Os trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), no ABC Paulista, aprovaram por unanimidade nesta terça-feira (15) a proposta elaborada pela empresa junto aos sindicatos das cidades onde a empresa possui fábrica para alterar diversos pontos do acordo coletivo.
A solução encontrada pelas partes garante emprego dos funcionários por 5 anos. A proposta original da Volkswagen, apresentada em meados de agosto, era demitir 35% dos trabalhadores no Brasil.
Além da estabilidade dos postos de trabalho, o plano traz diversos outros pontos, como a abertura de um plano de demissão voluntária (PDV) com pagamento de até 20 salários para quem aderir.
Os funcionários da unidade de São Bernardo, a maior e mais antiga da empresa no Brasil, foram os primeiros a aprovar o acordo. Nesta quarta-feira (16), devem sair os resultados das assembleias nas fábricas de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR).
A votação na fábrica de motores de São Carlos (SP) está prevista para acontecer na próxima quinta-feira (17). Os sindicatos que representam os trabalhadores das três cidades afirmaram ao G1 que estão confiantes na aprovação do acordo.
Veja abaixo os principais pontos da proposta da empresa, segundo o sindicato:
- garantia de emprego por 5 anos para os trabalhadores;
- abertura de um PDV com pagamento de até 20 salários para quem aderir;
- fixação no valor da participação nos lucros da empresa em R$ 12.800 em 2020;
- correção no valor da participação nos lucros de acordo com o INPC até 2024;
- possibilidade de utilização do layoff até o limite de 10 meses;
- teto salarial reduzido em 17,05% para os horistas admitidos a partir de 2021;
- prorrogação por 5 anos das demais cláusulas trabalhistas do acordo coletivo que não foram tratadas nesta negociação.
Além das cláusulas do acordo coletivo, a Volkswagen e os sindicatos ainda acertaram algumas propostas relacionadas a possíveis novos produtos nas fábricas de São Bernardo e Taubaté.
Uma das sugestões é garantir que um modelo produzido no ABC Paulista também possa ser feito no interior, mesmo sem estar utilizando a capacidade máxima em São Bernardo. A contrapartida é que o volume de produção na primeira unidade deverá ser maior que na segunda.
O outro ponto é a exclusividade na unidade de São Bernardo na produção da Saveiro e de uma possível sucessora.
Cenário de crise
Em julho, o presidente da Volkswagen na América do Sul, Pablo Di Si afirmou que a empresa teria "fôlego" para "alguns meses" antes de pensar em demissões no país.
Na ocasião, o executivo já havia dito que a empresa iria conversar com os sindatos para realizar a adequação da força de trabalho.
"Se não tivermos uma melhora (nas vendas), teremos que adequar as fábricas, sim, mas essa será uma conversa que primeiro teremos com os sindicatos, no momento certo, ainda não tomamos uma decisão. E acho que vamos esperar mais um pouco para isso", afirmou, na época.
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