Novidades

04 MAR
Teste: Renault Duster 2021 evolui muito, mas fica fraco sem motor Mercedes

Teste: Renault Duster 2021 evolui muito, mas fica fraco sem motor Mercedes

Faróis de milha, quebra-mato e borrachões formam o pacote Outsider (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para driblar o envelhecimento, eliminar rugas e empinar o nariz, vale tudo. A nova moda nos centros estéticos é a harmonização facial, que usa uma série de procedimentos para equilibrar as proporções do rosto.

Vai desde a aplicação de botox, de preenchedores como ácido hialurônico até o uso de lasers, ondas de rádio e tratamentos de pele. Tudo isso, sem cirurgia.

Vidro de trás ficou menor e a régua da placa dividiu a tampa traseira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Renault Duster 2021 experimentou esses tratamentos. Arrebitaram seus faróis, que agora estão integrados à grade e têm luzes diurnas de leds, e modificaram bastante o para-choque, que ganhou luzes de neblina e tomada de ar maiores. O capô está levemente mais alto e recebeu vincos marcantes.

Faróis de milha do pacote Outsider acendem com o facho alto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É que nos carros algumas “rugas” são bem-vindas – e necessárias – para deixar o design mais equilibrado. Mas exageros, como o vinco arqueado nas portas e o grande volume das caixas de roda, foram corrigidos para deixar o visual mais leve.

Protótipo feito de argila comparar os volumes do antigo (esqueda) com o novo (direita) (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Isso não quer dizer que o Duster conseguiu escapar da faca. A base do para-brisa foi deslocada para a frente a fim de melhorar a aerodinâmica e tirar a impressão de “testudo” do SUV compacto, o que implicou em colunas A mais inclinadas e em novos arcos para as portas dianteiras.

Repare na diferença da inclinação do parabrisas, que diminuiu 3,4º (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

As alterações seguem para o teto, que teve sua curvatura corrigida, aumentando levemente o caimento da traseira. Agora há um aerofólio integrado à tampa traseira, que teve como efeito colateral a redução da área envidraçada. Mas, em compensação, as vigias laterais ficarão bem maiores.

Lanternas têm elementos iluminados por leds (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Sim, as novas lanternas traseiras chamam atenção. Não é por causa dos leds, que o Duster já tinha desde 2015.

É pelo próprio conjunto com aro de led e elementos em forma de cruz, que despertam comparações com o Jeep Renegade ou, para os mais vividos, com o Ford Galaxie 500 (lançado no Brasil em 1967).

Protótipo deixa claro a redução do vidro traseiro (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Um novo vinco, que interliga as lanternas e acaba por definir o local da placa, divide a tampa traseira, que ganha volumes e algum destaque extra. As luzes de ré desceram para o para- -choque, que passa agora a esconder o gancho de reboque.

Interior mudou por completo tanto no visual como na ergonomia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por dentro, parece um carro novo. Aquele painel com estrutura compartilhada com o Sandero e central multimídia inclinada para baixo já estava indefensável. O novo é mais alto e se vale das linhas horizontais para deixar tudo nos lugares certos.

Destravamento por proximidade e partida por botão dão requinte ao Duster (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Graças a isso conseguiram colocar a nova central multimídia Easylink com tela de 8” em posição ergonômica. Com interface semelhante à usada na Europa, o substituto do MediaNav permite a seleção entre perfis de usuários (com direito a personalização da tela principal).

Ela também tem integração com as configurações do carro, sem perder a compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay, e é mais rápida. Os pecados são dois: ter que dar múltiplos toques na tela para mudar o volume e ter continuado com apenas uma porta USB – há rivais com três!

A novíssima central com tela de 8 polegadas permite ter perfis independentes para cada usuário (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O volante é compartilhado com Sandero e Logan, mas o ar-condicionado automático inédito tem os mesmos comandos e visores dos Renault vendidos na Europa. A direção passa a ser elétrica como no Kwid, abandonando o pesado sistema eletro-hidráulico – e, claro, o barulho agudo da bomba elétrica.

O ar-condicionado automático é inédito no Duster e já estreia com mostradores digitais dos Renault europeus (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas o Duster se torna o único Renault vendido no Brasil com regulagem de profundidade na coluna de direção. O ajuste de altura para os cintos dianteiros não veio dessa vez, ficou para a próxima geração.

Novo computador de bordo tem velocímetro digital (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os bancos mudaram. Na frente, os encostos estão mais confortáveis e têm melhor sustentação lateral, mas os assentos continuam duros e inclinados para baixo. No que diz respeito ao conforto o Captur ainda leva a melhor.

Atrás, onde o espaço para cabeça e pernas não mudou (ou seja, continua muito bom), agora há encosto de cabeça e cinto de três pontos (fixado no teto) para o ocupante do meio, além de Isofix.

