Vivendo o escândalo dos motores a diesel, a Volkswagen voltou a destacar a importância dos carros elétricos em apresentação em Genebra, nesta segunda-feira (29), na véspera do salão. Mas exaltou ainda os veículos autônomos, que dispensam motorista. O novo presidente do grupo, Matthias Müller, afirmou que pretende colocar essa tecnologia nas ruas antes de seus rivais.
"Vamos investir seriamente para trazer essa tecnologia ao mercado mais rápido que nossos concorrentes", disse o executivo, antes de apresentar Johann Jungwirth, ex-executivo da Apple.
O romeno ficou 1 ano na empresa co-fundada por Steve Jobs, oficialmente como diretor de engenharia de sistemas Mac, mas estaria, na prática, ligado ao projeto de carros da marca, segundo o jornal "The New York Times" publicou, em novembro passado.
Promessa de liderança
"A Volkswagen não será apenas uma montadora, será um grupo de mobilidade", disse Jungwirth. "Acreditamos que, por volta de 2025, seremos os líderes em vendas (de autônomos)", disse Jungwirth.
O executivo ainda ressaltou que, com a evolução da tecnologia de condução autônoma, cerca de 1,25 milhão de vidas podem ser salvas com a queda no número de acidentes de trânsito.
Ele também ressaltou que as cidades poderão ganhar mais áreas verdes e espaço para as pessoas. "Os carros podem ser usados para deixar as pessoas onde elas precisam ir e não necessariamente estacionar lá. No lugar de estacionamentos, podem ser feitos parques e lugares que as pessoas possam aproveitar."
Os principais resultados de estudos com autônomos no grupo Volkswagen têm sido apresentados na Audi. A marca já colocou um carro sem motorista para rodar a 220 km/h no circuito de Hockenheim, na Alemanha, em 2014.
A Audi é uma das líderes no desenvolvimento da tecnologia autônoma, junto com Mercedes-Benz, Volvo e o Google.
Departamento digital
Jungwirth assumiu a nova área de Estratégia Digital do grupo. Müller explicou que a Volkswagen passa a ter especialistas em tecnologia digital trabalhando junto com designers, voltados, sobretudo, para o desenvolvimento de sistemas de entretenimento para os carros.
O presidente do grupo afirma que o objetivo é que os carros da marca tenham o melhor sistema do mundo.
Menos foco em modelos
Apenas no final da apresentação a marca apresentou algumas novidades do Salão de Genebra. Mesmo assim, quase não falou sobre os modelos. O único carro que teve alguma atenção foi o novo Phideon, o maior sedã da Volkswagen criado para o mercado chinês.
Ainda no local do evento, foram revelados alguns outros veículos, como o Bugatti Chiron, sucessor do Veyron, o carro mais rápido do mundo. A montadora, no entanto, manteve segredo sobre o novo SUV compacto que deverá mostrar somente nesta terça, na abertura do Salão de Genebra.

