Novidades

26 FEV
Impressões: Ford Mustang mais caro dos EUA é manual e tem motor V8 “puro”

Impressões: Ford Mustang mais caro dos EUA é manual e tem motor V8 “puro”

Nos Mustang Shelby, todas as tomadas de ar são funcionais (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

O local deste test-drive não poderia ser melhor. Foi em Los Angeles que o texano Carroll Shelby, já aposentado como piloto, criou a Shelby American e transformou o roadster inglês AC Ace no lendário Shelby Cobra.

Também foi aqui onde ele trabalhou no desenvolvimento do Ford GT40 e pôs suas mãos no então recém-lançado Mustang, criando o Shelby GT350 em 1965.

A linhagem do primeiro muscle car de Carroll ainda está viva. Estou ao volante do Shelby GT350R, um verdadeiro esportivo à moda antiga.

Aerofólio é fixo, mas feito de fibra de carbono (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Ele não tem compressor mecânico e câmbio de dupla embreagem como o GT500 e seus absurdos 770 cv.

Aqui, o motor V8 5.2 também recebe preparação profunda, mas continua aspirado. Rende 533 cv e 59,3 mkgf – é o motor aspirado mais potente da Ford. O câmbio é manual.

As rodas do Shelby 350R são de fibra de carbono (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Dar partida neste motor em um estacionamento subterrâneo é um momento épico.

O ronco grave e estridente não é mérito das quatro saídas de escape, mas do virabrequim plano (como nas Ferrari) que faz parte da preparação da Ford Performance.

A barra antitorção instalada entre as torres dos amortecedores dianteiros é reforçada (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Quer dizer que os moentes que movimentam bielas e pistões estão separados por 180°, e não 90° como nos virabrequins cruzados, mais comuns nos V8 de rua (como o 5.0 do Mustang GT).

Isso também torna o motor mais girador. E aumenta os índices de diversão.

Câmbio manual de seis marchas é fornecido pela Tremec (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Não experimentamos o GT350R na pista, para onde ele foi feito, mas nas estradas sinuosas às margens dos penhascos da Floresta Nacional de Los Angeles.

As montanhas que abrigam ursos, raposas e pumas também têm donos de motos potentes e carros esportivos em sua fauna.

Pudera: é um ótimo lugar para colocar seus Lamborghini Huracán, Chevrolet Camaro ZL1 e Toyota GT86 à prova.

Monitores de temperatura e pressão do óleo revelam se está tudo bem com o motor (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

A cada curva tento levar o Shelby ao limite, aumentando a velocidade e atrasando o ponto de virar o volante, extremamente rápido e preciso nas reações.

Mas não tenho sucesso: a carroceria quase não inclina e os Michelin PilotSportCup2 nem sequer reclamam dos meus feitos.

Volante com a cobra símbolo da Shelby se destaca no volante revestido de Alcantara (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Na linha 2020, a Ford deu ao GT350R a mesma geometria de suspensão e relação da direção do GT500. Talvez seja esse o segredo.

Além do mais, a suspensão tem amortecedores ajustáveis MagneRide, que navegam em uma amplitude entre conforto e rigidez maior que os encontrados no Mustang GT vendido no Brasil ao toque de um botão no volante.

Bancos dianteiros são Recaro (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Frear forte e reduzir marcha antes de entrar em uma curva, só para ouvir o motor urrando, também faz parte da diversão. O câmbio Tremec de seis marchas permite trocas extremamente rápidas e certeiras, a despeito do longo curso do pedal de embreagem.

E dá para reduzir marcha à vontade, pois a faixa vermelha do conta-giros só começa em 8.200 rpm. Fazendo tudo certinho, é possível chegar a 100 km/h (aqui, 96 mph) em 3,9 s e aos 290 km/h de máxima, de acordo com a Ford.

Atrás só é permitido levar crianças em cadeirinhas com Latch (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Há muitas grifes envolvidas nisso. Todo o conjunto de freios é Brembo, com discos de 15,5 polegadas e seis pistões na dianteira e 15 polegadas e quatro pistões na traseira.

São discos tão grandes quanto as rodas de um Ford Ka e que parecem superdimensionados, dada a intensidade e precisão das frenagens.

Amortecedores e direção têm modos de ajuste (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Apesar das pinças vermelhas se destacarem, os freios Brembo só chamam atenção porque as rodas aro 19 de fibra de carbono são pintadas de preto.

As fibras dos aros, que pesam quase 6 kg a menos que uma convencional, certamente roubariam a atenção se estivessem expostas.

Com menos massa não suspensa, a inércia da suspensão na hora de amortecer impactos é menor, melhorando o comportamento.

Plaqueta mostra o número de série da unidade do 350R (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Já os bancos concha são fornecidos pela Recaro e revestidos de Alcantara, assim como o volante, que tem a naja Shelby ao centro, a mesma que se destaca na frente e na traseira do esportivo.

Logotipos da Ford? Só nas rodas. O quadro de instrumentos preserva os mostradores analógicos, enquanto no GT500 e em versões civis é digital.