Ajuste dos espelhos saiu de posição desconfortável na porta para o painel e coluna de direção tem ajuste de profundidade. Novos bancos têm apoios laterais melhores (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Tudo parece novo por dentro, assim como todas as peças de lataria são novas. A Renault aproveitou e fez reforços estruturais que tornaram o monobloco 12,5% mais rígido. Isso e a necessidade de usar rodas aro 17 pela primeira vez levaram a um novo acerto de suspensão, com cargas de amortecedores e molas revistas.

Atrás, cintos de três pontos e encosto de cabeça para todos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Agora o conjunto filtra melhor as pequenas imperfeições do asfalto e controla a rolagem da carroceria (que está a 23,7 cm do solo), mas ainda passa aquela sensação de valentia e robustez de antes.

A direção elétrica também cumpre bem o seu papel: não dá rebote ao passar por elevações, é mais leve e precisa em manobras. E transmite mais segurança em movimento.

Cintos dianteiros seguem sem ajuste de altura (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Tratamentos estéticos da moda costumam ser mais caros. Mas o Duster com visual renovado manteve o mesmo preço inicial de antes: R$ 71.790 para a versão Zen manual, que por sinal é a única com pedal de embreagem e cinco marchas. Antes este posto era da versão Expression 1.6.

Volante é o mesmo de Sandero e Logan (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Esta versão de acesso tem rádio simples, rodas de aço estampado aro 16, vidros elétricos e computador de bordo de série, mas central multimídia, rodas de liga e faróis de neblina são opcionais.

Há aplique de tecido cinza nas portas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Já a versão intermediária Intense (equivalente à antiga Dynamique, de R$ 83.890) soma central multimídia, ar digital, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros, piloto automático, rodas de liga leve aro 16 e faróis de neblina  ao pacote. Na prática, o novo preço de R$ 83.490 representa uma redução de R$ 400 – que você pode guardar para os primeiros abastecimentos.

É a primeira vez que o Duster tem rodas aro 17 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Duster testado é da versão topo de linha Iconic, que concentra quase todos os itens inéditos para o modelo, como alerta de ponto cego, câmeras na frente, atrás e nos retrovisores (que não dão visão 360° como no Nissan Kicks), travas das portas por aproximação, partida por botão, acendimento automático dos faróis e as rodas aro 17 diamantadas. Só esqueceram do sensor de chuva, que Sandero e Logan têm.

Você pode conferir o conteúdo de cada versão aqui.

Isso, claro, leva o Duster a um patamar de equipamentos inédito. Não é à toa que custa R$ 87.490, preço que está no mesmo patamar das versões 2.0 4×4 – que deixam de existir.

Para-brisa teve base deslocada, aumentando sua inclinação (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Pelo menos o continuará mais barato que o Captur (que parte dos R$ 93.990), ainda que o Duster esteja mais refinado. Mas enquanto todos os outros Renault têm quatro airbags de série, nenhuma versão do Duster tem mais que os dois airbags.

Agora o capô é erguido por dois amortecedores, quando o normal no segmento é não ter nenhum (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O detalhe é que o Duster 2021 só tem o conhecido motor 1.6 16V SCe de 120 cv e 16,2 mkgf, cuja única novidade é o sistema start-stop. Até o prosaico tanquinho de partida a frio foi mantido.

Saída de ar falsa recebeu o repetidor das setas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

E mesmo com o sistema que desativa o motor em paradas, registramos números de consumo desanimadores em nossos testes: 9,9 km/l urbano (contra 10,5 km/l no modelo antigo) e 12,5 km/l rodoviário (contra 12,7 km/l), sempre com gasolina.

Porta-malas mantém os 475 litros de antes (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No 0 a 100 registrou 14,2 s, apenas 0,1 s mais lento que o Duster que saiu de linha. Uma opção mais potente, com o motor 1.3 turbo turbo flex que pode superar os 170 cv estreia no início do ano que vem.

Apesar das muitas mudanças que saltam aos olhos e dão novos ares ao Duster, no fundo ele realmente ainda é o mesmo carro.

O Duster 2021 está mais agradável de ver e dirigir. Agora só falta ter um motor à altura do carro no qual ele se transformou.

