Novidades

04 MAI
Impressões: Polestar 1, o incrível híbrido de R$ 900.000 que faz 142 km/l

Impressões: Polestar 1, o incrível híbrido de R$ 900.000 que faz 142 km/l

Polestar herda os faróis do Volvo S90 (Polestar/Divulgação)

O novo Polestar 1 faz 142,8 km/l de gasolina, segundo os números de fábrica. Isso mesmo, você não leu errado. A vírgula está no lugar certo: 142,8 km/l, ou 0,7 l/100 km, na forma que os europeus costumam usar.

O primeiro carro da marca de eletrificados da Volvo é um modelo híbrido plug-in, que consegue essa façanha sendo um carro comum. Quer dizer, sem exigir os sacrifícios típicos dos veículos experimentais no que diz respeito a design, desempenho e comportamento dinâmico.

upê vai de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos (Polestar/Divulgação)

O Polestar 1 tem pouco espaço interno. Ele é o que se convencionou chamar de 2+2 lugares. Mas espaço interno é o único atributo que ele sonega, por conta de sua construção com quatro motores, um a combustão e três elétricos mais as baterias. O 1 tem estilo, acabamento de luxo, equipamentos de conforto e desempenho de superesportivo.

O cupê não esconde o parentesco com o Volvo S90, com o qual compartilha a arquitetura. O sinal mais evidente está nos inconfundíveis faróis martelo de Thor.

Mas, ao contrário do conservador sedã sueco, o 1 é realmente atraente, com um visual bastante esportivo e dinâmico, se exibindo cada vez que se detém num semáforo com os seus 4,58 m de comprimento, 1,96 m de largura e apenas 1,35 m de altura prontos para disparar quando a luz verde acender.

Na cabine, painel, central multimídia e bancos vêm do sedã Volvo S90, com o qual o Polestar 1 compartilha a arquitetura (Polestar/Divulgação)

Por dentro, não há o que dizer: quase tudo tem a assinatura da Volvo: monitor central, painel de instrumentos, volante, bancos, pedais, puxadores… e isso é observado de maneira positiva, mesmo que alguns possam argumentar que vender um interior de um Volvo num carro quase três vezes mais caro é uma decisão discutível.

Um dos poucos elementos de diferenciação é a manopla do câmbio de cristal Orrefors feita à mão com o logotipo da Polestar gravado. O 1 é montado na nova fábrica da Polestar, em Chengdu, na China.

Maçanetas aerodinâmicas são embutidas (Polestar/Divulgação)

Embora a Volvo já tenha anunciado que no futuro não fará mais carros com velocidade máxima superior a 180 km/h, os engenheiros da Polestar aproveitaram que a empresa ainda não definiu uma data precisa para isso acontecer e conseguiram criar as condições para que o 1 andasse bem acima desse limite.

O 1 tem diferentes modos de propulsão. Na dianteira, tracionando as rodas da frente, há um motor de quatro cilindros 2.0 com turbo e compressor que gera 309 cv de potência e 42,8 kgfm de torque acoplado a um alternador/motor que auxilia na tração, como o sistema híbrido parcial que existe no Mercedes C 200 EQ Boost.

Retrovisores têm design aerodinâmico (Polestar/Divulgação)

Esse motor gera 68 cv e 16,4 kgfm adicionais. Na traseira, há dois motores elétricos, um para cada roda, com potência de 116 cv e 24,5 kgfm, cada, conectados através de um câmbio de engrenagens planetárias, mas geridos independentemente.

A união dessas forças motrizes combinadas resulta em 608 cv de potência e 102 kgfm de torque. Funcionando com energia puramente elétrica, a velocidade máxima é de 160 km/h, mas quando o motor de combustão interna é usado é possível atingir os 250 km/h.

Suspensão é manualmente ajustável (Polestar/Divulgação)

O modo híbrido prioriza o funcionamento elétrico e, quando o motor a gasolina é acionado, só se percebe que isso aconteceu olhando para o conta-giros e, em algumas ocasiões, pelo som de fundo com uma nota acústica esportiva, mas moderada.

