Novidades

04 JAN
Por que a Ford cancelou investimento de US$ 1,6 bilhão em nova fábrica no México dias antes da posse de Trump

Por que a Ford cancelou investimento de US$ 1,6 bilhão em nova fábrica no México dias antes da posse de Trump

A Ford anunciou esta semana uma decisão que surpreendeu os Estados Unidos e o México: vai cancelar o investimento de US$ 1,6 bilhão (R$ 5,2 bilhões) na construção de uma nova fábrica em território mexicano. O projeto havia sido duramente criticado, durante a campanha, pelo agora presidente eleito Donald Trump.

A empresa também pretende investir US$ 700 milhões (R$ 2,3 bilhões) anuais, nos próximos quatro anos, na produção no estado americano de Michigan, onde prevê a criação de 700 empregos diretos.

Durante a campanha, Trump acusou a segunda maior fabricante de automóveis dos Estados Unidos de transferir postos de trabalho e investimentos para o México e ameaçou taxar em 35% os carros fabricados por lá.

A mesma ameaça foi feita por Trump à General Motors em um tuíte disparado no dia do anúncio da Ford: "Fabrique nos EUA ou pague mais impostos!"

A Ford citou duas razões fundamentais para o cancelamento da nova fábrica mexicana: as condições atuais do mercado de automóveis e a eleição de Trump.

Mas por que esses dois fatores deixaram a cidade de San Luis Potosí, na região central do México, sem uma fábrica que iria empregar 2.800 pessoas?

O presidente da Ford, Mark Fields, disse à BBC que a decisão é consequência principalmente da "queda dramática da procura por automóveis de passeio na América do Norte".

Ele acrescentou que outro fator foi o "ambiente mais favorável aos negócios criado pelo presidente eleito".

"Isso teve um papel importante e é um voto de confiança" no novo governo, acrescentou.

Por sua vez, o governo do presidente mexicano Enrique Peña Nieto lamentou a mudança de planos da Ford.

"O governo do México lamenta a decisão da Ford Motor Company de cancelar o projeto (...) e garantiu que a empresa vai reembolsar as despesas do governo para facilitar este investimento", afirmou um comunicado da Secretaria de Economia mexicana.

Críticas
Durante a campanha eleitoral, Trump criticou os planos da Ford e de outras companhias americanas que pretendiam construir fábricas no México.

Em abril do ano passado, a Ford anunciou o investimento bilionário em San Luis Potosí, onde seria produzida a nova geração do modelo Focus.

A queda nas vendas de carros de passeio permite que essa linha de produção seja transferida para outra fábrica da Ford no México, na cidade de Hermosillo, no noroeste do país.

"Isso vai melhorar a rentabilidade da companhia", explicou a empresa.

Além disso, a Ford anunciou que vai investir US$ 700 milhões (R$ 2,3 bilhões) na sua fábrica de Flat Rock, no estado americano de Michigan.

A decisão vai criar 700 postos de trabalho diretos, além de preservar outros 3.500 empregos americanos.

"O investimento extra na fábrica de Flat Rock vem do US$ 1,6 bilhão que a companhia planejava anteriormente investir na nova fábrica no México."

Fim da fábrica
A montadora que a Ford planejava construir en San Luis Potosí entraria em operação em 2018 e deveria empregar 2.800 pessoas até 2020.

Os primeiros trabalhos de preparação do terreno para a construção já tinham começado e a empresa havia contratado 60 pessoas que estavam sendo treinadas.

O chefe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do estado de San Luis Potosí, o mexicano Gustavo Puente Orozco, dissera em novembro que a Ford seria punida se quebrasse o acordo.

Em agosto do ano passado, o diretor da Ford no país, Gabriel López, garantiu que a nova fábrica era um "êxito para o México".

"Não só porque vamos somar mais uma fábrica às quatro que temos (duas para veículos, uma de motores e uma de transmissões), mas pela relevância que o país vem conquistando dentro da empresa", disse López.

O México representa 6% da produção mundial da Ford e emprega cerca de nove mil trabalhadores.

A Ford é o quinto fabricante de veículos do México ficando atrás de Nissan, General Motors, Fiat-Chrysler e Volkswagen.

Ao ser anunciada a mudança de planos, o governo mexicano destacou que o crescimento da Ford na América do Norte "respondeu a uma estratégia de competitividade baseada em cadeias globais de valor, onde a América do Norte compete com outras regiões do mundo".

"Os empregos gerados no México contribuíram para manter postos de trabalho nos EUA, que de outra forma teriam desaparecido diante da competição asiática", acrescentaram as autoridades mexicanas.

Trump x Ford
Os planos da Ford, no México, tinham sido questionados pelo presidente eleito Donald Trump.

O republicano prometeu durante a campanha que não ia permitir que o segundo maior fabricante de automóveis dos EUA abrisse uma nova fábrica no México e que taxaria os veículos da empresa quando entrassem no país.

Em entrevista à rede americana CNN, Mark Fields garantiu que a decisão não foi uma concessão ao presidente eleito.

"Não fizemos um acordo com Trump. Fizemos isso pelo nosso negócio. Nosso anúncio é um voto de confiança na economia dos Estados Unidos."

