Novidades

08 ABR
Grandes Comparativos: o pujante Ford Escort XR3 turbo encara o XR3 comum

Grandes Comparativos: o pujante Ford Escort XR3 turbo encara o XR3 comum

Em 1989, o Escort XR3 não mudou nada comparado à linha 88, exceto por um Kit turbo da Garrett que mudaria tudo naquele ano (Jorge Meditsch/Quatro Rodas)

Artigo publicado originalmente na edição de dezembro de 1988.

Já que o Ford Escort XR3 89 não tem maiores novidades – só as cores do ano e o padrão do tecido –, o jornalista Douglas Mendonça o comparou com um pequeno turbo que está sendo lançado em kit especialmente para ele.

Os resultados foram espantosos. Claro que o carro com turbo andou bem mais. Surpreendente foi ele ter andado tão mais e sobretudo com tanta agilidade – com elasticidade para ultrapassagens dignas de um autêntico esportivo.

Escort XR3 de 1989 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Parece milagre. Nosso combalido Escort “esportivo” e seu velho e resistente motor se transfiguraram com o miniturbo (chamado Garrett T2) e deram um show de desempenho capaz de deixar para trás qualquer carro nacional de série.

Veja os números. O XR3 com turbo acelerou de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos (o modelo original levou 12,45 segundos) e atingiu a velocidade máxima de 183,7 km/h (o outro fez 159,33 km/h).

São diferenças consideráveis e que, em geral, só a adição de um turbo não é suficiente para produzir.

O mais impressionante não foram esses números, mas os das retomadas. Todos os turbos que já testamos ou perdiam do modelo original nesse item ou no máximo empatavam.

Explica-se: em geral o turbo eleva o desempenho nas altas rotações, mas “amarra” o carro nas baixas – e as medições de elasticidade (retomada) são feitas a partir dos 40 km/h e em 5ª marcha.

Com este não houve nada disso: o XR3 foi de 40 a 100 km/h, numa progressão firme e segura,  em apenas 21,15 segundos (contra 26,33 segundos sem turbo).

Na retomada até 120 km/h, a diferença foi ainda mais expressiva: 25,57 segundos (contra 35,85 sem turbo). Parece até que o carro tem motor 2.0 – e em várias situações com desempenho superior aos existentes aqui.

Essa elasticidade é realmente a grande virtude da feliz conjugação do velho motor do Escort e do novo turbo. O carro mantém bom fôlego mesmo nos momentos de maior esforço.

Por mais íngreme que seja a subida, enquanto o modelo normal perde velocidade e exige pacientes trocas de marcha, o turbo mantém tranquilamente os 100 km/h, bastando dar um leve toque no acelerador.

Interior do Escort XR3 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

E sem os trancos típicos de certos carros com turbo improvisado e do próprio XR3 comum. Não há trancos porque a carburação imposta pelo turbo é rica e ele funciona o tempo todo.

Aliás, o bom torque do motor CHT do XR3 nas baixas rotações não só é aumentado como ocorre em rotações ainda mais baixas: os 12,9 mkgf a 4.000 rpm do torque do XR3 transformam-se em 17 mkgf em apenas 3.600 rpm.

Isso se traduz num rodar suave e cômodo, com menos trocas de marcha e com boa potência: 105 cv (contra 86 cv sem turbo).

E, apesar do acréscimo de cavalos, o comportamento do carro se mantém bom: suspensão, estabilidade, freios, tudo reage com eficiência – o que significa que o XR3 é uma boa base para receber o motor 1.8 do Gol GTS no próximo semestre, como promete a Autolatina.

Chegou a hora de perguntar pelo preço de tudo isso. Não o do kit, que é simples, mas a consequência de seu uso em termos de consumo e vida útil do motor.

Todo turbo aumenta o consumo: neste caso, 25,6% a mais na estrada a 100 km.h e 29,1% no trânsito urbano pesado.

E, por exigir mais do motor, pode diminuir sua vida útil: em que medida isso pode acontecer, depende de como ele é usado. De qualquer modo, quem quiser transformar seu XR3 numa fera tem aí a solução.

O Kit Turbo, que continha turbina, coletor, bomba de combustível, distribuidor e carburador (Jorge Meditsch/Quatro Rodas)

A turbina especialmente feita para o XR3 funciona como um estimulante para o motor CHT, extraindo dele toda a força possível.

Um dos segredos desse resultado é seu pequeno tamanho e leveza – por isso, requer pouca força para girar, o que garante respostas imediatas ao mais leve toque do acelerador.

Além disso,  funciona desde as rotações mais baixas, facilitando as acelerações e retomadas imediatas – basta olhar o manômetro do turbo instalado no painel, indicando já nas baixas velocidades a pressão de 01 a 02 kg/cm2.

E não há perigo de a pressão ultrapassar um nível indesejável para a saúde do motor: ela já está limitada ao máximo de 0,5 kg/cm, o que só pode acontecer em situações de muito esforço, como uma longa subida em alta velocidade.

De qualquer modo, convém não abusar dessas situações: o velho motor precisa de um repouso de vez em quando.

Quando extrai do motor a potência máxima – 105 cv à mesma rotação de 5600 rpm do CHT sem turbo –, a turbinazinha está girando a 130 000 rpm.

