A Volkswagen irá desembolsar 830 milhões de euros (o equivalente a R$ 4 bilhões) para ressarcir cerca de 260 mil clientes na Alemanha pelo escândalo do "dieselgate".
Em acordo com uma associação de defesa do consumidor VZBD, a montadora propôs uma compensação que varia de 1.350 e 6.257 euros por veículo, de acordo com seu "modelo e ano".
O acordo, que não abrange clientes residentes no exterior e prevê que a VZBV retire sua queixa perante o tribunal de Brunswick no final de abril, marcando o fim do processo.
A diretora jurídica da Volkswagen, Hiltrud Werner, considerou o acordo "justo e viável".
Já o presidente da VZBV, Klaus Müller, considerou ter negociado o "máximo possível" após discussões "difíceis".
O grupo automotivo é acusado de ter prejudicado seus clientes de forma deliberada, ao instalar, sem seu conhecimento, um dispositivo que fazia carros a diesel parecerem menos poluentes do que era na realidade. A fraude veio à tona em 2015.
Desde então, o grupo Volkswagen, que inclui marcas como Audi e Porsche, já gastou 30 bilhões de euros com o escândalo — a maior parte para ressarcir consumidores dos Estados Unidos. O caso também envolveu consumidores no Brasil.
Na Alemanha, a VW pagou apenas três multas, totalizando 2,3 bilhões de euros, e contesta a acusação de ter causado danos aos motoristas.
O grupo permanece sob a ameaça de uma cascata de processos civis e criminais, parte dos quais resultou em acordos.
Vários dirigentes do grupo, incluindo o atual presidente-executivo, Herbert Diess, e o presidente do conselho de supervisão, Hans Dieter Pötsch, assim como o ex-chefe Martin Winterkorn e o ex-chefe da marca Audi Rupert Stadler, estão sob investigação.
Na semana passada, os escritórios da Porsche foram alvo dos investigadores, segundo a revista alemã "Der Spiegel".
Em uma ação judicial iniciada há um ano, os investidores exigem compensação pela dramática queda no preço das ações nos dias que se seguiram às revelações do escândalo.
Na França, uma fundação holandesa lançou uma ação coletiva contra a Volkswagen no final de janeiro.
Além da frente jurídica, o escândalo acelerou o declínio do diesel, e os carros movidos com esse combustível podem ser banidos de várias cidades alemãs por causa de seu nível de poluição por óxido de nitrogênio (NOx).
A Volkswagen tenta virar a página, investindo mais de 30 bilhões de euros em carros elétricos para atender aos rígidos padrões europeus de emissão de CO2.