Novidades

17 ABR
Clássicos: Porsche 356 tinha muito do VW Fusca, só que bem mais feroz

Clássicos: Porsche 356 tinha muito do VW Fusca, só que bem mais feroz

Seu apelido era Matador de Gigantes (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Porsche 356 nasceu na Áustria, em um barracão em Gmünd, a 130 km da fronteira com a Alemanha. Foi lá que os irmãos Ferry Porsche e Louise Piëch fundaram a Porsche Konstruktionen GembH, em 1º de abril de 1947.

Eram filhos de Ferdinand Porsche, preso por suspeita de colaborar com os nazistas na Segunda Guerra. Libertado em 1948, o professor Porsche teve envolvimento direto com o 356º projeto do seu escritório de engenharia automotiva.

Assim surgiu o protótipo 356/1: pesando só 585 kg, o esportivo com carroceria de alumínio trazia o conceito de motor central já explorado por Ferdinand no P-Wagen dos anos 30.

O motor de 1,1 litro e 40 cv era o mesmo do Fusca e proporcionava bons números em função da aerodinâmica apurada: 0 a 100 km/h em 23 segundos e máxima de 135 km/h.

A grade traseira dupla foi adotada a partir de 1961 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O problema do motor central é que barra de torção e braços da suspensão traseira ficavam atrás dos semieixos, acentuando a tendência ao sobre-esterço.

Como não havia tempo e capital para uma suspensão melhor, o jeito foi fazer o 356/2, com motor traseiro na mesma configuração do Fusca.

O cupê desenhado por Erwin Komenda foi exibido no Salão de Genebra de 1949 sem esconder a inspiração no Fusca.

O apoio de Heinz Nordhoff (presidente mundial da VW) foi essencial para o retorno da família Porsche a Stuttgart (Alemanha), onde Ferry iniciou a produção do 356/2. O monobloco de aço estampado era fornecido pela encarroçadora Reutter.

Ignição à esquerda e conta-giros central: tradição das pistas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Raríssimos, os 356 produzidos em Gmünd foram os únicos com carroceria de alumínio. Foi um deles que estreou com vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1951, dando início à hegemonia da Porsche na prova.

A festa da família só não foi completa devido ao falecimento do professor Porsche, ocorrido em janeiro daquele ano.

A evolução do 356 não demorou a acontecer: nesse mesmo ano, ele recebeu motor 1.3 de 44 cv, freios com tambores de alumínio aletado e amortecedores telescópicos.

O para-brisa inteiriço foi adotado em 1952 e, em 1953, surgiram novos para-choques, o motor 1.5 de 60 cv e o câmbio de quatro marchas sincronizadas.

O 356 fazia bonito frente a europeus mais potentes, como Jaguar, Alfa e Austin-Healey, até seduzir o austríaco Max Hoffman, representante informal da Porsche nos EUA.

Foi a seu pedido que a marca criou o 356 Speedster, em 1954, variação mais simples para as pistas, caracterizada pelo para-brisa mais baixo que o do conversível.

Cabine é do tipo 2+2 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Também foi em 1954 que adotou a barra estabilizadora dianteira e trocou o motor Volkswagen por outro desenvolvido em Stuttgart.

O motor de 1,5 litro e 60 cv cedeu lugar ao 528 com 1,5 litro de 70 cv: o comando de válvulas mais agressivo lhe rendeu a denominação 1500 Super.

Em 1955, surgiu o 356A com o lendário motor 547 e seus quatro comandos de válvulas nos cabeçotes: ele chegava a 100 cv, sendo o primeiro Porsche de rua a receber a denominação Carrera.

A dirigibilidade do 356A comum era favorecida pelo novo motor 1.6 de 60 cv. O diâmetro das rodas foi reduzido de 16 para 15 polegadas e a direção e suspensão foram revistas.

O Carrera 1600 GS de 1959 trocou o motor 547 pelo 692 (1.6 de 115 cv). No mesmo ano, surgiu o 356B com para-choques mais altos e novos faróis.

A versão Super 90 trazia pneus radiais e um motor 1.6 de 90 cv, enquanto o motor 692 do Carrera 1600 GT chegava a 134 cv. O último retoque do 356 ocorreria em 1961, com capô redesenhado e maior área envidraçada.

Motor traseiro favoreceu a praticidade e a tração em arrancadas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O 356 chegaria ao ápice em 1962 com o 2000 Carrera 2 GS, com um 2.0 de 130 a 160 cv, segundo a configuração. Os freios a disco só seriam adotados no 356C de 1963, como este exemplar que pertence ao colecionador paulistano Lucas Chahin.

