Novidades

30 ABR
BMW 325i E36: o carro que transformou o mercado brasileiro de importados

BMW 325i E36: o carro que transformou o mercado brasileiro de importados

Farol recebeu máscaras de vidro, porém formato redondo não foi abandonado. Eficiência aerodinâmica sem perder o estilo (Divulgação/Divulgação)

Em maio de 1990, o então presidente Fernando Collor abriu as importações de carros, isso mudou tudo.

Como todos já sabem, uma imensa variedade de marcas e modelos que até então habitava apenas o imaginário coletivo nacional começou a desembarcar no país. Só que a preços exorbitantes, claro, acessíveis apenas para as classes mais altas.

Isso obrigou a indústria nacional a entrar na briga e modernizar projetos que até então eram sucesso no mercado brasileiro, mas que passaram a ter suas limitações e anacronismos escancarados pelas novidades importadas. Assim, novas soluções de segurança, desempenho e design surgiram.

Mas a conversa aqui não é o legado dos importados na indústria nacional, e sim a mítica criada por eles em terras tupiniquins.

Feita pela divisão M, o M3 E36, tem câmbio manual, carroceria coupê e motor mais forte (Quatro Rodas/Quatro Rodas)

Dentre os modelos que chegaram, talvez, o mais emblemático e que marca essa nova era é o BMW 325i E36. Na época muito caro, o E36, chegou em 1991 e foi vendido até 1999, quando fora substituído pelo modelo E46.

O E36 foi sucesso em todo o mundo. Ele substituiu o não menos importante BMW E30, famoso pela versão M3, carro feito para as pistas que foi vendido nas concessionárias e se tornou automaticamente um mito.

O trabalho feito então pela Concessionária e Importadora Regino, que representava a BMW no Brasil na época, também merece destaque. Afinal de contas, rapidamente a empresa fez com que a marca ganhasse o status que ela tem até hoje no Brasil.

Carroceria conversível é um dos modelos de maior valor até hoje (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O E36 tem a receita que todo brasileiro amava e já tinha visto em vários carros, sendo o mais famoso deles o Opala: um motor seis-cilindros em linha com tração traseira, receita lendária da BMW. A diferença estava no desempenho, no design, na segurança, no acabamento refinado e, claro, no status.

Por falar em Opala, algumas versões do BMW 325i produzidas nos Estados Unidos tinham o mesmo câmbio usado pelo modelo nacional e depois pelo Omega, o que corrobora a similaridade de conceitos.

Versão M3 de carroceria Hatch, que nunca foi lançada pela BMW, mas imaginada (Divulgação/Quatro Rodas)

Chegando a 2020, quando o BMW 325i E36 já está com 29 anos, o carro continua sendo um sucesso e tendo um imenso mercado.

É cultuado por colecionadores como um futuro clássico, além de fãs que apreciam o prazer em dirigir um carro forte, bom de curva, bem equipado e com um custo baixo de aquisição.

A parte da manutenção não vamos colocar no papel, até porque aqui a questão é passional e não racional. Nas corridas, track days, ralis, exibições de drift e afins, o 325i também é figurinha carimbada, e aí a cena é global.

God Save The Wagons! A versão perua foi pouco vendida na época, mas hoje é muito procurada por entusiastas (Divulgação/Divulgação)

Vamos relembrar o primeiro teste feito por Quatro Rodas em maio de 1991, e depois correr para as lojas online à procura do melhor exemplar usado para colocar na garagem. Boa leitura!

Em seus nove anos de vida no Brasil, o 325i E36 teve diversos tipos de rodas, versões com câmbio AT de 4 ou 5 marchas e carrocerias sedã, cupê, conversível, hatch e perua (Divulgação/Divulgação)

O novo BMW 325i chega ao Brasil com a mesma raça de seus irmãos maiores

Por: Luiz Bartolomais Júnior

Os americanos estão loucos para conhecer o carro. Mas o privilégio de ser o primeiro país fora da Europa a receber a nova e redesenhada Série 3 da BMW, lançada em dezembro do ano passado, ficou com o… Brasil!

