Novidades

03 FEV
Carro de luxo continua driblando a crise: vendas sobem 20% em 2015

Carro de luxo continua driblando a crise: vendas sobem 20% em 2015

Embora 2015 tenha sido marcado por uma das mais profundas crises da história da indústria automotiva brasileira, as marcas premium, que vendem apenas carros acima de R$ 100 mil, continuaram distantes da realidade de queda nas vendas do mercado como um todo pelo 3º ano consecutivo.

Somando apenas 3% dos 2,1 milhões de carros de passeio novos vendidos no país no ano passado, 8 marcas analisadas pelo G1 cresceram 20%, em média, em 2015, em relação ao ano anterior. É um crescimento maior do que o de 2014 sobre 2013, que foi de 18%. O resultado foi puxado por avanços fora da curva de duas fabricantes.

Variação do mercado premium
(comparação com o ano anterior, em %)
 
Fonte: Anfavea e Jato

O volume total de 66,7 mil unidades no ano passado é o dobro das vendas de 2012 - primeiro ano "cheio" da alta de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos importados, anunciada pelo governo brasileiro no final de 2011 com objetivo de atrair investimentos ao país. Dali para frente, só houve crescimento (veja gráfico).

No entanto, segundo analistas, será cada vez mais complexo atingir novos patamares e desviar de dificuldades como dólar mais alto e a desconfiança com relação à economia brasileira.

É difícil prever até quando Audi, BMW, Jaguar, Land Rover, Mercedes-Benz, Mini, Porsche e Volvo conseguirão manter distância da crise do setor no Brasil. "A bola de cristal está quebrada", afirmou Ivar Berntz, da consultoria Deloitte.

Variação do mercado total
(comparação com o ano anterior, em %)
 
Fonte: Fenabrave

Fora da curva
Além de "descolarem" das marcas de maior volume, as 3 grandes alemãs - Audi, Mercedes e BMW - comemoraram vendas recordes no Brasil em 2015.

Mais do que isso, as duas primeiras registraram crescimento de mais de 40% em relação a 2014.

O resultado foi influenciado por uma mistura de novos produtos com estratégia de preços agressiva, expansão da rede de concessionários, ampliação de opções de financiamento, melhoria no pós-vendas com preços fixos de revisões e construção de fábricas no Brasil.

Com a produção nacional mais consolidada, a BMW já vinha de um volume maior e não entrou muito na briga de preços. A consequência foi um avanço bem menor, de 5,3%, caindo da liderança, que ocupou em 2014, para a 3ª posição do mercado brasileiro de carros premium.

As demais marcas do segmento estão bem distantes alemãs e apresentaram números contrastantes. A Land Rover, por exemplo, registrou o 2º ano seguido de queda nos emplacamentos, com 8,8 mil unidades. Mini (marca do grupo BMW) e Porsche também caíram, 17% e 3%, respectivamente. Já a sueca Volvo avançou 22%, enquanto a Jaguar (do mesmo grupo que tem a Land Rover) pulou 34% sobre um volume bem pequeno nos anos anteriores.

Novo líder
Com crescimento de 40% em 2015, a Audi tomou a maior fatia do mercado premium de carros de passeio da BMW, com total de 17.541 unidades - o que representa pouco mais de 1 mês de vendas do modelo mais popular do Brasil em 2015, o Chevrolet Onix.

O salto ocorreu depois de investimentos de mais de R$ 700 milhões no país, sendo R$ 500 milhões na linha de produção em parceria com a Volkswagen no Paraná, inaugurada em outubro passado. Outros R$ 200 milhões foram colocados na ampliação da rede de concessionários, que passou de 27 em 2013 para 49 em 2015. A parte de pós-vendas recebeu aporte de R$ 12 milhões.

Preços agressivos
Entre os modelos, o impulso foi dado pelo A3 Sedan, sedã de entrada que chegou a ser vendido a partir de R$ 97,9 mil (atualmente, parte de R$ 101.190). O preço atraiu clientes de Toyota Corolla e Honda Civic, cujas versões mais equipadas podem superar os R$ 100 mil. Movimento semelhante ocorreu com o Mercedes Classe C, lançado por

"Essas marcas (Audi e Mercedes) lançaram modelos novos, com uma estratégia agressiva de preço. Apesar da planta nacional, a BMW não mudou os preços. Na internet, a conversa é se vão comprar um Corolla ou um A3, um (Volkswagen) Jetta ou um Mercedes", afirmou Maurício Muramoto, analista da consultoria Deloitte.

