. Registrou média mensal de 4.850 unidades emplacadas no primeiro semestre, ficando com a sétima posição entre os carros mais vendidos do Brasil. Isso, com preços que variam entre R$ 91.990 e R$ 116.990. Ou seja: o Corolla custa o dobro de um Etios Sedan, mas vende o dobro do irmão menor. Para entender o por quê de tanto sucesso, escalamos a versão GLi Upper, a mais acessível para o público. Explica-se: existe ainda o Corolla GLi, de R$ 69.990, destinado a frotistas e vendas com isenção de impostos para pessoas com deficiência (saiba mais aqui) por aproximadamente R$ 54.655. Há uma lógica na escolha: por ter menos equipamentos, o Corolla GLI Upper deixaria os predicados do sedã mais evidentes, certo? As rodas de liga leve aro 16? são as mesmas usadas nas versões mais caras até a linha 2017 (Fernando Pires/Quatro Rodas) Pode ser. Mas o Upper tem bons atributos. Sai da fábrica de Indaiatuba (SP) com ar-condicionado manual, direção eletrohidráulica, rodas de 16 pol, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, sistema de som com USB e Bluetooth, vidros e retrovisores elétricos, volante multifuncional e bancos de couro. A partir da linha 2018, passou a contar com controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas e 7 airbags. Além disso, os faróis têm luz de posição de LED, mas não há faróis de neblina. Para custar R$ 22.000 a menos, o outro GLi abre mão de alguns equipamentos. Troca as rodas de liga leve pelas de aço com calotas, perde o couro nos bancos, banco traseiro bipartido, sistema de som, volante multifuncional e a tomada USB. Mas isso não justifica a redução de preço – a Toyota possivelmente corta um naco de sua margem de lucro mesmo.
Interior tem aspecto triste, com volante simples e rádio pouco intuitivo (Fernando Pires/Quatro Rodas) Na verdade, é o GLi Upper quem não consegue justificar um valor tão mais caro entregando tão pouco em troca. Falta refinamento para um carro de quase R$ 92 mil. Embora tente convencer do contrário com a superfície do painel e os paineis de porta dianteiros emborrachados e o ambiente interno com detalhes e bancos em tom claro de cinza, o Corolla Upper empolga tão pouco quanto um sedã compacto premium. Bem, um Chevrolet Cobalt ou Honda City têm preço ao redor dos R$ 70 mil pedidos no GLi. Basta olhar mais atentamente para ver que o Corolla Upper não tem qualquer detalhe cromado nas saídas de ar, não tem espelho no parassol do motorista e que seu volante multifunção só tem comandos de um lado. Como o GLi tem quadro de instrumentos mais simples, com computador de bordo menos sofisticado que o das versões mais caras, é necessário apenas um botão para mudar as informações exibidas para o motorista.
Quadro de instrumentos é mais simples, com telinha de LCD para o computador de bordo (Fernando Pires/Quatro Rodas) O rádio, com leitor de CD, USB e Bluetooth também é simples. E ainda bem que a Toyota manteve os comandos do som no volante, porque os botões do próprio rádio não são nada intuitivos. Além disso, é quase impossível ler o que aparece em sua tela sob a luz do dia. Nos compactos premium encontra-se central multimídia ou um rádio mais digno. Mas há contrapartidas. Uma delas é o espaço interno, bom tanto para os ocupantes dos bancos da frente como para os que sentam-se atrás. E ainda sobra excelentes 470 litros de capacidade no porta-malas. O comportamento dinâmico também é irretocável. A Toyota deixou a suspensão de seu sedã favorito mais firme na linha 2018, o que diminuiu a rolagem da carroceria em curvas e trechos sinuosos. Com volante e pedais também bem calibrados, este é o primeiro Corolla nacional que pode ser indicado para quem gosta de dirigir. Não tem distribuição de peso 50/50 como o Corolla AE86 da década de 80 (aquele usado por Takumi Fujiwara em Initial D (https://pt.wikipedia.org/wiki/Initial_D), mas é bom. Apenas os Corolla GLi mantém o motor 1.8 16V, que foi o principal motor do modelo de 1992, quando começou a ser importado para o Brasil, até 2010, quando o 2.0 16V roubou a cena por puro marketing. A cultura do motor grande ainda existe no Brasil, mesmo em tempos de turbo e injeção direta. Mesmo em segundo plano há sete anos, o motor 1.8 ainda tem bastante fôlego. São 144/139 cv a 6.000 rpm e torque máximo de 18,6 mkgf/17,7 mkgf a 4.800 rpm, bons números para um motor deste deslocamento. Um dos principais predicados do Corolla é o espaço interno (Fernando Pires/Quatro Rodas) O Corolla 1.8 é ágil e embala com vigor. E olha que o câmbio é CVT, o mesmo com simulação de sete marchas usado com o motor 2.0, mas sem modo “Sport”. Nem precisa dele… Na pista de testes o 1.8 confirmou o que já se esperava: chega aos 100 km/h mais rápido que o 2.0! O motor 2.0 gera 154 cv/143 cv a 5.800 rpm e torque máximo de 20,7 mkgf/19,4 mkgf a 4.000 rpm. É o torque maior que joga a seu favor nas retomadas, sensivelmente mais rápidas. Mas a vantagem sobre o 1.8 é tão pequena quanto a diferença de consumo dos dois motores. Podemos falar em empate técnico. Ou seja: o Corolla é um bom sedã que não precisa de motor 2.0. Apesar das qualidades técnicas, o Corolla 1.8 GLi Upper não tem equipamentos que justifiquem os R$ 91.990 pedidos. Comprar uma versão com motor 2.0 é inevitável. A versão seguinte, XEi 2.0 CVT, soma tudo aquilo que se espera de um sedã médio: ar-condicionado digital (uma zona), partida por botão, retrovisor interno fotocrômico, controle de velocidade de cruzeiro, faróis de neblina dianteiros, sensor crespuscular, computador de bordo com tela TFT colorida, sistema multimídia com tela de 7 polegadas, DVD, GPS, TV digital e câmera de ré. Mas custa R$ 103.990. Mesmo assim, responde por metade das vendas do Corolla. O GLi Upper responde por 20%, por exemplo.