Para prestigiar a reabertura do mercado nacional aos importados, a fábrica alemã trouxe a terceira geração de seus modelos mais baratos e menores. Sorte nossa.

Foi o que percebemos ao testar o BMW 325i, versão síntese da atual Série 3: carros com dimensões modestas (4,43 m de comprimento), excelente desempenho, muito conforto e, principal atração, repletos de inovações tecnológicas.

São máquinas que aceleram de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos – mais de 2 segundos abaixo do Gol GTI, o primeiro do ranking Brasileiro –. ao mesmo tempo em que alcançam tranquilamente a nota 10 de nível de ruído.

A BMW colocou todos os aperfeiçoamento criados por seus engenheiros no 325i. Também “emprestou” algumas bem-sucedidas idéias utilizadas em irmãos maiores, como o 735i. E, para finalizar, acrescentou o toque esportivo a um carro com motor de 2 494 cm3 e seis cilindros em linha.

Rodas aro 15, 192cv, Freios ABS, e câmbio automático de 192cv. O sonho dos anos 1990 (Divulgação/Divulgação)

O novo 325i tem linhas levemente arredondadas, que alcançam o com coeficiente aerodinâmico de 0,32 e mantêm marcas fundamentais, como a grade em com dois retângulos. Para melhorar o Cx, foram necessárias algumas adaptações estilísticas.

Uma delas colocou uma placa de vidro diante dos intocáveis faróis redondos. outra inclinou o pára-brisa até 61 graus. A traseira ganhou design e até os espelhos retrovisores externos tiveram que passar pelo túnel de vento. Nada, entretanto, que escandalizasse.

A primeira surpresa surge ao se encontrar o câmbio automático de cinco marchas. A princípio, parece um contra-senso o uso desse sistema tão confortável num carro com pretensões mais ousadas de desempenho.

Um sedan de carteirinha: três volumes bem definidos (Divulgação/Divulgação)

Mas os alemães sabem o que fazem. Ao lado da alavanca existe um botão especial que permite três tipos de utilização do câmbio: normal (mais econômica), terrenos ruins (neve ou lama, por exemplo) e esportiva.

Nesse caso, o giro do motor chegou ao máximo de 6 200 rpm e as marchas entravam rapidamente. Não havia trepidações, apenas o ronco surdo e impressionante de 192 cv trabalhando a todo vapor.

Ao chegar à velocidade final de 193 km/h, o motorista se sente dentro de um autêntico esportivo. Com excelente estabilidade, direção precisa e, para sua comodidade, câmbio automático.

O Interior sóbrio, esconde equipamentos como bancos elétricos e computador de bordo (Divulgação/Divulgação)

Um toque no tal botão e pronto. É hora de economizar combustível na posição normal do câmbio. Os números, no entanto, são apenas regulares.

Na cidade, a média bateu em 7,49 km/l, razoável num carro com 1 330 kg. Impressionante mesmo foi o detalhe que apareceu no final do teste de consumo.

A ponta do escapamento estava branca. Era sinal de que o motor queimara o combustível totalmente, sem deixar os tradicionais resíduos que escurecem a tubulação.

O BMW 325i e36, conquistou o mundo, e até hoje é cultuado, por colecionadores, pilotos de track day, rallys, drift… (Divulgação/Divulgação)

O BMW conseguiu escapar da irregular gasolina Brasileira e o milagre deve ser creditado à moderna injeção eletrônica Bosch Motronic.

Aqui começa o show de tecnologia do BMW 325i. Não se espere, porém, uma exibição de luzes, painéis futurísticos e supercomputadores escondidos sob o capô. O carro alemão traz detalhes mais discretos, que, em compensação, facilitam a vida do dono.

