As informações fornecidas por carros conectados geram oportunidades de negócios (Índio San/Quatro Rodas)
Não faz muito tempo, a função dos veículos se resumia ao transporte de pessoas, bens e mercadorias. Com o advento da conectividade, porém, carros e caminhões tornaram-se importantes geradores de informações.
Do ponto A ao ponto B, um veículo conectado pode informar coisas como localização, destino, previsão de chegada, velocidade, consumo, comportamento do motorista, rotas preferidas, condições do trânsito, estado das vias, localização de lojas e postos de serviços, parques e pontos de interesse, entre outros dados.
A consultoria inglesa IHS Automotive estima que até 2025 haverá 2 bilhões de carros conectados circulando pelas ruas e estradas do planeta, sendo que cada veículo desses produzirá em média, cerca de 30 terabytes de informação por dia.
Estima-se que até 2025 haverá 2 bilhões de carros conectados circulando pelas ruas e estradas do planeta (Bosch/Divulgação)
Essas informações podem ser usadas para os diferentes fins, criando oportunidade para os mais diversos tipos de negócio. Algumas seguradoras, por exemplo perceberam o potencial da conectividade e já monitoram os motoristas via aplicativos de celular.
A equação é simples: conhecendo os hábitos dos motoristas, elas podem calcular o risco do contrato e cobrar de acordo com ele: os mais problemáticos pagam mais, os menos pagam menos.
No futuro, porém, os carros poderão fornecer informações mais precisas e em maior volume, possibilitando uma análise mais criteriosa e assertiva do risco.
Conhecer horários, locais de circulação e maneira como o motorista faz curvas, freia e acelera é mais eficaz do que saber idade, sexo e endereço do segurado.
Por meio de uma conexão digital, o motorista poderá acessar o cardápio do restaurante e encomendar um sanduíche (Divulgação/Internet)
Outro exemplo vem da parceria entre a FCA e o McDonald’s para facilitar a vida dos compradores de lanches pelo sistema drive-thru.
Por meio de uma conexão digital, o motorista poderá acessar o cardápio do restaurante, encomendar o sanduíche de sua preferência, fazer o pagamento da encomenda e escolher a unidade mais próxima para retirar a compra, sem perder tempo em longas filas.
Segundo a FCA, os testes do sistema terão início no primeiro semestre deste ano, com consumidores espalhados pelo Brasil. E o objetivo é colocá-lo em funcionamento regular o quanto antes.
A Ford desenvolveu um sistema que permite estudar o trânsito das cidades (Divulgação/Ford)
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a Ford desenvolveu um sistema que permite estudar o trânsito das cidades, cruzando informações dos veículos com a localização deles nas ruas.
Pontos onde se verifica a ocorrência de frenagens bruscas, por exemplo, podem indicar lugares com risco de acidente. Baixas velocidades médias em determinados trechos podem revelar a necessidade de intervenções para melhorar o fluxo dos carros.
Em um estudo experimental na cidade de Ann Arbor, no estado de Michigan, a Ford identificou áreas que não eram atendidas por transporte público, descobrindo aí uma oportunidade de negócio.