Novidades

02 ABR
Grandes comparativos: os envenenados Opala-E, Fusca Envemo e Corcel-Bino

Grandes comparativos: os envenenados Opala-E, Fusca Envemo e Corcel-Bino

Este foi um comparativo feito e escrito pelo saudoso Expedito Marazzi para edição de Abril de 1970 da Revista Quatro Rodas. Na época existiam varias preparadoras de carros no Brasil.

E o termo veneno, era visto sempre nas edições da revista. Aqui ele analise três clássicos Brasileiros, que vão trazer grandes lembranças da década de 1970. Confira:

 (Quatro Rodas/Reprodução)

De categorias muito diferentes, o Opala 3800, o Corcel e o Volkswagen Fusca 1300 não podem ser comparados em termos de desempenho. Mas, quando bem envenenados, esses carros passam a ter performance semelhante em alguns pontos, conforme demostraram nossos testes.

E com a preparação bem feita, na medida justa, o veneno da máquina, além de individualizar o carro, proporciona maior prazer, graças ao melhor rendimento.

Com a produção de novos carros, surgiram novos venenos. O Corcel foi o primeiro a receber a preparação Bino, que modifica o aspecto externo do carro, tornando-o mais agressivo, e dá mais potência ao motor.

Depois veio o Opala 3800, com preparação Envemo, ou como é conhecido, Opala-E; por fim, o Volkswagen 1300, com o motor alterado para 1700 cc, também pela Envemo.

Testamos os três carros e gostamos de todos. Tanto o Corcel-Bino como o Opala-E são vendidos pelos revendedores oficiais das marcas, sob pedido e com a garantia de zero quilômetro.

Mas quem já tem um Corcel ou Opala normais pode pedir somente a preparação. Para o Volkswagen, o equipamento Envemo pode indiferentemente ser adaptado ao sedã 1300, ao Karmann-Guia 1500 ou ao quatro-portas 1600.

 (Quatro Rodas/Reprodução)

Como o motor do Opala 3800 já tem um enorme torque original, resultante da alta cilindrada e de suas características de motor de seis cilindros em linha, o trabalho do envenenador resume-se na alimentação mais perfeita para as altas rotações.

A equipe Envemo substituiu o coletor de admissão por outro, de dois carburadores, aproveitando o original e colocando outro igual; trabalha também o cabeçote, polindo-o e acertando os orifícios de admissão e escape; aumenta a taxa de compressão para 8,5:1, através de seu rebaixamento e, apenas com isso, aumenta os 125 HP originais para 150.

Como opção pode-se instalar o câmbio de quatro marchas, com alavanca no assoalho (o mesmo câmbio do Chrysler GTX). O painel, retrabalhado, recebe um jogo completo de instrumentos, com um conta-giros pequeno e bonito, mas difícil de ser lido, um termômetro de água e outro de óleo; manômetro de óleo e amperímetro.

O banco único é substituído por dois individuais e um console central, mas o volante é o mesmo do Opala original, o que nos pareceu destoar do conjunto modificado: o modelo OPALA-E deveria ser equipado com um mais esportivo, tipo o Walrod ou similar. Os pneus, porém, são trocados por outros, E70-14, garantidos até 200 Km/h.

Opala-E alcançou a velocidade máxima de 176,88 km/h, a 4500 rpm, na média das quatro passagens. A melhor delas, com vento de cauda, chegou aos 180 km/h reais.

Em relação ao modelo standard de seis cilindros que testamos antes, o aumento de velocidade é de cerca de 10 km/h, que torna o Opala-E o carro mais veloz entre os nacionais (o Dart fez 175 km/h). A aceleração é muito boa, graças ao câmbio de quatro marchas e ao torque maior do motor, que, entretanto, demora um pouco mais a aparecer, em consequencia da nova carburação.

Por isso é preciso esticar mais as marchas do que no modelo original: e envenenado começa a responder acima das 2000 rpm, enquanto que no standard isso já acontece a 1500 rpm.

Para os carros com motor Envemo, mas sem câmbio de quatro marchas, andar em ruas de trânsito congestionado é mais trabalhoso.

Em linhas gerais, o carro agrada. A suspensão originais é mais macia que o ideal para curvas de baixa velocidade no limite, e os freios, também originais, não são seguros como deviam para velocidades superiores a 150 km/h.

Há também pequena tendência ao superaquecimento nas altas velocidades prolongadas. Fora essas três restrições, entretanto, o carro deixa satisfeito quem gosta de velocidade: saindo na raça, os pneus cantam em primeira e em segunda, e a agulha do velocímetro está sempre nas velocidades mais elevadas.

O consumo é um pouco maior do que o do Opala normal: em algumas faixas ele cresce bem, mas em outras é aproximadamenteo mesmo, graças à maior potência disponível, que exige menor abertura da borboleta do carburador.