Assim como nos segmentos "não premium", os SUVs também foram responsáveis por alavancar as vendas. A Mercedes-Benz quase triplicou o número de emplacamentos de utilitários das famílias G, GL e ML, de 2.053 para 5.856 unidades no ano passado, e a Audi aposta na produção nacional do Q3 para manter o ritmo em 2016.

Luxo financiado
Mas a maior parte do crescimento se deu no segmento de "entrada", ou seja, entre os carros mais "baratos" dessas marcas. Isso ressalta o desejo de ascensão social do brasileiro e reafirma o carro como símbolo desta passagem, segundo Rene Martinez, analista do setor automotivo da consultoria EY.

"Não foi só a experiência de ter um carro que é símbolo de status social, mas também as diversas opções de crédito fizeram toda diferença para este público", afirmou.

Em agosto passado, Audi e Jaguar Land Rover informaram ao G1 que a maioria das vendas eram feitas por meio de algum tipo de financiamento. Na Mercedes, esse percentual era de 40% e, na BMW, de 25%.

Fábricas
Sem os benefícios do programa Inovar Auto, que livra empresas que investem na produção nacional do aumento de 30 pontos no IPI de carros importados, o avanço de mais de 40% de Audi e Mercedes seria praticamente impossível.

"Com as vantagens oferecidas pelo Inovar Auto tivemos um aumento expressivo na participação de mercado", afirmou Dirlei Dias, gerente sênior de marketing e vendas de automóveis da Mercedes-Benz. A marca deverá inaugurar sua fábrica, em Iracemápolis (SP), ainda neste primeiro trimestre.

O início da produção nacional é muito importante para o crescimento da Audi no Brasil e também para alcançarmos a nossa meta de 30 mil carros vendidos em 2020"
Jörg Hofmann, presidente da Audi do Brasil

Outro problema resolvido com a nacionalização passa pelo pós-vendas.

Segundo Martinez, se um importado dava defeito, os donos ficavam semanas à espera de uma peça, que agora pode ser encontrada no Brasil mesmo. "Isso vai será importante para melhorar o relacionamento e tornar os clientes fiéis", apontou.

A produção local também colocou o Brasil entre os mercados mais importante para as metas mundiais das marcas premium. A Audi quer chegar a 30 mil unidades emplacadas em 2020, mesmo ano em que a Mercedes-Benz pretende se tornar líder global do segmento.

"A Audi vê um grande potencial de expansão do segmento premium por aqui, já que hoje este mercado representa apenas 2,7% do mercado geral.  E as perspectivas são boas: aqui, o setor deve triplicar até 2020", afirmou Jörg Hofmann, presidente e CEO da Audi do Brasil.

Até quando?
"A impressão é de que Audi e Mercedes quiseram avançar no mercado. Com o avanço do dólar, não sabemos até que ponto vão conseguir sustentar isso. Em alguns casos um carro importado no Brasil está até mais barato do que no exterior, mas aqui temos mais 40% de imposto", afirmou Berntz, da Deloitte.

Já no final de 2015, a BMW fez reajustes de até R$ 42,5 mil nos preços. A fabricante justificou o movimento pelo custo de produção nacional, que subiu por causa do câmbio e da inflação.

Audi, Mercedes e Jaguar também já aumentaram preços. A partir de janeiro, o A3 Sedan, por exemplo, dificilmente será encontrado por menos de R$ 100 mil, e o Classe C ficou R$ 17 mil mais caro.

No entanto, para as montadoras, preços maiores não devem afastar o consumidor brasileiro. "Vamos manter nossos investimentos e, apesar do cenário ainda mais desafiador, acreditamos que alcançaremos um crescimento de vendas de dois dígitos (em 2016)", disse Hofmann, da Audi.

Também com expectativa positiva, a Mercedes-Benz aposta nos SUVs para bater um novo recorde neste ano. "Nossa expectativa é de que o mercado premium continue competitivo, mas esperamos superar os resultados de 2015 e continuar buscando a liderança de mercado", apontou Dias.

