Fiat Weekend Adventure Locker (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O lançamento da segunda geração da Fiat Strada foi adiado, mas não poupará uma movimentação que parece inevitável: com sua chegada, a FCA selará a morte da linha off-road Adventure.
Com o fim da perua Weekend e a simplificação da gama do Doblò, a velha Strada passou a ser o único modelo da marca italiana a contar com a versão de apelo aventureiro extremo.
A Strada é o último dos Fiat a receber a assinatura Adventure (Divulgação/Fiat)
Entretanto, conforme já noticiado por QUATRO RODAS, apenas uma configuração da veterana picapinha seguirá em linha, a Hard Working 1.4 cabine simples.
E, de acordo com o parceiro Autos Segredos, a nova geração será oferecida em versões com nomes similares aos da prima Toro: Working, Endurance, Freedom e Volcano.
Nova Strada não dará espaço para a versão Adventure (Divulgação/Fiat)
Além disso, há tempos a Fiat vem tentando impor outro tipo de identidade aventureira a seus veículos. Com Uno e Mobi, a opção foi pela linha Way, que não fez lá tanto sucesso.
Quando foi a vez do Argo, a opção foi por ressuscitar o nome Trekking, em uma caracterização mais branda: apliques e adesivos mais discretos contornando a carroceria, maior altura em relação ao solo e pneus de uso misto.
Aqui, a escolhe tem se mostrado bem-sucedida, pois a versão Trekking ajudou a alavancar as vendas do hatch compacto e já é a configuração com mais saída de toda a linha.
Com o Arko, Fiat optou por um aventureiro com estilo mais brando, o Trekking (Divulgação/Fiat)
Inaugurada em 1999, a linha Adventure sempre se caracterizou pelo uso de molduras largas e grossas de plástico nas laterais, que inclusive mudavam o contorno das caixas de roda.
Ao longo de sua existência, ofereceu itens de utilidade duvidosa para as reais aptidões dos veículos, como quebra-mato, faróis de longo alcance, estribos laterais, barras de teto extravagantes e até bloqueio de diferencial.
O primeiro carro a ganhar a roupagem foi a perua Palio Weekend, em 1999, equipada com todas as quinquilharias citadas acima mais o estreante motor 1.6 8V de 92 cv.
A linha Adventure fez tanto sucesso que foi estendida a outros três modelos (Divulgação/Fiat)
Em 2001, foi a vez de a picapinha Strada receber a roupagem, já com opções de motor 1.6 16V de 106 cv ou 1.8 8V de 103 cv (de origem GM. Sim, o mesmo que ainda está presente na minivan Chevrolet Spin).
Strada Adventure (Acervo/Quatro Rodas)
Dois anos mais tarde, a Fiat ousou ao lançar no mercado a versão Adventure do Doblò, focada no transporte de passageiros.
Doblò Adventure ganhou novas rodas de 16 polegadas na linha 2017 (Divulgação/Fiat)
Por fim, em 2006 chegou ao mercado o monovolume Idea Adventure, também com propulsor 1.8 8V. Este trazia, além dos atributos já citados, estepe pendurado à tampa do porta-malas.
Idea Adventure Extreme tinha até estepe pendurado (Divulgação/Fiat)
Fora o apelo visual, a Fiat tentou tornar a linha Adventure um pouco mais aventureira de verdade ao incorporar, em 2008, o sistema de bloqueio do diferencial dianteiro Locker, produzido pela Eaton, que funcionava a até 20 km/h.
Em todos os modelos, a linha aventureira fez sucesso e esteve entre as versões mais vendidas de suas respectivas gamas. Mas o tempo passou, o gosto dos consumidores mudou e a maquiagem carregada da linha ficou cansativa.
O primeiro Adventure a sair de linha foi o Idea, em 2016, junto com toda a produção do monovolume. O Doblò acabou extinto no ano passado, na virada de ano/modelo.
Já a Weekend foi descontinuada este ano, assim como a Strada.