No total, 76.313 carros foram produzidos até 1965, número respeitável por se tratar de um esportivo caro e exclusivo. O 356 foi sucedido pelo mítico 911, que ainda hoje sustenta o prestígio de uma família toda dedicada à engenharia automotiva.

Motor: 4 cilindros opostos de 1.582 cm3; 75 cv a 5.200 rpm; 12,5 mkgf a 3.600 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas
Carroceria: fechada, 2 portas, 4 lugares
Dimensões: comprimento, 401 cm; largura, 166 cm; altura, 127 cm; entre-eixos, 210 cm; peso, 935 kg
Desempenho: 0 a 100 km/h em 12,3 s; velocidade máxima de 171 km/h

(Dados oficiais)

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

12 NOV
Dirigimos o novo McLaren GT: mais esportivo e confortável que os rivais

Dirigimos o novo McLaren GT: mais esportivo e confortável que os rivais

McLaren GT chega este mês ao Brasil (Divulgação/McLaren)A McLaren lança este mês no Brasil seu mais novo modelo, o McLaren GT. A novidade não é propriamente um segredo porque a Eurobike, que representa a marca no país, já havia informado que o modelo chegaria no segundo semestre de 2019.A empresa, porém, não revelou a data precisa do evento e nem divulgou outras informações que serão reveladas somente na aparentação do carro, como o preço por exemplo.Na Europa, o McLaren GT... Leia mais
12 NOV
Novo Kia Optima cresce e ganha a lanterna do Hyundai Sonata

Novo Kia Optima cresce e ganha a lanterna do Hyundai Sonata

O veículo pode ter rodas entre 16 e 19 polegadas, ficando a critério do comprador (Kia/Divulgação)A Kia quer fincar pé de uma vez por todas no segmento de sedãs médios como se pode ver pela avant-premiere da sexta geração do Optima.Apresentado estatica e parcialmente (revelando apenas o exterior) na Coréia do Sul como K5, ele começará a ser vendido por lá em dezembro e deve chegar à Europa e aos Estados Unidos em 2020.Desenho do teto parece acabar no meio da tampa do... Leia mais
12 NOV
Fiat Toro ganha capota rígida em nova versão de R$ 165 mil

Fiat Toro ganha capota rígida em nova versão de R$ 165 mil

A Fiat lançou nesta terça-feira (12) uma nova versão da picape Toro. Chamada de Ultra, ela custa R$ 164.990, e traz como maior atrativo a capota rígida com abertura para cima. A Toro Ultra será poisicionada como opção topo de linha, ao lado da Ranch. Ela traz motor 2.0 turbodiesel de 170 cavalos, câmbio automático de 9 marchas e tração 4x4. Toro 2020 ganhou leve retoque no visual Segundo a Fiat, a nova capota possui proteção anti-furto, alça auxiliar para... Leia mais
12 NOV
Recall: airbags dos Renault Duster e Oroch podem falhar

Recall: airbags dos Renault Duster e Oroch podem falhar

Renault convoca recall por falha nos airbags (Rodolfo Buhrer/Divulgação)A Renault anunciou que vai realizar a partir desta terça-feira (12) um recall de todas as versões de Duster e Duster Oroch, fabricadas entre 14 de setembro de 2016 e 19 de junho de 2019.São 10.852 unidades envolvidas. Desse total, 7.094 pertecem ao SUV e as outras 3.758 são da picape.Para o crossover, os chassis (não sequenciais) envolvidos vão de HJ474607 até J600336, de KJ746823 até J797677 e de LJ002318 até... Leia mais
12 NOV

Para Susep, modelo do DPVAT era ineficiente e 'havia uma corrupção enorme'

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia, considerou que o modelo do Seguro DPVAT "tinha muitos problemas, era ineficiente e havia uma corrupção enorme”, disse a superintendente Solange Vieira, nesta terça-feira (12), em São Paulo, ao Valor Econômico. A Susep é quem fiscaliza a Seguradora Líder, atual gestora do DPVAT, e disse ter sido consultada pelo ministério antes de o governo anunciar, na última segunda... Leia mais
12 NOV

SP teve 39 mil indenizações do seguro DPVAT pagas em 2018

O estado de São Paulo teve 39.176 indenizações pagas nas três modalidades de coberturas do seguro de veículos Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT): morte, invalidez e despesas com assistência médica. Na segunda-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro acabou com o seguro obrigatório a partir do ano que vem. Ao todo, mais de 328 mil indenizações foram pagas no país no ano passado. Na cidade de São Paulo foram pagar 8.177 mil indenizações em 2018. Os... Leia mais