Altos giros, portanto, que exigiram balanceamento muito preciso em sua construção.  Nesse projeto, a Garrett buscou simplicidade e baixo custo. Assim a válvula de alívio da pressão já é incorporado à turbina, simplificando o kit.

Também se tentou utilizar o coletor de escapamento original do motor, para baratear o custo, mas não foi possível: a lubrificação da turbina não ficava perfeita e a temperatura na entrada do coletor subia demais.

Foi projetado novo coletor, que baixou a temperatura. Ao mesmo tempo, foram desenvolvidos novos carburador (em conjunto com a Weber), distribuidor e bomba de combustível, tudo fazendo parte do kit.

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da edição de abril da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

05 MAR
O desconhecido esportivo de 1.250 cv que foi sozinho ao Salão de Genebra

O desconhecido esportivo de 1.250 cv que foi sozinho ao Salão de Genebra

– (Czinger/Divulgação)O Salão de Genebra, na Suíça, foi cancelado oficialmente após os casos de Coronavírus como adiantou QUATRO RODAS na última semana.O evento aconteceria entre esta semana e a próxima, mas o governo do país decretou uma lei que proíbe a realização de eventos com mais de 1.000 pessoas reunidas antes do dia 15 de março.Com o cancelamento do evento, todas as marcas desistiriam de ir ao Salão… ou quase todas.– (Czinger/Divulgação)Na contramão de todas as... Leia mais
05 MAR
Quer uma perua? Com fim da Weekend, restam 5, todas acima de R$ 200.000

Quer uma perua? Com fim da Weekend, restam 5, todas acima de R$ 200.000

Desde que a Fiat Weekend foi aposentada no Brasil, já não resta nenhuma perua nacional à venda. E, pior que isso, não há opções abaixo dos R$ 213.950 – o Volvo V60 é o modelo mais barato da categoria atualmente.Para os fãs desses veículos familiares (que não cederam aos SUVs) e não querem levar o modelo sueco a casa, sobram apenas quatro alternativas: Audi A4 Avant e RS 4, Mini Clubman e Porsche Panamera Sport Turismo.Confira os detalhes de cada “sobrevivente”:O modelo atual... Leia mais
05 MAR
Peugeot Landtrek: picape terá motor diesel mais fraco que Hilux, S10 e cia

Peugeot Landtrek: picape terá motor diesel mais fraco que Hilux, S10 e cia

Peugeot Landtrek chega ao Brasil até 2022 (DIvulgação/Peugeot)Anunciada oficialmente no dia 20 de fevereiro, a Peugeot Landtrek, picape que chega para competir com Toyota Hilux, Ford Ranger, Chevrolet S10 e VW Amarok, deve desembarcar no Brasil somente em meados de 2021 ou início de 2022.Entretanto, os detalhes do modelo já foram revelados para o mercado argentino, que receberá primeiro a picape. Haverá versões em cabine simples e dupla com duas opções de motor.Modelo tem carga útil... Leia mais
05 MAR
BMW X6, “pai” dos SUVs cupês, fica maior e mais potente por R$ 514.950

BMW X6, “pai” dos SUVs cupês, fica maior e mais potente por R$ 514.950

– (Divulgação/BMW)A linha 2020 do BMW X6 chegou ao Brasil na versão xDrive40i. O SUV cupê anabolizado da marca alemã é fabricado nos Estados Unidos e desembarca por aqui custando R$ 514.950.O motor seis-cilindros 3.0 TwinPower Turbo dá 340 cv – 34 cavalos a mais que a geração anterior – e 46 mkgf de torque ao veículo. O câmbio é automático com oito marchas e a tração é integral.O trem de força leva o carro à máxima de 250 km/h e gera uma aceleração de 0 a 100 km/h em... Leia mais
05 MAR
Toyota Hilux V6 de 234 cv chega ao Brasil mais barata que versão a diesel

Toyota Hilux V6 de 234 cv chega ao Brasil mais barata que versão a diesel

Versão tem apelo esportivo e tração 4×4 (Divulgação/Toyota)A Toyota já oferece no Brasil a série especial GR-S da Hilux equipada com motor V6 4.0 a gasolina de 234 cv herdado do SUV irmão SW4, conforme anunciado em novembro do ano passado.Provisoriamente a picape média mais potente de nosso mercado – pelo menos até a chegada da VW Amarok V6 recalibrada, que deve ocorrer na próximas semanas –, a Hilux V6 já aparece no site oficial da marca pelo preço sugerido de R$... Leia mais
05 MAR
Guia de usados: Chevrolet Spin é imbatível na relação custo/benefício

Guia de usados: Chevrolet Spin é imbatível na relação custo/benefício

A versão Active7 chegou em 2018 trazendo o novo visual da Spin (Christian Castanho/Quatro Rodas)Lançada em 2012 (já linha 2013), a Spin chegou com a árdua tarefa de, numa só tacada, substituir dois modelos de sucesso da GM: a Meriva e a Zafira. E foi outro sucesso.A versão mais procurada é a LTZ com sete lugares e câmbio automático GF6, de seis marchas: bem escalonado, ele consegue explorar as limitações do arcaico motor Econo.Flex 1.8, com razoáveis 17,1 mkgf de torque e parcos... Leia mais