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14 MAR
O artesão que cria “no olho” miniaturas perfeitas de clássicos a R$ 4.000

O artesão que cria “no olho” miniaturas perfeitas de clássicos a R$ 4.000

 (Leonardo Araújo/Reprodução)

Quem nunca sonhou em guardar todos aqueles carros que admira em uma prateleira? É isso que o baiano Leonardo Araújo (conhecido nas redes pelo apelido Guiga MiniTrucks) faz desde pequeno.

Sem condições de comprar carrinhos funcionais – que abriam as portas e mexiam as rodas – durante a infância, ainda em Itambé, interior da Bahia, Leonardo resolveu realizar esse sonho com as próprias mãos – literalmente.

O que ele não sabia é que trabalharia com os sonhos de outras pessoas, e que isso viraria sua profissão.

O baiano veio para São Paulo quando tinha apenas dez anos e carregou, junto de sua mala, a habilidade de artesão que transforma as placas de MDF, ou de metal, em miniaturas perfeitas.

 (Leonardo Araújo/Reprodução)

Segundo ele, todo o trabalho é manual e parte do pedido do cliente, que geralmente quer uma réplica de seu veículo atual, ou algum outro que fez história na vida.

O processo produtivo acontece em quatro etapas: compra de material, desenho, corte e acabamento. Os modelos demoram em média dois meses para ficar prontos e custam entre R$ 2.500 e R$ 4.000.

Assim que o pedido é feito, Leonardo vai atrás da matéria prima – as miniaturas podem ser produzidas em madeira MDF, alumínio, PVC, polietileno e fibra de vidro.

 (Leonardo Araújo/Reprodução)

Com tudo em mãos, começam os desenhos das peças que vão compor todo o corpo do carrinho.

Perguntado sobre o padrão para a confecção dos elementos, Leonardo afirmou que tudo é feito no “olhômetro”, mas prometeu que suas miniaturas são entregues em escalas 1:8, no caso de carros, e 1:14 para caminhões.

Depois dos componentes estarem devidamente no papel, eles são cortados para tomar forma e servirem de molde para o corte das peças da miniatura.

Após isso, é iniciada a parte de união utilizando: cola, resina ou parafusos.

 (Leonardo Araújo/Reprodução)

Tudo está colado e é hora do carrinho ganhar suas curvas e vincos para ficar igual ao original.

O artesão afirma que, embora tenha maquinário, a finalização do processo é todo com as mãos. “Apesar de ter micro retífica e outras ferramentas, o que mais uso é estilete e lixa.”

No final desta etapa, o brinquedo passa pelo controle de qualidade, que é feito por ele mesmo, na cozinha de sua casa.

“Muitas vezes eu fazia uma cabine e colocava em cima da mesa da cozinha, enquanto eu tomava um café, para analisar cada ângulo e ver se eu estava vendo na minha frente algo igual a cabine original. Quando não estava, quebrava e fazia de novo”, afirmou.

 (Leonardo Araújo/Reprodução)

Aprovada na rigorosa análise, a miniatura vai para a pintura. Para isso, o artesão utiliza o mesmo procedimento de automóveis: preparação da lataria com lixa d’água, primer, tinta para pintura automotiva, verniz e polimento.

Para formar as lanternas, faróis e setas, Leonardo corta partes de lanternas de caminhão e encaixa na carroceria. Rodas, pneus e o interior dos brinquedos são de madeira e o pára-brisas é de acrílico.

 (Leonardo Araújo/Reprodução)

Achou que estava completo? Ainda não acabou. Ele foi além do que queria quando era criança e desenvolveu, por meio de uma placa, um circuito elétrico alimentado por uma bateria 12V que deixa funcionais todas as partes luminosas do brinquedo.

Além disso, na última evolução de suas miniaturas, desenvolveu um sistema que torna o volante do carrinho funcional. Ou seja, quando acionado, o conjunto de rodas e pneus dianteiro esterça.

Leonardo nos confessou que tem um queda maior por fazer caminhões Mercedes-Benz e carros como Ford Maverick e Chevrolet Opala. No entanto, deixou claro que a principal motivação para fazer os projetos são as histórias que eles envolvem.

 

“Teve um pedido em que o filho presenteou o pai com uma [Ford] F4000. Tudo que conseguiram foi graças a esse caminhão. Então, ele pediu para eu fazer e presenteou o pai, que ficou sem palavras. Depois, me enviaram um vídeo do pai emocionado. Isso que é gratificante.”, afirmou o construtor.

Fonte: Quatro Rodas

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