Novidades

29 SET

Porsche 911 Turbo S: primeiras impressões

A chance de ganhar na Mega-Sena com uma aposta simples, que custa R$ 4,50, é de uma em aproximadamente 50 milhões.

Um sortudo amante de carros que conseguisse essa proeza e quisesse levar para casa um Porsche 911 Turbo S deixaria, no mínimo, R$ 1,3 milhão da sua fortuna na concessionária. O investimento ainda pode ser centenas de milhares de reais mais alto se o proprietário quiser incluir alguns opcionais.

Em troca, levaria para casa um dos melhores esportivos da atualidade. É a conclusão que se chega ao experimentar o modelo no melhor cenário possível no Brasil: o Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

A "casa" do automobilismo brasileiro foi a sede do evento de lançamento da nova geração do Porsche. Foram 5 voltas pelos pouco mais de 4,3 km do traçado. E a palavra que o define o carro pode até surpreender: equilíbrio.

O que mudou

Um olhar mais desatento vai achar que o visual é idêntico ao do modelo anterior. Porém, basta começar a procurar as mudanças em relação ao antigo 911 Turbo S que serão necessários vários parágrafos para descrevê-las. Aqui vão algumas:

  • aerofólio traseiro redesenhado e maior
  • novo capô e para-choque dianteiro redesenhado
  • tomadas de ar maiores e redesenhadas
  • lanternas traseiras redesenhadas e unidas por uma barra com efeito 3D

As principais novidades, no entanto, não estão à vista, mas no motor de 6 cilindros contrapostos, também conhecido como Boxer.

A cilindrada foi ligeiramente reduzida de 3.800 cm³ para 3.745 cm³. Ao mesmo tempo, a potência aumentou em 70 cavalos (o equivalente ao motor do Renault Kwid), chegando a 650 cv, enquanto o torque cresceu expressivos 5,1 kgfm, totalizando 81,6 kgfm.

Nem tão vanguardista

Para conseguir esses números, a Porsche atuou em duas frentes. Primeiro, nos componentes do motor. As duas turbinas de geometria variável ficaram maiores e agora estão posicionadas de forma espelhada, melhorando a forma como o ar passa por elas.

Essa última alteração também tem a ver com a segunda área da atuação da Porsche: o fluxo de ar. Os trocadores de calor, além de maiores, foram reposicionados, e agora estão em local mais alto. No geral, a admissão de ar aumentou em 13%.

Outras soluções até parecem inovadoras, mas são mais comuns do que se imagina. A nova válvula de escape ("wastegate") elétrica do turbo, por exemplo, equipa há anos os motores 1.0 turbo dos Volkswagen Up e Polo.

Já as tomadas de ar dianteiras com aerodinâmica ativa são um recurso presente desde 2016 na nem um pouco esportiva Chevrolet Spin.

Mais rápido que Ferrari

Todo esse pacote de novidades também representa uma melhoria nos números de desempenho no novo 911 Turbo S. O esportivo acelera de 0 a 100 km/h em 2,7 segundos, marca 0,2 segundo melhor do que a geração anterior e do que a Ferrari F8 Tributo, de 720 cv.

Para ir de 0 a 200 km/h, são necessários apenas 8,9 segundos, 1 segundo inteiro a menos do que o 911 Turbo S que está saindo de linha. A velocidade máxima não mudou: permanece em 330 km/h.

Bem longe disso, alcançando os 260 km/h, o 911 Turbo S chega no final da reta de Interlagos, para contornar o “S do Senna”. A essa altura, o modelo já tirou a diferença para o 911 GT3 RS de geração anterior usado como “carro madrinha”.

É isso mesmo. O novo Turbo S é mais rápido em retas do que o GT3 anterior. Por outro lado, nas curvas, por ter um acerto mais próprio de pistas, o GT3 acaba ganhando terreno.

A placa de 150 metros é o sinal para acionar com força o pedal de freio. Nessa nova geração, o Turbo S traz gigantescos discos de cerâmica de 420 milímetros na frente e 390 mm atrás.

Como comparação, os discos dianteiros possuem diâmetro 63% maior do que os de um Fiat Argo 1.0, por exemplo.

Já com a velocidade mais baixa, o 911 se equilibra e sai disparado para engolir a reta oposta do autódromo paulistano. Ali o novo câmbio automático de dupla embreagem e 8 marchas mostra a que veio, com trocas instantâneas – e acompanhadas de tranco na coluna.

As duas últimas marchas, porém, são usadas para reduzir o consumo de combustível em situações “normais” em que o 911 não está em uma pista. Por isso, a velocidade máxima é alcançada em sexta marcha.

Outro recurso que deve ser útil também nas ruas é o eixo traseiro direcional. Ele faz com que as rodas posteriores girem até 2 graus. Em baixas velocidades, elas vão no sentido contrário à direção, facilitando manobras.

Nas situações de maior velocidade, o sentido é o mesmo das rodas dianteiras, garantindo maior estabilidade e equilíbrio.

O tal equilíbrio

Por tudo isso, faz sentido dizer que a palavra que melhor define o 911 Turbo S é equilíbrio.

Usar um termo tão ameno para definir um carro tão extremo pode parecer uma heresia. Principalmente quando esse modelo tem 650 cv, chega aos 200 km/h em menos de 9 segundos e é capaz de grudar as costas do motorista no banco em acelerações.

Mas é isso que acontece com o 911 Turbo S. Sem tirar o mérito de qualquer uma dessas qualidades citadas acima, mas o Porsche é mais do que um carro rápido em linha reta.

