Novidades

19 MAR
Comparativo: Troller ou Renegade diesel, qual jipe automático é mais raiz?

Comparativo: Troller ou Renegade diesel, qual jipe automático é mais raiz?

Os carros enfrentaram diferentes tipos de obstáculos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Desde o lançamento, em 2015, o Jeep Renegade reina absoluto no segmento de SUVs compactos nacionais. Sua versão Trailhawk é a única com motor diesel e tração 4×4, além de outros atributos.

Com a chegada do Troller TX4, porém, o Renegade não está mais tão só.

O TX4 não é um SUV. Ele continua a ser um jipe em sua mais completa tradução. Mas, com o câmbio automático, o TX4 passou a oferecer mais conforto e se aproximou do tipo de uso de um SUV no dia a dia.

Nas descidas, o TX4 usa freio motor e o Jeep, freio eletrônico (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Neste comparativo, rodamos com Renegade e Troller no asfalto e fora de estrada encarando os testes no Campo de Provas da TRW, em Limeira (SP), e os obstáculos off-road do Haras Tuiuti, em Tuiuti (SP), que gentilmente nos cedeu suas instalações.

Para nos ajudar nessa missão, convidamos o especialista em direção off-road, Isac Pinto, que é coordenador da 4×4 Driving School e também organiza expedições off-road pelo país.

Bancos são revestidos de courvin (Fernando Pires/Quatro Rodas)

À primeira vista, o Jeep é discreto ao demonstrar seu lado radical. Externamente, o que chama atenção são os ganchos de reboque embutidos nos para-choques, dois na dianteira e um na traseira, pintados de vermelho.

Por dentro, apesar de o design fazer referências ao Jeep Willys original a todo instante, o Renegade tem estilo sofisticado com materiais de qualidade superior na cabine.

Bancos têm apoios laterais e ajustes milimétricos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Já o Troller, ao contrário, não consegue passar a imagem de modelo de uso diário. Por fora, o único sinal de elegância vem da pintura azul na dianteira, capô, teto e traseira.

De resto, a versão TX4 ficou com visual até mais radical que o da T4 ao ganhar para-choque dianteiro já preparado para guincho, snorkel e pneus lameiros, de série. Internamente, há luxos como central multimídia e ar-condicionado bizona.

O Troller é equipado com motor automático de seis marchas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas o TX4 continua a ter coisas como as estruturas dos bancos e os parafusos que fixam os bancos no assoalho sem nenhuma capa, proteção ou disfarce.

Na pista de testes, o Troller começou bem ao apresentar as credenciais de seu motor 3.2 diesel com 200 cv de potência e 47,9 mkgf de torque, diante do 2.0 turbo diesel de 170 cv e 35,7 mkgf do Trailhawk.

Renegade tem câmbio automático de nove marchas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ao fim do dia, porém, o TX4 ficou com o pior rendimento. Nas provas de aceleração, ele foi de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos, enquanto o Jeep fez o tempo de 11,2 segundos. E, nas retomadas de velocidade, o TX4 ficou sempre atrás do rival.

Renegade perde aderência em terrenos acidentados (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A maior diferença foi no regime de 80 a 120 km/h em Drive: o TX4 retomou em 11,2 segundos e o Trailhawk, em 7,6 segundos. Nas medições de consumo, o Troller também apresentou desvantagem. Ele conseguiu as médias de 6,9 km/l, na cidade, e 7,8 km/l, na estrada, contra 11,2 km/l e 15,7 km/l, respectivamente, do Jeep.

A explicação para esse desempenho fraco está no fato de que, apesar do motor mais forte, o Troller tem câmbio de seis marchas, enquanto o Renegade conta com a transmissão de nove marchas que permite explorar melhor a força de seu motor.

A suspensão do TX4 mantém os pneus em contado com o solo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas não é só isso: o Troller é mais pesado (2.297 kg ante 1.674 kg) e tem pneus mais borrachudos que deixam o veículo mais lento no asfalto.

O TX4 calça pneus 245/70 R17 do tipo MTR (Mud Terrain, para uso predominante na terra), ao passo que o Renegade veste 215/60 R17 do tipo ATR (All Terrain, para quem roda a maior parte do tempo no asfalto).

Motor entrega 200 cv de potência (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Esse rendimento se verifica no dia a dia com o Troller sendo mais lento nas arrancadas, no trânsito, e com menos fôlego para ultrapassagens nas estradas.

Os pneus não prejudicaram o conforto. O TX4 tem suspensão mais firme que a do Renegade, mas roda com igual suavidade e silêncio no asfalto. A direção do Troller também é firme e exige mais esforço que a do Renegade.

