Novidades

25 MAR
O tatuador brasileiro que se especializou em tatuar… carros clássicos

O tatuador brasileiro que se especializou em tatuar… carros clássicos

Marcelo Lobão no seu estúdio, com quadros que são feitos nas suas aulas de pinstripe (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Em 2004, o tatuador paulista Marcelo Lobão trabalhava em um estúdio em Detroit (EUA).

Como havia um velho sofá no local, ele resolveu decorá-lo com um estilo de pintura chamado pinstripe, que usa linhas feitas à mão com pincel, cultuado lá na capital americana do automóvel.

“Achei que estava perfeito. Mas um belo dia um cliente entra na loja, olha o sofá, pergunta quem tinha feito e diz que estava tudo errado e era uma m… Era ninguém menos que Kevin Corder, um dos maiores especialistas no assunto no país.”

 (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Foi a partir desse dia que a vida de Lobão começou a mudar. “Corder me levou para sua oficina de customização e fabricação de motos e me ensinou tudo sobre a arte do pinstripe.”

Ele explica que nos EUA essa técnica é tão difundida que algumas concessionárias presenteiam os clientes com pinstripes em seus automóveis novos.

 (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

A origem dessa arte é mais antiga que a do próprio automóvel: nasceu ainda no tempo das carruagens. Para deixar o veículo com sua cara, os cocheiros recorriam a vários tipos de personalização e uma delas era o pinstripe.

Daí para as carrocerias dos automóveis foi um pulo. Só que, nos anos 50, começou a surgir a cultura dos hot rods e o pinstripe tomou outro rumo.

No início usado como uma maneira rápida e barata de esconder imperfeições, riscos e amassados, rapidamente se tornou ingrediente obrigatório para a personalização desses carros baseados em velhos modelos dos anos 30 e 40 com grande modificações de carroceria.

 (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Quando retornou ao Brasil, em 2006, o tatuador se juntou a outros entusiastas da cultura custom (ligada principalmente aos hot rods) e começaram a difundir o movimento até então tímido no Brasil.

Lobão explica que hoje há duas vertentes principais no pinstripe: estilo clássico, que é o seu preferido, e o desenvolvido principalmente pelos mexicano e seus low riders.

 (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

O clássico também é chamado de Von Dutch.

Não, essa não é só uma famosa marca de bonés e roupas, mas também o nome do lendário construtor e artista que criou o pinstripe moderno (veja texto abaixo) – hoje suas obras de arte são até comercializadas em importantes galerias.

A diferença entre os dois estilos é a variedade maior de cores no mexicano, que também usa linhas mais longas, em vez dos desenhos mais complexos do clássico.

Assim como outros artistas internacionais, Lobão não restringe seu trabalho apenas às carrocerias dos automóveis.

“Faço em qualquer objeto que você possa imaginar. De liquidificador, passando por churrasqueiras, até sofás e geladeiras.”

 (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Ele também criou um curso à distância, lançou uma linha de produtos para os profissionais dessa área e participa de eventos. “Hoje, a procura pelo pinstripe é tão grande, que é possível viver disso no Brasil”, conta Lobão.

Um pinstripe pequeno, custa em torno de R$ 400 e é um trabalho que leva em torno de duas horas para ser feito. Mas, para cobrir um automóvel inteiro (capô, porta-malas e laterais), po-de facilmente passar dos R$ 2.000.

Linhas finas e desenhos complexos: tudo feito à mão com pincel (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Se você ficou curioso para conhecer o trabalho dele, nem pergunte onde fica sua oficina.

Lobão continua com seu estúdio de tatuagem, pois prefere atender seus clientes automotivos onde o carro estiver. “É um trabalho personalizado mesmo!”

Fazendo arte na perua de George Barris (Divulgação/Internet)

Kenneth Robert Howard (1929-1992), conhecido como Von Dutch, trabalhava como pintor numa oficina de motos e um dia precisou retocar um tanque.

Nesse serviço, ele resolveu usar os pincéis de seu pai, que era um pintor de placas de propaganda e sinalização. Ali nascia o pinstripe moderno.

Artista desde menino, Von Dutch criava desenhos e pequenas invenções em sua garagem, como skates com motores de aeromodelos.

Seu desenho mais famoso, e hoje marca registrada, é  “The Flying Eyeball” (olho voador), que ele disse ter criado aos 18 anos. 

“The Flying Eyeball”, desenho de Dutch que virou ícone da cultura custom (Divulgação/Internet)

Ao longo da vida, fabricou carros, motos, armas de fogo, facas, quadros entre outras formas de arte. Um de seus veículos mais emblemáticos foi uma moto com motor de Fusca.