Na média geral podemos considerar os índices entre 4,5 e 6 quilômetros por litro de gasolina azul (com amarela ele bate um pouco o pino).

Carroceria ganha capo com entrada de ar falsa, além de faixas constrastantes com a pintura a gosto do cliente (Quatro Rodas/Reprodução)

Partindo do cupê Corcel standard, a Bino Veículos vende o Corcel-Bino pronto, com garantia de novo, por NCr$ 20 500, preço que inclui o motor aumentado por 1500 (kits de maior diâmetro), dupla carburação (um coletor que aproveita o carburador original e adota outro igual), escapamento Kadron, rodas de magnésio com pneus cinturados aro 13 e um painel completo de instrumentos colocados também no console central. Uma luz direcional de leitura no teto, do tipo as de avião, dá mais encanto ao carrinho.

 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A pintura externa original, recebe faixas contrastantes a gosto do cliente, que também pode escolher o capô com uma entrada de ar falsa. Em suma, o aspecto do cupê Corcel-Bino lembra muito o de um carro esportivo europeu.

Na estrada o Corcel-Bino é muito mais ágil do que o modelo normal. Sua faixa de torque – ao contrário do que se poderia esperar de um motor envenenado – ampliou-se ao invés de diminuir. Por isso ele responde rápido quando se pisa no acelerador, sem que haja necessidade de mudar muito as marchas.

 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Portanto, ao invés de exigir uma condução mais especializada, o Corcel-Bino pode ser dirigido mais facilmente do que o Corcel original por qualquer motorista.

A posição ao volante é boa, a normal do Corcel, e os bancos, reguláveis também na inclinação do encosto, como no Corcel GT. A direção é esportiva, do pequeno diâmetro da Formula 1. No conjunto, o motorista sente-se muito bem ao volante do Bino.

 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A grande vantagem do Bino: pode-se andar em alta velocidade o tempo todo, usando e abusando dos giros, que a temperatura da água não passa de 85ºC, e a do óleo mantém-se a 80ºC, embora a velocidade máxima do carro não seja grande: a média das quatro passagens foi de 145,16 km/h reais, enquanto que a melhor passagem foi um pouco maior, 146,43 km/h.

A aceleração, entretanto, é superior à do carro normal, o que aumenta o prazer de dirigir o Bino em qualquer circustância.

Seu consumo é maior do que o do Corcel normal, mas a diferença é pequena, podendo-se apontar a faixa entre 6,5 e 8 quilômetros por litros como a usual, o que, considerado o desempenho do carro, nos parece bom.

Quanto aos freios, os mesmo de série, achamos bons e suficientes para as condições do Bino.

 (QUATRO RODAS/Reprodução)

São muitos os fabricantes dos materiais básicos do veneno (kits compostos de camisas, pistões, anéis e pinos para aumento de cilindrada) para o motor 1600 do sedã quatro-portas, da Variant e do KG 1600.

Por serem vários os preparadores, selecionamos um carro que pode ser considerado meio termo na escala dos venenos da Volkswagen: o de motor 1700, preparado pela Envemo, com camisas de 88mm de diâmetro e virabrequim original.

A carburação foi desenvolvida a partir de cabeçotes de dupla entrada (originais do motor 1600) e dois carburadores de Simca. O conjunto de cora e pinão, mais longo, é da própria Envemo.

O comando do carro testado é o de um Puma tipo P-2, como na maioria dos VW mexidos, e o escape é também diferente. Quanto ao aspecto eterno, o VW-Envemo não difere em nada de um Fusca comum, a não ser pelas rodas de magnésio aro 13 com pneus 165-13.

A posição de dirigir o VW-Envemo é igual à dos demais sedâs 1300. A diferença interna está no painel esportivo, com conta-giros e termômetro de óleo, que no motor Volkswagen envenenado tem importância fundamental.

A velocidade máxima na média das quatro passagens foi de 156,52 km/h reais, sem que houvesse dificuldades para dirigir, apesar dos comentários de que um sedã VW em alta velocidade fica com a frente tão leveque não pode ser controlado.

Em termos relativos (a velocidade máxima real do sedan VW original é de 115 km/h), a marca obtida é excepcional.

A aceleração do VW-Envemo, também é impressionante. Muito carro de grande cilindrada, mesmo importado, fica para trás quando abre o sinal.

Os freios do carro são a disco nas rodas dianteiras, e o carro para mesmo, em qualquer velocidade sem problemas graves de fading. Tais freios são um aperfeiçoamento da Envemo, que os está colocando agora no Mercado.

Apesar da alimentação mais racional dos dois carburadores, o motor é muito brabo, e por isso as médias de consumo que obtivemos não são das melhores: variam entre 7 e 11,5, quilômetros por litro de gasolina azul, sem consumo sensível de óleo.