As baterias de 34 kWh garantem uma autonomia puramente elétrica de 125 km, número que pode não parecer muito em contraste com autonomias de alguns veículos elétricos que prometem 600 km. Mas trata-se da mais elevada capacidade entre os híbridos plug-in atualmente no mercado, de acordo com a Polestar.

E essa é uma autonomia suficiente para uma pessoa comum dirigir o 1 cotidianamente apenas com energia elétrica. Como é plug-in, o 1 pode ser recarregado na rede elétrica e ainda conta com o sistema de regeneração de energia durante as frenagens. É por isso que o 1 pode rodar 142,8 km com 1 litro de gasolina.

Cabos de força ficam cobertos por tampa acrílica (Polestar/Divulgação)

Como a maioria dos carros elétricos, o Polestar 1 pode ser dirigido apenas com o pedal do acelerador. Durante o test-drive na cidade italiana de Florença (na Toscana), depois de rodar cerca de 150 km, a bateria continuava com meia carga, apesar de o carro ter sido usado no modo elétrico por períodos relativamente longos.

Quando a bateria está vazia, ela pode ser recarregada com até 50 kW em menos de uma hora em uma estação de carregamento rápido.

Pensando em favorecer o rendimento, os projetistas suecos construíram a carroceria do 1 inteiramente em polímero reforçado com fibra de carbono, o que economizou cerca de 230 kg na comparação com uma carroceria de aço estampado (e uma rigidez 45% maior).

Motor a combustão tem turbo e compresssor (Polestar/Divulgação)

Mas, considerando motores, baterias e tudo o mais, o 1 acabou ficando pesado. Ele tem nada menos que 2.350 kg. Mesmo assim, graças às forças de seus motores, o 1 apresenta desempenho de superesportivo.

Segundo a fábrica, o cupê vai de 0 a 100 km/h em apenas 4,2 segundos (é tão rápido quanto um Porsche 911). Mas ainda mais impressionantes são as retomadas de velocidade, como as de 80-120 km/h em apenas 2,3 segundos.

Baterias podem ser recarregadas na tomada (Polestar/Divulgação)

Ao volante, dirigindo por estradas em zigue-zague a uma velocidade rápida, tivemos a grata experiência de conhecer o comportamento preciso e a facilidade com que o Polestar é capaz de permanecer na trajetória e sair das curvas com pouca ou nenhuma hesitação.

Parte do mérito resulta do fato de que cada roda traseira possui seu próprio motor elétrico e conjunto de engrenagens planetárias que permitem a vetorização real do torque – gerando acelerações muito estáveis em curva.

Isso significa que, em vez de diminuir a velocidade da roda interna para melhorar a precisão de trajetória em curva, a roda externa é acelerada para compensar a diferença para a roda interna.

A distribuição equilibrada de peso (48:52) e o baixo centro de gravidade também desempenham um papel nesse comportamento dinâmico, que é bem diferente do tradicional, seguro e provavelmente um pouco entediante desempenho de alguns dos Volvo atuais.

O Polestar 1 tem suspensão do tipo duplo A na dianteira, e multibraços na traseira. E, assim como outros modelos de seu segmento, conta com seletor de modos de condução Sport e Comfort. Mas, além desse recurso eletrônico, a suspensão do 1 permite alterar a firmeza, como se ele fosse um carro de competição.

Dá trabalho, mas a mudança é sensível. Primeiro é preciso abrir o capô na frente, depois rodar os parafusos serrilhados na parte superior dos amortecedores Öhlins (de fluxo duplo e manualmente ajustáveis) para a esquerda e para a direita (há 22 posições de ajuste), fechar o capô, tirar o macaco e usá-lo para subir o carro até que sua mão possa alcançar e remover uma tampa de borracha sobre um parafuso recartilhado que deve ser desrosqueado, e então voltar a colocar a tampa de borracha, manter os dedos a salvo, descer o carro… e repetir tudo de novo para a roda esquerda.