Motor gera 170 cv (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ainda nos aspectos ligados ao conforto, a posição de dirigir bastante elevada do Troller é interessante, mas o acesso à cabine é mais difícil que no Jeep e os ajustes do assento, tanto o de distância quanto o de inclinação do encosto, não são tão milimétricos quanto os do rival.

Porta-malas leva 320 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Troller oferece menos espaço interno para as pessoas e bagagem. Ele leva 149 litros, podendo chegar a 835 litros com os bancos traseiros rebatidos. O porta-malas do Jeep tem capacidade para 320 litros ou 1.370 litros. No que diz respeito aos equipamentos, o Renegade é mais completo.

No porta-malas cabem 149 litros de bagagem (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ele traz faróis full-led, sensor de luz, sensor de chuva, câmera de ré e sete airbags, enquanto o Troller tem como destaques ar-condicionado, sistema de som JBL, teto solar e faróis auxiliares de led.

Nem sempre o Jeep conseguiu acompanhar o Troller (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por ser classificado como veículo off-road, o TX4 não é obrigado por lei a ter airbags. Apesar de ser off-road, porém, o TX4 também roda no asfalto, ainda mais agora que ganhou câmbio automático. O Renegade custa R$ 145.990 e o Troller sai por R$  167.530.

A diferença dos recursos off-road entre Renegade e Troller é grande. O Jeep tem 31 graus de ângulo de entrada, 33 graus de ângulo de saída e 22 cm de vão livre entre os eixos, enquanto o Troller conta, respectivamente, com ângulos de 53 e 50 graus e 32 cm.

A suspensão do Jeep é mais fechada e os pneus são do tipo ATR, como já mencionado, diante da suspensão do Troller de curso longo e pneus MTR. Já na transmissão, o sistema 4×4 do Trailhawk é controlado eletronicamente.

Seletor de tração do Troller TX4 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O conjunto consiste de unidades que conectam os eixos dianteiro e traseiro, por meio de um eixo cardã, e distribuem o torque de acordo com a necessidade.

A marcha reduzida é obtida com a primeira marcha do câmbio, que é bem mais curta que as demais e o bloqueio traseiro é conseguido com a intervenção dos freios.

No console, existe um botão por meio do qual é possível selecionar os modos de tração – Automático (Auto), Neve (Snow), Areia (Sand), Lama (Mud) e Pedra (Rock) –, a marcha reduzida (4wd low), o bloqueio traseiro (4wd lock) e o controle de descida (HDC).

Seletor de tração do Renegade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No TX4, embora a eletrônica também se faça presente, a transmissão tem caixa de marchas com redução, caixa de transferência e diferencial traseiro blocante.

O especialista Isac Pinto elogiou o funcionamento inteligente do Renegade “ideal para uma trilha de nível leve a moderado”. Mas afirmou que o Troller vai além graças à força de sua reduzida.

Em nossa avaliação off-road, o Jeep sofreu para vencer a maioria dos obstáculos em que o Troller passou com tranquilidade. Na chamada caixa de ovos, que apresenta uma sequência de buracos alternados de modo a deixar somente duas rodas apoiadas, o Renegade perdia o contato com o piso mais facilmente, com sua suspensão curta, enquanto o Troller continuava apoiado.

Vão livre entre os eixos do Renegade é de 22 cm (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Jeep só seguia em frente por conta do bloqueio do diferencial traseiro, que transferia a força para a roda com aderência.

O vão livre do Jeep foi suficiente para que ele passasse por um banco de pedras sem sofrer impactos graves e, nos momentos em que as pedras rasparam no assoalho, não houve maiores consequências porque o Trailhawk conta com chapas de aço na parte inferior protegendo o cárter e a transmissão.

O Troller não tem protetores, mas, como é mais alto, é menos suscetível a choques.

Na hora de vencer outros obstáculos, o Renegade só não conseguiu subir em uma pedra com ângulo de rampa próximo aos 40 graus. Ele chegou até a metade, mas não teve força para continuar, ao contrário do Troller, que ultrapassou o aclive sem hesitar.

O TX4 tem 32 cm de altura em relação ao solo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Segundo as fábricas, os ângulos de rampa de Renegade e de TX4 são, respectivamente, 23 graus e 45 graus. Diante disso, evitamos subir com o Jeep em rampas de terra igualmente desafiadoras.

