Novidades

23 SET

Volkswagen faz acordo com MPF para reparar violações dos direitos humanos durante a ditadura

A Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (23) um acordo com o Ministério Público Federal em São Paulo para reparar sua conduta durante a ditadura no Brasil. Com isso serão encerrados três inquéritos civis que tramitam desde 2015 para investigar o assunto. O cumprimento será em janeiro de 2021.

No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a montadora se compromete a doar R$ 36 milhões para iniciativas ligadas à defesa de direitos humanos, investigação de crimes da época e à memória histórica.

Parte desse montante (R$ 16,8 milhões) irá para a associação de trabalhadores da empresa, visando, principalmente, "ex-trabalhadores da Volkswagen do Brasil - ou seus sucessores legais - que manifestaram terem sofrido violações de direitos humanos durante a ditadura", disse a companhia.

Um relatório de 2017, feito por um historiador alemão a pedido da empresa, apontou que a Volkswagen 'foi leal' ao governo militar e que 6 trabalhadores foram presos e ao menos 1 foi torturado na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).

"Com este acordo, a Volkswagen quer promover o esclarecimento da verdade sobre as violações dos direitos humanos naquela época", comunicou a montadora alemã, que afirmou ser "a primeira empresa estrangeira a enfrentar seu passado de forma transparente" durante a ditadura.

“Lamentamos as violações que ocorreram no passado. Estamos cientes de que é responsabilidade conjunta de todos os atores econômicos e da sociedade respeitar os direitos humanos e promover sua observância", disse Hiltrud Werner, membro do Conselho de Administração do grupo Volkswagen.

"Para a Volkswagen AG, é importante lidar com responsabilidade com esse capítulo negativo da história do Brasil e promover a transparência."

Outros projetos contemplados

O TAC foi fechado também com o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Procuradoria do Trabalho em São Bernardo do Campo.

É um "acordo extrajudicial que estabelece obrigações à empresa para que não sejam propostas ações judiciais sobre a cumplicidade da companhia com os órgãos de repressão da ditadura", descreveu o MPF.

Além dos R$ 16,8 milhões que serão doados à associação de trabalhadores, a Volkswagen se comprometeu a pagar:

  • R$ 9 milhões aos Fundos Federal e Estadual de Defesa e Reparação de Direitos Difusos (FDD)
  • R$ 10,5 milhões para projetos de promoção da memória e da verdade em relação às violações de direitos humanos ocorridas no Brasil durante a ditadura militar.

Desse montante de R$ 10,5 milhões, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) receberá R$ 4,5 milhões, sendo que R$ 2,5 milhões serão destinados para o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), para apoiar a identificação das vítimas que estão enterradas em valas comuns.

E outros R$ 2 milhões serão para novas pesquisas para apurar a cumplicidade de empresas em violações de direitos humanos durante o governo militar.

O restante (R$ 6 milhões) será destinado ao Memorial da Luta pela Justiça, iniciativa promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e pelo Centro de Preservação da Memória Política (NPMP). Ele está sendo implantado na antiga sede da Auditoria Militar de São Paulo.

"O ajuste de condutas estabelecido nesta data é inédito na história brasileira e tem enorme importância na promoção da justiça de transição, no Brasil e no mundo", escreveram representantes do MPF, do MP/SP e do MPT, em nota.

Atuação na ditadura

O relatório de 2017 que remonta o relacionamento da Volkswagen com o governo brasileiro durante o período militar, entre 1964 e 1985, foi feito pelo historiador alemão Christopher Kopper.

As ações que corriam na Justiça sobre a montadora se baseavam nesse documento e em outro relatório, feito por Guaracy Mingardi, especialista em segurança pública, contratado pelo MPF.

Em seu estudo, Kopper apontou que a "diretoria executiva da Volkswagen Brasil não participou do golpe contra o último governo eleito em 1964 e da posse da ditadura militar".

No entanto, o historiador disse que “o golpe militar de 1964 e a instituição de uma ditadura militar cada vez mais repressiva foi avaliado positivamente pela empresa”.

Em outro trecho, Kopper afirmou que "a Volkswagen do Brasil foi irrestritamente leal ao governo militar e compartilhou os seus objetivos econômicos e da política interna".