Trabalhou com diversos construtores, como George Barris, pai de vários carros de cinema, como o primeiro batmóvel. A Hot Wheels vende até hoje miniaturas dos carros criados por Von Dutch.

Hoje a marca Von Dutch dispõe de roupas, bonés, sapatos, entre outros artigos, e virou objeto de desejo na cena custom. Algo contrário à natureza do artista, que era um recluso e odiava os holofotes.

Mark Court, um dos artesãos da Rolls, faz um pinstripe (Divulgação/Internet)

Até hoje a Rolls-Royce oferece o pinstripe como opcional em seus carros, que é feito à mão por apenas quatro artesãos.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 JUL

VÍDEO: conheça o novo Volkswagen Jetta GLI em detalhes

O Volkswagen Jetta GLI já veio à garagem da QUATRO RODAS e até enfrentou o Golf GTI pelo título de melhor esportivo da marca. E agora você poderá conhecer o sedã em detalhes!Confira o vídeo que fizemos com o modelo, que vem equipado com motor 2.0 turbo com 230 cv de potência e acelerou de zero a 100 km/h em 6,9 segundos na nossa pista de testes.Para quem assiste pelo celular, há uma opção vertical feita para facilitar a visualização na tela. Você prefere os vídeos no formato... Leia mais
17 JUL

Longa Duração: Renault Kwid chega à reta final com avalanche de queixas

Kwid: quanto mais o tempo passa, mais barulho ele faz (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)Muitos carros de entrada já passaram pelo Longa Duração. Só na história recente, tivemos Ford Ka (das gerações atual e anterior), Uno, Mobi, Onix, Up!, só para citar alguns exemplos.Poucos deles chegaram à reta final acompanhados de tantas queixas quanto o Kwid.Logo de cara, quando estreou em nossa frota, em março de 2018, uma avalanche de queixas: barulho e vibração exagerados em função da... Leia mais
17 JUL

Impressões: Porsche Cayenne Coupé é um SUV vestindo roupa de 911

Ficou intrigado com o título desta reportagem? Calma, porque não estamos falando de uma soma de 2+2 ou 50+50. Se o Porsche Cayenne Coupé fosse o número 100, pelo menos 80 partes de seu todo seriam formadas pelo que já conhecemos da nova geração do Cayenne. Mas há ali uma boa dose de cupê, inspirada no mais icônico de todos os modelos da marca de luxo alemã. Cayenne Coupé tem colunas mais inclinadas e teto mais baixo (Divulgação/Porsche)Quem diz isso não somos nós, mas sim o... Leia mais
17 JUL
Venda de veículos financiados sobe 9% no 1º semestre

Venda de veículos financiados sobe 9% no 1º semestre

As vendas de veículos financiados tiveram alta de 9% no 1º semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, somando 2,87 milhões de novos e usados. As informações são da B3, que opera a base integrada de dados que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos oferecidos como garantia em operações de crédito. Os usados responderam por 63% das vendas: 1,81 milhão de unidades, um crescimento de 8,7% sobre janeiro a junho de 2018. Na mesma... Leia mais
17 JUL
Proibidos em SP, mototaxistas de app colombiano podem ser multados

Proibidos em SP, mototaxistas de app colombiano podem ser multados

A Prefeitura de São Paulo classificou como “clandestina” a atuação do aplicativo colombiano de mototáxi, que desembarcou neste mês na capital paulista. A Secretaria de Mobilidade e Transportes informou que pode multar os pilotos que forem flagrados prestando o serviço. O “Picap – motos particulares” nasceu na Colômbia em 2016 e ficou conhecido por lá como "o Uber das motocicletas", já que oferece o serviço remunerado de carona na garupa de motos, com preços mais... Leia mais
16 JUL

Vendas fracas fazem Mercedes-Benz cogitar o fim da picape Classe X

Picape Classe X da Mercedes-Benz (Mercedes-Benz/Divulgação)A Mercedez-Benz planeja reduzir os custos e, com isso, a picape Classe X está seriamente ameaçada de sair de linha, muito pouco tempo após ter ganhado vida. A informação é do site Automotive News Europe.No começo de julho, a montadora cortou pela quarta vez a previsão de lucro dentro de 13 meses, e o futuro de produtos que não estão dando lucro começa a ficar ameaçado. Um deles é a Classe X.Lançada em 2017, a Classe X... Leia mais