"É literalmente um voto de confiança em algumas das políticas de crescimento que Trump tem sugerido", acrescentou o presidente da Ford.

"E é por isso que estamos tomando a decisão de investir aqui nos EUA, na nossa fábrica em Michigan."

Ameaça à General Motors
Horas antes do anúncio da Ford, na última terça-feira, Trump ameaçou também a maior fabricante do país, a General Motors, com represálias econômicas.

Em sua conta no Twitter, o presidente eleito disse que "a General Motors está mandando um modelo do Chevrolet Cruze feito no México para as concessionárias americanas sem pagar impostos ao atravessarem a fronteira".

"Fabriquem nos EUA ou paguem um imposto alto de importação", acrescentou.

Durante a campanha, Trump advertiu repetidamente que tomaria medidas contra empresas americanas que fabricam produtos no México aproveitando-se da mão de obra mais barata e das isenções de impostos do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês).

O bloco econômico, formado em 1992 por EUA, México e Canadá, pretende facilitar as transações econômicas entre esses países, assim como abolir as taxações sobre a circulação de mercadorias e produtos.

Em setembro, Trump afirmou que o Nafta era o pior acordo já firmado pelos EUA e acusou o bloco de "acabar com empregos dos americanos".

Fonte: G1

Mais Novidades

23 ABR

BMW i3 ganha novas baterias e reestreia versão elétrica no Brasil

Visual do hatch não teve alterações (Christian Castanho/Quatro Rodas)Do ponto de vista legal, o BMW i3 foi o primeiro carro elétrico à venda no Brasil. Mas críticos dirão (com alguma justificativa) que apenas a versão com extensor de autonomia (Rex) foi ofertada à pronta-entrega no País, enquanto a unicamente elétrica era vendida apenas por encomenda.Discussões técnicas à parte, o importante é que o novo i3 que acaba de chegar ao Brasil resolve de vez essa questão, pois a marca... Leia mais
23 ABR

EUA investigam airbags que equipam 12 milhões de carros e podem não abrir

A agência responsável pela segurança no trânsito dos Estados Unidos (NHTSA) ampliou as investigações sobre uma possível falha em airbags que pode ter resultado em 8 mortes no país. Estão sendo avaliados os equipamentos usados em 12 milhões de veículos fabricados por Hyundai, Kia, Fiat Chrysler (FCA), Toyota, Honda e Mitsubishi entre 2010 e 2019. Esses veículos usam airbags da TRW, fornecedora comprada pela alemã ZF em 2015, que podem não abrir mesmo quando deveriam... Leia mais
23 ABR

Lexus UX 250h, rival de X2, GLA e XC40, chega 100% híbrido por R$ 169.990

UX chama atenção pelo design cheio de recortes (Divulgação/Lexus)Para disputar espaço com BMW X2, Jaguar E-Pace e Volvo XC40, a Lexus lança este mês no Brasil o SUV compacto UX 250h. Detalhe: o modelo será oferecido somente com motorização híbrida.Com preços de R$ 169.990 a R$ 209.990, e em meio a um segmento dominado por europeus, o UX chega com visual chamativo e proposta de uso predominantemente urbana. Daí, o sentido de “UX”, que vem do inglês Urban Crossover.Lanternas... Leia mais
23 ABR

'Ferrari dos tratores' chega ao Brasil em investimento de R$ 150 milhões

Já presente no Brasil com as marcas de tratores Valtra e Massey Ferguson, o grupo alemão AGCO traz ao país a linha de máquinas agrícolas de tecnologia de ponta Fendt. Com um investimento de R$ 150 milhões em 2 anos, a empresa instalou escritório, centro comercial e estoque de peças na BR 163 em Sorriso, no Mato Grosso, principal estado produtor de soja. "Estamos no coração da agricultura brasileira", disse Luís Fernando Felli, presidente da AGCO na América Latina, em... Leia mais
23 ABR

Ford faz recall da Ranger por falha nas mangueiras do freio dianteiro

A Ford convocou nesta terça-feira (23) um recall da picape Ranger por uma falha nas mangueiras do freio dianteiro. As unidades envolvidas são dos modelos 2017, 2018 e 2019, com os chassis abaixo: De acordo com a fabricante, com a movimentação da direção e da suspensão dianteira, as mangueiras podem se desgastar prematuramente, podendo ser rompidas, e causando vazamento de fluido de freio. Com isso, a capacidade de frenagem pode ser comprometida. A solução é a... Leia mais
23 ABR

Alemã, conhecida por dirigir ao redor do mundo com carro de 1930, morre aos 81 anos

Heidi Hetzer, uma empresária de Berlim que decidiu no final da vida de dirigir ao redor do mundo em um carro antigo americano morreu aos 81 anos. A família de Hetzer, que tem muitos fãs em seu país, disse na terça-feira que ela morreu em sua casa na capital alemã no fim de semana; a causa da morte não foi divulgada. Mecânica treinada que uma vez perdeu um dedo consertando um motor, Hetzer assumiu o negócio de carros da família em 1969, transformando-o em um dos maiores... Leia mais