Entre as colaborações com o governo, estava a do setor de segurança industrial da empresa, que informava ao regime militar possíveis atividades políticas e sindicais de funcionários da Volkswagen.

Durante a divulgação do relatório, em dezembro de 2017, um grupo de ex-funcionários da empresa fez um protesto na frente da fábrica da Anchieta. Eles reivindicam indenizações da montadora.

VÍDEOS: AI-5, o ato mais antidemocrático da ditadura militar

Fonte: G1

Mais Novidades

03 JUN

VW Virtus bate recorde de vendas em maio; Chevrolet Onix chega perto disso

Virtus nunca vendeu tanto no Brasil (Christian Castanho/Quatro Rodas)Maio foi o melhor mês de 2019, pelo menos para a indústria automotiva.Os 245.466 veículos emplacados no período representam uma alta de 21,6% sobre as 201.864 unidades de maio de 2018. Na comparação com abril, o crescimento foi de 5,83%.Considerando o acumulado do ano, as 1.084.975 unidades emplacadas nos primeiros cinco meses do ano representam alta de 12,47%.Onix segue líder de vendas no Brasil (Christian... Leia mais
03 JUN

Contra acidentes, França analisa lei que regula uso da patinete

A Assembleia Nacional francesa analisa, a partir desta segunda-feira (3), a lei que deverá regular a circulação das patinetes elétricas na França. Diante do aumento do número de acidentes, algumas medidas já foram tomadas. No início de maio, a ministra francesa dos Transportes , Elisabeth Borne, anunciou que a circulação de patinetes elétricas na calçada seria passível de uma multa de € 135 (cerca de R$ 591). A medida integra um conjunto de novas regras, incluídas em... Leia mais
03 JUN

Veja os 50 carros mais vendidos em maio de 2019 no Brasil

O mês de maio registrou alta de 21,6% nas vendas de veículos novos. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (3) pela Fenabrave, a associação das concessionárias. O Chevrolet Onix foi o veículo mais vendido do país, com mais que o dobro dos emplacamentos do segundo colocado, o Hyundai HB20. O hatch da Chevrolet emplacou 22.279 exemplares, contra 10.111 Hyundai HB20 e 9.484 Ford Ka. Completam o "top 10", Renault Kwid (8.661), Volkswagen Gol (8.317), Chevrolet... Leia mais
03 JUN

JAC traz ao Brasil caminhão elétrico com mais torque que motor V12 biturbo

Segundo a JAC, o iET 1200 é capaz de recarregar suas baterias em modo rápido em 2 horas (Divulgação/JAC)A ofensiva elétrica da JAC do Brasil anunciada pelo seu presidente, Sérgio Habib, à imprensa brasileira em Xangai já começou.Além do iEV40, que segue em pré-venda por R$ 153.990, a marca começou a oferecer em seus concessionários o caminhão elétrico iET 1200, por R$ 259.900. O utilitário tem PBT de 5,8 toneladas e exige CNH de categoria C.Seu motor elétrico de 177 cv e 122,4... Leia mais
03 JUN

Venda de veículos sobe 21,6% em maio, diz Fenabrave

A venda de veículos novos subiu 21,6% em maio, informou a associação das concessionárias, a Fenabrave, nesta segunda-feira (3). Foram emplacados 245.466 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no período, contra 201.864 unidades no mesmo mês de 2018. O desempenho mensal foi o melhor de 2019 até agora. Comparado a abril, quando 231.939 emplacamentos foram registrados, a alta foi de 5,83%. No acumulado do ano, o setor tem 1.084.975 unidades vendidas, o que... Leia mais
03 JUN

Nissan diz que vai rever aliança com a Renault em caso de fusão com a Fiat

A Nissan disse nesta segunda-feira (3) que a possível fusão entre Fiat Chrysler (FCA) e Renault pode afetar a sua atual aliança com a marca francesa. "Acredito que o potencial acréscimo da FCA como um novo membro da Aliança poderia expandir o campo de atuação para colaboração e criar novas oportunidades para novas sinergias", disse Hiroto Saikawa, CEO da Nissan, em comunicado. Aliança Volkswagen-Ford: o que se sabe até agora No final de maio, a ítalo-americana FCA... Leia mais