Filtro paralelo, da marca Power Clean (acima) foi colocado pela concessionária que fez a revisão. Quando descobrimos, compramos um original, da marca Micronair (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O Citroën C4 Cactus, em si, continua proporcionando tranquilidade: apenas críticas de baixa relevância ao longo de 40.000 km. Na análise da rede, no entanto, nada de tranquilidade.
Na parada dos 30.000 km, feita na Saga de Brasília (DF), dois meses atrás, a liberação do carro com a direção vibrando por desbalanceamento decepcionou. Agora, a situação foi ainda mais grave.
Para a quarta revisão, escolhemos a paulistana Green Nações Unidas, uma concessionária Peugeot habilitada a atender também modelos Citroën.
Ao deixar o Cactus, empurroterapia: “O consultor sugeriu uma higienização do ar e limpeza dos bicos injetores de combustível. Uma prática que há tempos não ouvia”, diz o piloto de teste Leonardo Barboza.
De extra, pedimos apenas alinhamento, balanceamento e rodízio. Pelo WhatsApp, a Green ofereceu os serviços de cristalização de pintura (R$ 500) e limpeza do motor (R$ 200), que também negamos.
No detalhe, a extremidade dos filtros paralelo (branco) e original (azul). Irregular, a peça paralela parece ter sido recortada à mão (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Na retirada, pagamos R$ 940 à vista – no site, o valor sugerido é de R$ 997 – mais R$ 149 de alinhamento.
Aparentemente estava tudo certo na retirada, mas a gente sabe que as aparências enganam. O que não imaginávamos é que uma autorizada tentaria passar a perna em seu cliente.
“Todos os itens com troca prevista no plano de manutenção foram substituídos. Só estranhei o filtro de cabine, que parece ter tido as bordas recortadas para caber na base”, disse o consultor técnico, Fabio Fukuda, que vistoria os carros de Longa toda vez que eles passam por revisão.
“Para piorar, o filtro é da marca Power Clean, que, segundo a própria PSA, não é fornecedora oficial da Citroën. O filtro original é da Micronair. Ou seja, a Green colocou em nosso carro uma peça paralela e com indícios de adaptação”, diz o editor de Longa Duração, Péricles Malheiros.
Consultada, a marca respondeu: “Reiteramos que o caso relatado pela revista QUATRO RODAS configura uma violação grave de nossas regras e padrões de qualidade de serviços. A Citroën garante que os fatos serão devidamente apurados e todas as medidas cabíveis serão tomadas”.
Após o episódio, compramos o filtro (original, claro) e restauramos nosso carro ao padrão da fábrica.