A Volkswagen deu sobrevida à atual geração do Gol, a geração 5, enquanto o esperado G6 ainda não chega. Custando a partir de R$ 34.890, o modelo 2017 passa a ter direção hidráulica de série, mas ar-condicionado ainda é opcional. O visual mudou, o motor 1.0 agora é de 3 cilindros e o modelo ganhou moderna central multimídia – opcional.
Essa renovação, que também chegou ao Voyage, poderia ser apenas como mais um remendo, um pouco antes do Gol totalmente novo chegar, mas a empresa ficou sem escolhas com a queda nas vendas do finado “carro mais vendido do Brasil” e teve que mudar bastante.
As novidades foram efetivas, mas chegaram tarde.
Se o Gol tivesse recebido essas melhorias antes, talvez ainda estivesse brigando pelo topo e não fosse um dos “lanterninhas” do segmento de entrada, ficando fora até do top 10 de carros mais vendidos do país, como mostram os números da associação de concessionárias brasileiras nos 2 primeiras meses de 2016.
Como o atual líder de vendas, o Chevrolet Onix , faz sucesso com a central multimídia MyLink, a resposta da Volkswagen foi trazer a App-Connect, sistema que já havia aparecido no Fox e em outros carros caros da linha da marca. A vantagem do sistema do Gol é permitir espelhamento com smartphones Apple e Android.
Todos os rivais, incluindo Onix, Ford Ka, Hyundai HB20 e Fiat Palio, apostam em pacotes de entrada mais completos (VEJA PREÇOS NA TABELA DE CONCORRENTES).
O Gol tem o preço de partida mais acessível entre os principais concorrentes, começando em R$ 34,890, mas também é “basicão”, vindo sem ar-condicionado de série. Colocando esse item, o preço sobre para R$ 37.690 na Trendline 1.0, que tem direção-hidráulica e torna o carro um bom custo-benefício para a categoria.
Mas para quem deseja usufruir das principais tecnologias de entretenimento no novo Gol, o pacote Connect, disponível apenas para a versão Comfortline, é o que se mostra mais atrativo e a que honra a fama de “conectado” do Gol 2017.
É vendido por R$ 45.190 e traz a central multimídia top de linha, além de rodas de liga leve de 15 polegadas, sensor de estacionamento, computador de bordo, entre outros (VEJA AQUI OS DETALHES DE VERSÕES E TODOS OS PREÇOS DE GOL E VOYAGE 2017).
O preço é atraente quando comparado a rivais com pacotes similares, mas já fazem um carro 1.0 parecer demasiadamente caro.
Com esse valor, é possível comprar um Ford Ka 1.5 (R$ 45.690) ou um Renault Sandero 1.6 (R$ 45.500), em versões básicas.
3 é melhor que 4
O motor 3 cilindros 1.0 do Gol 2017 é o mesmo que já havia aparecido no Fox e no Up!. Com isso, a Volkswagen abandonou de vez o velho conhecido 1.0 de 4 cilindros. Os números mostram aumento na potência no 3 cilindros, com 82 cavalos, enquanto o 4 cilindros rendia 76 cv. No torque, houve uma pequena redução, passando de 10,6 kgfm, para 10,4 kgfm.
Durante a avaliação, o primeiro sinal do comportamento do motor de 3 cilindros foi uma vibração um pouco maior e também ruído mais áspero. Mas as ressalvas param por aí. Além de uma velocidade final maior, de 170 km/h para o Gol 2017, contra 163 km/h, do antigo, o comportamento é agradável. O Gol 1.0 se mostrou “espertinho”, com boas arrancadas e empresa garante que também ficou mais econômico.
Um fator que ajuda para gastar menos combustível são os pneus de do tipo “verdes”, com baixa resistência de rolamento, presentes de série na atualização do Gol.
Passando para o sistema de suspensões, seu comportamento é adequado, sem ser dura demais e nem macia de mais, dando boa estabilidade para o carro. Os freios da dianteira foram redimensionados, o que deve evitar a fadiga em casos de rodagem mais exigente, como descidas de serras.
Sobre o comportamento da direção, que, finalmente, é hidráulica de série, apresenta uma resposta bem direta e a esportividade aumenta pelo novo volante, que veio do Golf e tem uma pegada esportiva.
A unidade avaliada era com câmbio de 5 velocidades manual, que teve as marchas alongadas em relação ao Gol 2016. Seus engates são bem diretos, o que agrada na pilotagem.
Mais “bonitão”
Definitivamente, o aspecto do Gol melhorou por dentro e por fora.
O visual exterior manteve a identidade já conhecida, mas a dianteira e a traseira ganharam novos desenhos.
Os mais distraídos podem nem perceber, mas os detalhes estão diferentes.
Grades novas, formatos das luzes e novas protuberâncias no para-choque deram um ar mais robusto ao Gol.
O carro manteve a sobriedade, mas se tornou um tanto mais empolgante. Mais uma vez: isso poderia ter sido feito antes.
Do lado de dentro, também ficou mais agradável. Além do volante já mencionado, o painel é 30% maior e todo console foi redesenhado. Dependendo da versão, as cores mudam e dão um aspecto de maior requinte ao carro.
No entanto, essa percepção é perdida ao analisar as laterais de porta feitas com plástico simples.
Conectado, mas tem seu preço
Mesmo antes do lançamento, a Volkswagen já definiu o Gol 2017 como um carro “conectado”. Todas opções de rádio são digitais, mas opcionais na versão Trendline. E, quando se fala das centrais multimídias, o valor cobrado é alto.
São duas opções: a Composition Touch, com tela de 5 polegadas, e a top de linha, Discovery Media, com visor de 6,3 polegadas. Mas para ter acesso a essas centrais é preciso gastar bastante.
A Composition Touch aparece de série apenas no pacote da versão Highline, somente com motor 1.6, que é a topo de linha, e pode ser comprada também por meio de “pacotes de interatividade” nas outras versões. Custa R$ 1.755 na versão Tendline e R$ 1.100 na Comfortline.
Já Discovery Media é vendida apenas como opcional e não pode ser colocada no Trendline. Custa R$ 2.360, para Comfortline e Highline.
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