 

Fonte: G1

Mais Novidades

23 MAR
Longa Duração: Citroën C4 Cactus vai derrubando má fama de carro francês

Longa Duração: Citroën C4 Cactus vai derrubando má fama de carro francês

Aos 40.000km, C4 Cactus roda silencioso mesmo sobre paralelepípedo (Eduardo Campilongo/Quatro Rodas)Não é segredo pra ninguém: carros franceses têm fama de serem frágeis. Se essa má reputação é apoiada em um passado repleto de histórias que justificam a reputação ruim, também é verdade que o padrão vem mudando. Nosso Citroën C4 Cactus, ao menos até o momento, é prova dessa virada.Mesmo perto dos 40.000 km, poucas são as reclamações. E uma analisada no histórico desde a... Leia mais
23 MAR
Menor Custo de Uso 2020: os hatches compactos mais baratos de manter

Menor Custo de Uso 2020: os hatches compactos mais baratos de manter

HB20: campeão do Menor Custo 2020 entre os Hatches Compactos (Fernando Pires/Quatro Rodas)Até mesmo quem não gostou do visual do novo HB20, apresentado em 2019, precisa reconhecer: o coreano é amigo do bolso. O seguro não é dos mais baratos, é verdade, mas o HB20 conquistou a vitória entre os hatches em quase todos os outros pontos analisados. Custando apenas R$ 201, sua primeira revisão (com um ano ou 10.000 km) é a mais em conta do segmento. Sai por praticamente metade do que é... Leia mais
23 MAR
Apps de transporte aumentam emissões de poluentes em 69%, diz estudo

Apps de transporte aumentam emissões de poluentes em 69%, diz estudo

– (Reprodução/Internet)Um estudo da Union of Concerned Scientists, entidade norte-americana de proteção ambiental sem fins lucrativo, revelou que as viagens feitas por aplicativos de transporte, como Uber, 99 e Lyft, aumentam as emissões de poluentes em cerca de 69%.Segundo a pesquisa, as grandes cidades sofrem o maior impacto, uma vez que as corridas vêm substituindo o transporte público, a caminhada e as bicicletas em curtas distâncias.A entidade explica que as corridas por... Leia mais
20 MAR
Contran libera uso de CNH recém-vencida e amplia prazo para tirar nova

Contran libera uso de CNH recém-vencida e amplia prazo para tirar nova

– (Ministério das Cidades/Divulgação)O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu, nesta sexta-feira (20), alterar prazos de alguns procedimentos dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito.De acordo com o texto publicado no Ministério da Infraestrutura, a medida foi tomada pelo Governo Federal como uma forma de evitar aglomerações e tentar conter o avanço do coronavírus no Brasil.“Estamos considerando a necessidade urgente de se evitar aglomerações nos órgãos de... Leia mais
20 MAR
Renault é mais uma a interromper produção no Brasil e dá férias a 7.500

Renault é mais uma a interromper produção no Brasil e dá férias a 7.500

Fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) (Divulgação/Renault)A Renault é a quarta fabricante automotiva a anunciar nesta sexta-feira (20) a interrupção temporária da produção no Brasil devido à pandemia do coronavírus.Em nota, a marca francesa anunciou que “irá suspender a produção no complexo de São José dos Pinhais (PR) no período de 25 de março a 14 de abril de 2020? em função do crescente impacto do coronavírus (Covid-19)”.Ao todo, 7.500 funcionários... Leia mais
20 MAR
Nova Fiat Strada tem lançamento adiado por causa do coronavírus

Nova Fiat Strada tem lançamento adiado por causa do coronavírus

Nova geração da Fiat Strada (Divulgação/Fiat)A pandemia do coronavírus está impondo um desafio enorme para o grupo FCA.Às vésperas do lançamento da segunda geração da Fiat Strada, a fabricante decidiu paralisar a produção de suas três fábricas no país, em Betim (MG), Goiana (PE) e Campo Largo (PR).Assim como nos casos de GM, Volkswagen e Toyota, o objetivo é evitar aglomerações e uma possível proliferação do vírus entre os funcionários.A paralisação vai de 30 de... Leia mais