Aceleração
0 a 100 km/h: 14,2 s
0 a 1.000 m: 36,1 s – 142 km/h
Velocidade máxima: n/d

Retomada (em D)
40 a 80 km/h: 5,7 s
60 a 100 km/h: 7,7 s
80 a 120 km/h: 11,2 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,5/25,2/57,2 m

Consumo
Urbano: 9,9 km/l
Rodoviário: 12,5 km/l

Preço: R$ 87.490 (Iconic CVT)
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.598 cm3; 120/118 cv a 5.500 rpm, 16,2 mkgf a 4.000 rpm
Câmbio: CVT, tração dianteira
Suspensão: McPherson (dianteiro), eixo de torção (traseiro)
Freios: disco ventilado (dianteiro), tambor (traseiro)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 215/60 R17
Dimensões: comprimento, 437,6 cm; largura, 183,2 cm; altura, 169,3 cm; entre-eixos, 267,3 cm; vão livre do solo, 23,7 cm; peso, 1.279 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 475 l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

19 NOV
Com motor de Golf GTI, VW Jetta GLI vende tanto quanto as versões 1.4

Com motor de Golf GTI, VW Jetta GLI vende tanto quanto as versões 1.4

Versão GLI conseguiu ser a mais vendida do Jetta em agosto (Christian Castanho/Quatro Rodas)Unir mecânica e o visual do Golf GTI na carroceria três-volumes do Jetta parece ter sido uma aposta certeira da Volkswagen.O Jetta GLI, único com motor 2.0 TSI de 230 cv e câmbio DSG de seis marchas já vende tanto quanto as demais versões do modelo, que usam o motor 1.4 TSI flex de 150 cv e câmbio automático convencional de seis marchas.As duas saídas de escapamento são exclusivas da versão... Leia mais
19 NOV
Os lançamentos provam que 1998 foi o melhor ano da indústria automotiva

Os lançamentos provam que 1998 foi o melhor ano da indústria automotiva

 (Divulgação/Peugeot)O ano de 1998 foi %#$@, mas você talvez não tenha notado: nele conhecemos Titanic, Google, Viagra, PayPal e MP3 Player – além de muitos carros importantes e marcantes.Quer um exemplo? O Peugeot 206, que revolucionou o segmento dos compactos, só aconteceu graças às inovações aplicadas à indústria automotiva naquela década.“Com novos moldes de injeção, foi possível inovar nas lanternas, por exemplo, que, até então só eram retangulares ou esféricas”,... Leia mais
19 NOV
Antes de SUV elétrico, Ford Mustang quase virou perua. Mas com motor V8

Antes de SUV elétrico, Ford Mustang quase virou perua. Mas com motor V8

Versão cupê 4.7 V8 foi usada de base para o projeto (Autoblog/Reprodução)O Ford Mustang é uma lenda no mundo dos muscle cars. O ícone ganha agora uma nova configuração e se transforma em um SUV elétrico, com o nome Mach-E.A empresa acredita que o projeto é o que realmente o consumidor dos dias de hoje quer. Mas será que essa é a primeira vez que o esportivo ganha uma versão mais “família”? A resposta é não!Modelo foi projetado em meados da década de... Leia mais
18 NOV
Como as ruínas da II Guerra levaram a VW a erguer sua 1ª fábrica no Brasil

Como as ruínas da II Guerra levaram a VW a erguer sua 1ª fábrica no Brasil

Linha de montagem do Fusca na Anchieta (Divulgação/Volkswagen)Logo ao assumir o posto de presidente da Volkswagen, numa operação ainda em ruínas após a II Guerra Mundial, Heinz Nordhoff avaliou o “tamanho do buraco” que ele teria de fechar.Aquilo tudo deveria ter sido demolido, mas o brilhante e insurreto Major Ivan Hirst, das forças de ocupação britânicas, não acatou as ordens e decidiu reconstruir aquela fábrica severamente destruída. Com isto, salvou a VW de ter terminado... Leia mais
18 NOV
700 mil seguidores! QUATRO RODAS é maior perfil automotivo do Instagram

700 mil seguidores! QUATRO RODAS é maior perfil automotivo do Instagram

– (Arte/Quatro Rodas)Nós conseguimos! E foi graças a você, fã da QUATRO RODAS, que podemos dizer: temos 700 mil seguidores no Instagram e somos o maior perfil de jornalismo automotivo do Brasil.O que isso significa? Em números, cerca de 1,2 milhão de usuários alcançados e publicações vistas mais de 9,2 milhões de vezes. Isso todos os meses!É para você que criamos diariamente conteúdos especiais para as redes sociais e sempre procuramos novas formas de interação. E, por que... Leia mais
18 NOV
Novo Audi Q3 chega em fevereiro por R$ 179.990

Novo Audi Q3 chega em fevereiro por R$ 179.990

Novo Q3 chegará em três versões ao mercado brasileiro (Divulgação/Audi)O novo Audi Q3 fez a primeira aparição no Brasil, mas o lançamento do SUV será apenas em fevereiro de 2020.Trazido da Alemanha – como quando chegar ao Brasil –, o modelo participou de um evento para colocar à prova as capacidades fora de estrada dos irmãos Q5 e Q8.Nova geração virá importada da Alemanha (Divulgação/Audi)A empresa fez também uma exposição estática de E-Tron, que chega às lojas até... Leia mais