Todos os sistemas eletrônicos e de engenharia formam um conjunto irretocável, capaz não apenas de acelerar, mas também de contornar curvas, frear e dar ao piloto a sensação de que o carro estará sempre em suas mãos, à disposição para atender aos desejos de quem está ao volante.

Como comparação, depois de guiar o 911 Turbo S, foi a vez de dirigir o 718 Cayman com o novo motor 4.0 aspirado de 400 cv equipado com câmbio manual de 6 marchas.

Mesmo tendo 250 cv a menos, o esportivo menor é muito mais arisco, demonstrando maior tendência a sair nas curvas. Na subida dos boxes, por exemplo, era possível sentir os controles eletrônicos atuando para evitar uma escapada.

No 911, mesmo em velocidades mais altas, isso não aconteceu nenhuma vez. Em outras curvas, quando uma correção era necessária no 718, o Turbo S sequer dava sinais de que iria se desviar da trajetória ideal.

Quando se avalia carros superesportivos como o 911 Turbo S, a escolha de concorrentes torna-se mais difícil, já que a decisão de compra muitas vezes passa também pelo gosto pessoal do comprador.

No caso deste Porsche, seus rivais mais próximos são Audi R8, McLaren 570S e Mercedes-AMG GT R Pro. Todos mais lentos e menos potentes do que o Turbo S. E, com exceção do primeiro, bem mais caros.

O alemão de Stuttgart ainda se destaca por ser o mais amigável para o uso cotidiano - novamente, o tal do equilíbrio.

VÍDEO: veja como anda o 911 Carrera S, de 'apenas' 450 cv

VÍDEOS: mais avaliações de carros

Fonte: G1

Mais Novidades

06 NOV

Toyota apresenta versões esportivas Gazoo Racing de Hilux e Yaris

– (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)Duas das grandes atrações da Toyota para o Salão do Automóvel giram em torno da Gazoo Racing, divisão de competição da Toyota. Ela já estreia no Brasil com um modelo desenvolvido localmente. O mais curioso: é uma picape.É a Toyota Hilux GR-Sport (ou apenas GR-S). Além do visual agressivo, com capô pintado de preto, rodas com raios pretos e adesivos pretos e vermelhos nas laterais, ela tem bancos com logo GR-S e detalhes vermelhos no painel.... Leia mais
06 NOV

Salão de SP 2018: Mercedes-Benz mostra novo Classe A e destaca linha AMG

A Mercedes-Benz chegou ao Salão de São Paulo com novidades e foco na esportividade. Além da nova geração do Classe A, a marca destaca modelos da divisão esportiva AMG. O novo Classe A faz sua estreia no Brasil já em suas duas variantes: além do hatch, que chega às lojas em dezembro por R$ 199.900 em uma série limitada de 100 unidades, a marca traz também a inédita configuração sedã, prevista para chegar às lojas no segundo trimestre de 2019. Durante o evento, os... Leia mais
06 NOV

Sem carros no Salão, Chrysler fica só no papel; Wrangler é novidade

– (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)A Chrysler, que ainda está no nome da FCA, ficou só no papel (do cronograma de coletivas de imprensa) no Salão do Automóvel de São Paulo.A marca não conta com nenhum carro no evento; no site da fábrica no Brasil há apenas dois modelos: a Town e Country, fora de linha há três anos, e o 300C.Com isso, restou à Jeep reunir as maiores novidades da divisão norte-americana da Fiat Chrysler.A estrela foi a nova geração do Wrangler, que foi lançado... Leia mais
06 NOV

Salão de SP 2018: Audi destaca os inéditos Q8 e E-Tron, confirmados para o Brasil

A Audi escolheu o Salão do Automóvel para uma quase renovação de linha. De uma só vez, a marca apresentou as novas gerações dos sedãs A6, A7 e A8, a perua superesportiva RS 4, além do SUV Q8 e do elétrico e-tron. Todos têm vendas confirmadas para o Brasil. Os principais destaques do estande são os SUVs. De um lado, o e-tron, primeiro modelo de produção 100% elétrico da Audi, que chega em 2019, apresentado pelo surfista Gabriel Medina. Ele tem autonomia de até 400... Leia mais
06 NOV

Salão de SP 2018: sem carros inéditos, Toyota aposta em versões de Hilux e Yaris

A Toyota apresentou na tarde desta terça-feira (6) suas novidades no Salão do Automóvel de São Paulo. Para quem estava na expectativa de ver a nova geração do RAV4 ou um possível conceito do próximo Corolla, a marca japonesa não terá modelos inéditos em seu estande. Em vez disso, a Toyota vai apostar em séries especiais de veículos já existentes. É o caso do Yaris X-Way, a nova versão do compacto. Ela começa a ser vendida em fevereiro, e traz apelo... Leia mais
06 NOV

Salão de SP 2018: Ford destaca SUVs e conceitos para a Ranger

A Ford reservou uma boa quantidade de atrações para o Salão de São Paulo. Antecipadas pela marca no último mês de outubro, as principais novidades se concentram nos SUVs – como a reestilização do Edge, o EcoSport sem estepe traseiro e o inédito Territory. Para o Edge, mais do que uma mudança visual de meia vida, a Ford anunciou as vendas da configuração ST. A versão esportiva é equipada com motor V6 2.7 biturbo de 335 cavalos de potência. Os preços ainda não foram... Leia mais