Além desse tipo de obstáculo, o Renegade também foi poupado do tanque de lama que, em função da chuva do dia anterior, estava com uma alta camada de terra pastosa e o próprio Troller, com sua suspensão elevada e os pneus lameiros, encontrou dificuldades na transposição.

Ao final do comparativo, o Renegade vence o confronto pelo conjunto. Ele custa menos, é mais confortável, espaçoso, equipado e bem acabado. E ainda é mais versátil, rodando com melhor desempenho e consumo no asfalto e enfrentando as trilhas com valentia.

O câmbio ajudou, mas o TX4 ainda exige esforço do motorista no dia a dia. O Renegade vai bem no asfalto e se defende no off-road. O Jeep Renegade teve quatro estrelas contra três do Troller TX4.

0 a 1.000 m: 32,6 s – 159,9 km/h

0 a 1.000 m: 34,6 s – 145 km/h

D 60 a 100 km/h: 6,3 s

D 80 a 120 km/h: 7,6 s

D 60 a 100 km/h: 7,5 s

D 80 a 120 km/h: 11,2 s

Rodoviário: 15,7 km/l

Rodoviário: 7,8 km/l

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

25 ABR

Qiantu K50: você teria um esportivo elétrico chinês que anda como Golf R?

Esportivo elétrico será vendido nos EUA em 2020 (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)A China tem apenas um representante nesta edição do Salão de Nova York. É o Qiantu K50, um esportivo 100% elétrico de 435 cv, levado ao evento pela Mullen Technologies, empresa californiana que pretende vender o modelo nos Estados Unidos.É um carro vistoso, apesar de pequeno. A frente baixa quase esconde os faróis estreitos e o teto preto se integra ao vidro traseiro, que por sua vez tem suas linhas... Leia mais
25 ABR

Uber anuncia nova forma de pagamento por voucher

A Uber anunciou os vouchers como nova forma de pagamento no aplicativo de transporte. Agora é possível para uma empresa pagar antecipadamente por viagens para oferecer a clientes, funcionários e parceiros comerciais. Quando o usuário solicitar a corrida e informar o destino, a opção de pagamento aparece, mostrando que o custo daquela viagem já está coberto pela empresa pagante. O foco da Uber com a novidade é fornecer a solução para empresas que organizam eventos e viagens e... Leia mais
25 ABR

BMW i3 ganha bateria maior e versões sem extensor a gasolina no Brasil; parte de R$ 205.950

Depois de anunciar a chegada do i8 Roadster ao Brasil, a BMW também iniciou as vendas do novo i3, que ganha bateria com maior autonomia e versões sem o extensor a combustão. Os preços vão de R$ 205.950 a R$ 257.950. Uma das novidades do elétrico é a bateria de 120Ah/42,2kWh, de capacidade de armazenamento maior em relação a anterior, 170 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque. A outra é a chegada de versões sem o motor a combustão como extensor. Para as duas... Leia mais
25 ABR

Volkswagen e Jac planejam fábrica de elétricos na China, diz governo local

A parceria da montadora alemã Volkswagen com a chinesa Jac planeja investir 5,06 bilhões de iuanes (US$ 750,8 milhões) em uma nova fábrica de carros elétricos no leste da cidade de Hefei, de acordo com as autoridades locais. Um documento publicado online pela Área de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Hefei na segunda-feira mostrou que a Volkswagen e a Jac obtiveram aprovação das autoridades ambientais para construir uma fábrica capaz de produzir 100 mil carros... Leia mais
25 ABR

Carlos Ghosn deixa prisão no Japão pela segunda vez

O executivo Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi libertado nesta quinta-feira (25) após o pagamento de uma fiança de US$ 4,5 milhões, valor equivalente a R$ 17,8 milhões. O brasileiro estava preso desde 4 de abril, quando foi detido pela segunda vez no Japão por violações financeiras. Vestindo um terno escuro e sem gravata, Ghosn deixou o centro detenção por volta das 22h20 locais (10h20, horário de Brasília), acompanhado de um de seus... Leia mais
25 ABR

Mercedes-Benz Vito é chamado para recall por possível vazamento de combustível

A Mercedes-Benz iniciou um recall para 981 unidades dos modelos Vito 111 CDI e Vito 119 Tourer, fabricadas entre 2015 e 2016, por possível vazamento de combustível. Os atendimentos começam nesta quinta-feira (25). De acordo com a marca, o tanque de combustível pode apresentar espessura insuficiente na região entre o reservatório e o bocal de abastecimento. Com isso, há risco de rachaduras ou perfurações por impactos, com consequente vazamento. Além de o líquido escorrer... Leia mais