Com um preço de 155.000 euros (cerca de R$ 900 mil), o Polestar 1 não é um carro eletrificado acessível, pelo contrário. Ele é significativamente mais caro que um Tesla ou um Porsche Panamera Hybrid, provavelmente porque não precisa seduzir muitos clientes, pois apenas 1.500 unidades serão construídas à mão nos próximos três anos.

Por outro lado, pode ser considerado um potencial concorrente do BMW Série 8, só que vendido ao preço de um Bentley Continental GT.

*Dado de fábrica

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 MAI

Impressões: BMW X7, o SUV tão grande que tem tamanho de Hilux

É um automóvel, mas tem tamanho de Amarok e Hilux (Divulgação/BMW)Parecia difícil de acreditar que a BMW ainda não estava presente no segmento de SUVs de luxo de grande porte, em que seus rivais há tempos colhem lucros polpudos, especialmente nos Estados Unidos.Que o digam Mercedes GLS, Range Rover Vogue e Cadillac Escalade.Para tirar esse atraso, a marca alemã acabou de lançar o X7, um utilitário superpremium criado para agradar em cheio os americanos.A começar pelo porte (tem o... Leia mais
17 MAI

Clássicos: a geração que eliminou os anacronismos do Chevrolet Corvette

O C4 foi o primeiro Corvette sem uma grade dianteira (Christian Castanho/Quatro Rodas)Os anos 70 foram muito bons para o Corvette de terceira geração. Muito popular, o esportivo da Chevrolet celebrou o jubileu de prata em 1978 e, um ano depois, estabeleceu o recorde de 53.807 unidades produzidas.Foi um bom resultado até a chegada da quarta geração, cujas primeiras unidades deixaram a fábrica de Bowling Green em 1983.Vidro basculante atrás melhorava acesso às malas (Christian... Leia mais
17 MAI

Nissan discute novo ciclo de investimentos para América Latina

"Nossa operação é diferente da global. Temos entregado constantemente", disse o novo chefe da Nissan para a América Latina, o argentino Guy Rodriguez. Em um primeiro encontro com jornalistas desde que assumiu o cargo, no mês passado, o executivo tratou de descolar a região dos maus resultados obtidos pela montadora japonesa globalmente no ano passado. E afirmou que discute com a matriz um novo ciclo de investimentos. Em meio ao escândalo da prisão de seu ex-comandante, o... Leia mais
16 MAI

Ford Taurus SHO: um sedã americano com motor V6 Yamaha e injeção de F1

Grande rival dos carros japonese nos EUA tinha motor preparado pela Yamaha, que nunca produziu carros em massa (Silvio Porto/Quatro Rodas)Texto original de Eduardo PincigherSe era difícil lidar com a invasão dos carros japoneses nos Estados Unidos com os tradicionais sedãs americanos, a Ford resolveu o problema fazendo um carro parecido com eles.Foi o Taurus, lançado em 1988. O plano deu tão certo que em 1991 foi o quarto modelo mais vendido dos EUA, atrás da Ford F-150, GMC Sierra e... Leia mais
16 MAI

Segredo: novo Renault Logan terá menos mudanças que o Sandero

Nova frente tem grade com filetes cromados (INPI/Internet)A grande novidade da próxima reestilização do Logan — a terceira desde que o sedã chegou ao Brasil, em 2006 — é a estreia da inusitada versão aventureira Stepway.A traseira manterá o visual atual (INPI/Internet)O modelo, porém, não terá tantas novidades como seu irmão hatch.Ao contrário do Sandero, que terá uma traseira exclusiva (conforme antecipado em primeira mão por QUATRO RODAS), o Logan passará apenas por uma... Leia mais
16 MAI

Nissan começa a entregar o carro elétrico Leaf em julho; 16 foram vendidos

A Nissan confirmou para julho a entrega dos primeiros Leaf comprados na pré-venda, aberta desde novembro de 2018 mediante sinal de R$ 5 mil. De acordo com a marca, 16 unidades já foram vendidas - o elétrico sai por R$ 178.400 e é importado do Reino Unido. A partir de julho, o carro será vendido em 7 concessionárias de 6 cidades: duas em São Paulo e as demais em Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira... Leia mais