 (QUATRO RODAS/Reprodução)

Há um problema, porém, para quem queira ter VW-Envemo 1700: a temperatura de óleo, que, mesmo com o radiador suplementar colocado na entrada de ar da ventoinha, chega a níveis críticos. A partir de 120ºC, a viscosidade do óleo cai muito e com ela a pressão interna do sistema. Se for mantida grande velocidade por longo tempo, numa estrada com a rodovia Castelo Branco, o motor pode fundir-se.

Assim, a utilização do carro deve limitar-se de preferência à cidade e a pequenos trechos de estrada, quando se deseja andar de pé embaixo.

Nas grandes viagens, para assegurar a chegada é necessário limitar a velocidade de cruzeiro uns 70% da máxima, ou seja, manter o carro entre 110 e 120 km/h.

Para não ter essas preocupações,  deve-se adotar um reservatório suplementar de óleo, um radiador na frente do carro e a segunda bomba de óleo,  para manter a pressão do sistema elevada. A Envemo vende esse equipamento suplementar para competições.

 (QUATRO RODAS/Reprodução)

 (QUATRO RODAS/Reprodução)

 (QUATRO RODAS/Reprodução)

 (QUATRO RODAS/Reprodução)

 (Quatro Rodas/Reprodução)

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

16 MAI

Governo anuncia R$ 7,5 bilhões de investimento da Fiat Chrysler e geração de 9 mil empregos em quatro anos

A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) anunciou um investimento de R$ 7,5 bilhões e a geração de nove mil empregos diretos em Pernambuco até 2023. O anúncio foi feito, nesta quinta (16), pela empresa e pelo governo estadual, em um evento no Palácio do Campo das Princesas, no Centro da capital. A solenidade marcou os quatro anos de inauguração da fábrica localizada em Goiana, no Grande Recife, que emprega, atualmente, 13.600 pessoas. Participaram do evento o presidente da FCA para... Leia mais
16 MAI

GM vai dar folga aos operários para frear produção da S10 na fábrica de São José, SP

Trabalhadores da fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) serão dispensados do expediente, por meio de um mecanismo chamado 'day-off', por dois dias na próxima semana. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos. Segundo a entidade, o expediente será suspenso nos dias 20 e 21 de maio apenas no setor que produz a caminhonete S10 - a medida deve atingir cerca de 1,8 mil empregados. A fábrica de motores vai funcionar normalmente. O motivo da paralisação na... Leia mais
16 MAI

Usain Bolt lança linha de patinetes elétricos em Paris

Usain Bolt entrou no segmento de mobilidade lançando sua rede de patinetes elétricos compartilhados. Chamado de Bolt Mobility, o serviço está disponível em algumas cidades americanas e agora chega às ruas de Paris. O plano da empresa é expandir os patinetes Bolt para 20 cidades europeias até o ano de 2020. No Estados Unidos, os veículos já estão espalhados pelas cidades de For Lauderlade, na Filadélfia, e Alexandria e Arlington, na Virgínia. O preço para o mercado... Leia mais
16 MAI

Estão tentando instalar kit GNV em uma Ferrari F12berlinetta no Brasil

Esportivo saiu de linha há dois anos, mas ainda vale R$ 2,5 milhões (Divulgação/Ferrari)A Ferrari F12berlinetta foi substituída pela 812 Superfast em 2017, mas ainda impõe respeito. Seu motor V12 6.2 gera 740 cv a 8.500 rpm e 70,3 mkgf de torque a 6.000 rpm. Isso com gasolina, claro. A novidade é que uma oficina do Rio de Janeiro (RJ) quer converter um exemplar do superesportivo para GNV. É sério.Esportivo tem motor V12 de 740 cv (Divulgação/Ferrari)Em vídeo publicado no... Leia mais
16 MAI

Start-up alemã apresenta protótipo de táxi voador

A start-up alemã Lilium apresentou nesta quinta-feira (16) um protótipo de táxi voador, uma tecnologia em que muitas empresas no mundo já estão trabalhando e que pode revolucionar o transporte urbano. Moto voadora começa a ser vendida por US$ 380 mil antes mesmo de ficar pronta O veículo de cinco lugares é equipado com 36 motores elétricos com operação semelhante à dos reatores e tem alcance de 300 quilômetros, com velocidade máxima de 300 km/h. Este modelo faz... Leia mais
16 MAI

Jac T80: primeiras impressões

Espaço para 7 pessoas, acabamento caprichado, uma lista recheada de equipamentos e preço algumas dezenas de milhares de reais mais baixo do que os principais concorrentes. Essa é a receita da Jac para tentar emplacar o T80. Partindo de R$ 144.990, ele é o carro de fabricante chinesa mais caro à venda no Brasil. Adicionando o único pacote opcional, que inclui teto solar panorâmico e som de melhor qualidade, o preço aumenta R$ 7 mil, para R$ 151.980. Acha muito? Saiba que,... Leia mais