A começar pela regulagem elétrica dos bancos (de couro), o teto solar elétrico e o ar-condicionado com controle individual. Três itens que o 325i imitou do irmão mais velho 735i.

Versão apimentada pela preparadora independente ALPINA: Visual mais esportivo e desempenho ainda melhor (Divulgação/Divulgação)

Desse mesmo modelo, ele também roubou o pequeno computador que pode ser conectado ao motor – uma ligação direta com os problemas do carro. Justamente para evitar quebras, o painel tem uma excelente novidade colocada ao lado de outros instrumentos de linhas tradicionais.

Um computador, avisa, por meio de pequenos leds coloridos, o momento certo das revisões, troca de óleo, etc.Mas a grande vedete é o check control, que informa, em seis idiomas, dados sobre o consumo, autonomia, defeitos e temperatura externa.

Mecânica clássica do BMW: Motor Seis cilindros em linha com tração traseira (Divulgação/Divulgação)

A tecnologia também está presente em dois detalhes imperceptíveis. Na nova Série 3, o tanque de gasolina foi colocado à frente do eixo traseiro e a salvo de colisões. Por sinal, em caso de acidente, a bomba de combustível desconecta-se automaticamente para minimizar riscos de explosão.

Já os cintos de segurança têm um mecanismo de pré-tensão. Numa batida, ele elimina a folga normal entre o cinto e o corpo do passageiro. Iso aumenta a eficiência do sistema e as chances de se escapar ileso.

Até hoje usado em competições, em sua época, participou de diversas competição, como a DTM, endurance entre outros (Divulgação/Divulgação)

A preocupação do BMW com a segurança chega ao extremo. Depois de muitos testes, os técnicos construíram uma cabine que resiste a impactos frontais de até 56 km/h. Além disso, as rodas passaram de 14 para 15 polegadas, o que possibilitou o aumento de até 39% na area dos discos.

Outro detalhe está na bem sacada entrada de ar embutida no para-choque que é usada para refrigerar os freios. Acrescente-se a isso o sistema antiblocante ABS, os excelentes pneus Michelin 205/60 ZR 15 e fica explicado como o BMW 325i consegue parar, a 120 km/h. em somente 60 metros.

O famoso Motor BMW M50, seis cilindros em linha e que depois ganhou VANOS, sistema variável de válvulas, para melhora ainda mais a performance. (Divulgação/Divulgação)

No imenso porta-malas de 435 litros e forrado com lá de carneiro está um bom exemplo da preocupação da fábrica com a perfeição. Parafusada internamente na tampa existe uma caixa de ferramentas tão bem acabadas que parecem material cirúrgico.

Elas mantêm o mesmo padrão de qualidade que se encontra no acabamento interno, no alarme que soa se o carro for rebocado (vale tudo para levar uma jóia de 120 000 dólares) ou no micro-filtro dentro do ar-condicionado que retém, segundo os alemães, 100% do pólen e 60% da poeira.

Luxo e conforto aliados a um motor forte, e um câmbio automático, muito esperto para sua época (Divulgação/Divulgação)

Essa quase infinidade de atrações faz a BMW sonhar com vendas de 300 000 unidades por ano desta Série 3. Bem acima da média de 185 000 de seus antecessores.

No Brasil, a fábrica e a importadora exclusiva Regino estarão satisfeitas se comercializarem 150 carros ou 0,05% do total mundial. Aos felizes compradores, nunca terá sido tão bom participar de uma minoria como essa.