Fonte:
Quatro Rodas
Menos é mais
Corolla XEi 2.0 CVT
Corolla GLi 1.8 CVT
Aceleração de 0 a 100 km/h
10,6 s
10,3 s
Aceleração de 0 a 1.000 m
31,9 s – 166,5 km/h
31,6 s – 167,4 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h (em D)
4,29 s
4,44 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em D)
5,66 s
5,75 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em D)
7,3 s
7,4 s
Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h a 0
16,8 / 28,9 / 66,9 m
17 / 28,8 / 66,6 m
Consumo urbano
10,9 km/l
11,1 km/l
Consumo rodoviário
14,6 km
14,7 km/l
Ruído interno (neutro / RPM máximo)
34,7 / 74 dBA
34,6 / 75,8 dBA
Rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha
1.900 rpm
2.000 rpm
Volante
3,3 voltas
3,3 voltas
Teste: os altos e baixos do Toyota Corolla GLi Upper 1.8
Mais Novidades
Volvo XC40 Recharge: o SUV elétrico com 408 cv que virá ao Brasil em 2021
Dianteira do carro elétrico não tem a grade, presente no modelo a combustão (Divulgação/Volvo)O Volvo XC40, segundo carro mais vendido da marca no Brasil, finalmente teve a versão elétrica, batizada de Recharge – “recarregar”, em inglês –, apresentada nos EUA.E, conforme já foi adiantado por QUATRO RODAS, o modelo será vendido no Brasil e deve desembarcar por aqui em 2021. Entretanto, o preço para nosso mercado não está definido.O modelo é o pontapé inicial do...
Leia mais
BMW mais vendido no Brasil, X1 ganha tapa no visual a quase R$ 200.000
A grade dianteira segue a identidade visual dos lançamentos da marca. (Divulgação/BMW)A BMW anunciou que a linha 2020 do X1 começará a ser vendida na próxima segunda-feira (21).SUV premium e também carro da marca alemã mais vendido no Brasil, o modelo segue com as três versões de acabamento: sDrive 20i GP, sDrive 20i XLine e xDrive 25i Sport.QUATRO RODAS já conheceu e experimentou as novidades do X1 em sua apresentação mundial, em Munique, na Alemanha. Produzido no Brasil, o novo...
Leia mais
BMW revela o Série 2 Gran Coupé, o 'cupê de quatro portas' do Série 1
A BMW apresentou o inédito Série 2 Gran Coupé que, na prática, não passa de uma versão sedã da nova geração do Série 1. O modelo estreia na Alemanha em 2020 e pode chegar ao Brasil para brigar com Audi A3 Sedan e os Mercedes-Benz CLA e Classe A Sedan. As dimensões do modelo são semelhantes às do Mercedes CLA, recém-lançado no Brasil. São 4,5 metros de comprimento, 1,8 m de largura e 1,42 m de altura — o porta-malas tem 430 litros. No CLA as medidas são de 4,69...
Leia mais
Toyota revela minicarro elétrico menor que moto e capaz de levar 2 pessoas
A Toyota revelou nesta quinta-feira (17) o inédito Ultra-compact BEV, que será uma das atrações da montadora no Salão de Tóquio, a partir de 23 de outubro, no Japão. Com o tamanho menor que o de algumas motos, o minicarro começará a ser vendido no mercado japonês em 2020. O Ultra-compact tem apenas 2.490 mm de comprimento, o que o torna menor que uma Harley-Davidson Ultra limited, por exemplo, que possui 2.600 mm de comprimento. ...
Leia mais
Novo Hyundai Santa Fe chega ao Brasil por R$ 297,3 mil
A Caoa Hyundai anunciou nesta quarta-feira (16) a chegada da nova geração do Santa Fe ao Brasil. Oferecido em versão única, com carroceria de 7 lugares, ele será vendido por R$ 297,3 mil. Assim como a geração anterior, o novo Santa Fe tem motor V6 a gasolina. A diferença é que a cilindrada agora é um pouco maior, 3.5, contra 3.3. A potência, de 280 cavalos, é 10 cv mais alta do que o antigo motor Lambda, enquanto os 34,3 kgfm de torque superam os 32,4 kgfm do modelo que...
Leia mais
XC40 é o primeiro carro elétrico da Volvo, e chega ao Brasil em 2021
A Volvo lançou nesta quarta-feira (16) seu primeiro veículo 100% elétrico. É uma nova versão do SUV compacto XC40. E ele já foi confirmado para o Brasil, com chegada prevista para 2021. O XC40 Recharge, como será chamado, possui motor elétrico com o equivalente a 408 cavalos. A tração é integral, e o veículo pode rodar até 400 km com uma carga, segundo o novo ciclo global de medições, WLTP. A fabricante ainda garante que a bateria leva 40 minutos para chegar em 80%...
Leia mais