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da edição de maio da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

19 DEZ
Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot juntas? Veja como será essa fusão no Brasil

Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot juntas? Veja como será essa fusão no Brasil

Você já deve ter lido que Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot – na verdade, os grupos FCA e PSA – poderão acabar fazendo parte da mesma empresa. Isso porque os dois já oficializaram o namoro que deverá ser se tornar no quarto maior fabricante de carros do mundo.Com total de 13 marcas (sem contar divisões as Abarth, Mopar, além da inativa SRT), a fusão deverá ter lucro operacional de 11 bilhões de euros. Para os ítalos-americanos, esse valor foi de 7,2 bilhões em 2018, contra 5,6... Leia mais
19 DEZ
Flagra: Caoa Chery Tiggo 8 terá motor de 200 cv e reconhecimento facial

Flagra: Caoa Chery Tiggo 8 terá motor de 200 cv e reconhecimento facial

Protótipo do Tiggo 8 flagrado nas ruas de Anápolis (GO) (Rogério Saran Carvalho/Quatro Rodas)O Caoa Chery Tiggo 8 é um dos cinco lançamentos que a operação sino-brasileira promete para 2020. Com produção prevista para Anápolis (GO), o SUV médio de sete lugares deve chegar no segundo trimestre.Foi justamente nas ruas da cidade goiana que um protótipo do utilitário foi flagrado pelo leitor Rogério Saran Carvalho.Apesar de usar a mesma plataforma dos Tiggo 5X e 7, o irmão maior... Leia mais
18 DEZ
Mais vivo que nunca, Lada Niva ganha painel moderno e equipamentos de luxo

Mais vivo que nunca, Lada Niva ganha painel moderno e equipamentos de luxo

Linha 2020 do modelo tem versão lameira (Divulgação/Lada)O Lada Niva foi lançado na Rússia – então União Soviética – em 1977 e veio ao Brasil logo após a abertura das importações, na década de 1990. E se por aqui ele já morreu, no país de origem continua vivo e acaba de receber novidades.O visual das versões de entrada continua fiel às últimas unidades que desembarcaram por aqui, com lanternas verticais. Mas, por lá, o SUV tem até opção com quatro portas e entre-eixos... Leia mais
18 DEZ
VW Tiguan ganha itens sem mudar preços para brigar com Compass e Equinox

VW Tiguan ganha itens sem mudar preços para brigar com Compass e Equinox

Versão R-Line recebeu novo sistema de som (Acervo/Quatro Rodas)A venda da linha 2020 do Tiguan Allspace já começou e o SUV médio da Volkswagen recebeu novos equipamentos de série. A versão de entrada, 250 TSI, recebeu revestimento em couro no volante, item que já equipava as versões superiores.Na versão intermediária, Comfortline, o motorista agora terá chave presencial para abertura das portas por aproximação e botão start-stop. A versão também recebeu painel de instrumentos... Leia mais
18 DEZ
Luz verde para PSA e FCA formarem a quarta maior fabricante do mundo

Luz verde para PSA e FCA formarem a quarta maior fabricante do mundo

O casamento rolou hoje e já se espera que o filho dessa união seja próspero: vem aí a quarta fabricante que mais vende no mundo (Arte/Quatro Rodas)O passo mais importante para o estabelecimento da fusão efetiva entre FCA e PSA acaba de ser dado – ainda resta uma etapa, a ser concluída entre 12 e quinze meses, mas os especialistas dizem se tratar de mera formalidade.Então, ao longo dos próximos anos será o momento de arrumarem a casa. Nem o nome da nova empresa está definido, mas a... Leia mais
18 DEZ
Perfil: esta família é campeã pilotando nos ralis… e também em fogões

Perfil: esta família é campeã pilotando nos ralis… e também em fogões

Reinaldo Varela, Nani e os filhos, Rodrigo, Gabriel e Bruno: família unida no off-road (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)São poucas as pessoas que conseguem conciliar suas principais paixões na vida. Aos 60 anos, o paulista Reinaldo Varela é um desses casos raros.Piloto brasileiro renomado de rali, ele compete sempre com a família a seu lado, roda pelo mundo inteiro e ainda encontra tempo para cuidar de uma rede de restaurantes.O tricampeonato na Copa do Mundo de Rally Cross Country com... Leia mais