Inebriado pelas sensações tão intensas ao volante, demorei para notar que os Mustang Shelby não receberam o facelift de 2018 como as versões mais mansas.

O motivo: a nova frente, com faróis recortados e com formas mais orgânicas e a grade mais estreita, não é compatível nem com o subchassi de fibra de carbono nem com as exigências aerodinâmicas e de arrefecimento dos Shelby.

Reforça como estão focados no máximo desempenho e repensando bem qualquer gasto evitável.

Os Mustang Shelby mantêm a frente antiga por razões técnicas (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Estão perdoados. Mas o que o Mustang Shelby GT350R tem de intenso e ágil, tem de caro: custa US$ 73.435 contra os US$ 72.900 do GT500. Sim, o Mustang mais caro dos EUA tem câmbio manual.

O Shelby GT350R prova que ainda há carros capazes de passar sensações verdadeiras ao volante. Só não converta seu preço para reais: sem impostos, custa menos que o Mustang GT vendido no Brasil.

Preço: US$ 73.435
Motor: gas., diant., V8, 24V, 5.163 cm3; 12,0:1, 533 cv a 7.500 rpm, 59,3 mkgf a 4.750 rpm
Câmbio: manual, 6 marchas, tração traseira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.) e multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant./tras.)
Pneus: 295/35 R19 (frente), 305/35 R19 (atrás)
Dimensões: comprimento, 481,8 cm; largura, 208 cm; altura, 136,1 cm; entre-eixos, 272 cm; peso, 1.680 kg; tanque, 60,5 l; porta-malas, 382 l
Desempenho: 0 a 100 km/h em 3,9 s; veloc. máx. de 290 km/h
Equipamentos: 9 airbags, controles de tração e estabilidade, ar-condicionado bizona, partida sem chave, central Sync3, pedaleiras de alumínio

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

28 JAN
Teste: Toyota Corolla GLi é versão de entrada vigorosa, mas nada barata

Teste: Toyota Corolla GLi é versão de entrada vigorosa, mas nada barata

Toyota Corolla GLi (Fernando Pires/Quatro Rodas)Apesar de ser uma versão inicial, o Toyota Corolla GLi está longe de ser barato. O lado bom é que, na nova geração, o sedã de R$ 101.990 ganhou um novo trem de força, que tornou o modelo atraente.O motor Dynamic Force usa alta taxa de compressão (13:1) e oito bicos injetores para alcançar ótimos 177/169 cv e 21,4 mkgf. O câmbio segue CVT, mas passou a usar uma primeira marcha física para melhorar a arrancada inicial do... Leia mais
27 JAN
Lenda das quadras, Kobe Bryant também tinha ótimo gosto para carros

Lenda das quadras, Kobe Bryant também tinha ótimo gosto para carros

Além de ter sido um dos melhores jogadores da história da NBA (National Basketball Association), Kobe Bryant também era um grande amante de veículos.O atleta morreu no último domingo (26), após o helicóptero em que estava cair em Calabasas, cidade localizada no estado americano da Califórnia, no Condado de Los Angeles.Bryant tinha 41 anos e foi ala-armador do Los Angeles Lakers por 20 anos – onde foi cinco vezes campeão da liga de basquete norte-americana.Após sua aposentadoria,... Leia mais
27 JAN
Suzuki Jimny sai de linha na Europa por não atender nova lei ambiental

Suzuki Jimny sai de linha na Europa por não atender nova lei ambiental

Suzuki Jimny emite entre 154 e 170 g/km de CO2, limite será de 95g/km (Divulgação/Suzuki)As cada vez mais rígidas regulamentações ambientais estão fazendo outra vítima na Europa: o Suzuki Jimny.O jipinho japonês não conseguirá se adequar ao novo novo limite de emissão de CO² (95g/km) que passará a vigorar a partir de 2021 no continente europeu, e assim deixará de ser vendido por lá.Nova geração chegou ao Brasil em 2019 com motor 1.5 de 108 cv de potência e 14,1 mkgf de... Leia mais
27 JAN
Fiat Weekend sai de linha e, junto, morre o mercado de peruas no Brasil

Fiat Weekend sai de linha e, junto, morre o mercado de peruas no Brasil

Visual da Weekend é o mesmo desde 2012 (Divulgação/Quatro Rodas)A bola era cantada. E foi antecipada pelo parceiro Autos Segredos. Desde esta segunda-feira (27), a Fiat não produz mais a perua Weekend em Betim (MG).A medida é reflexo da nova legislação que obriga qualquer carro zero-quilômetro vendido no país a ter cinto de três pontos e encosto de cabeça em todas as posições homologadas, além de ganchos Isofix de fixação para cadeirinhas infantis.Projeto dos anos 1990, perua... Leia mais
27 JAN
Novo Chevrolet Tracker: GM confirma produção no Brasil e chegada até março

Novo Chevrolet Tracker: GM confirma produção no Brasil e chegada até março

Novo Tracker é visto bem de perto sem camuflagem (Ernesto Ardachnikoff Filho/Quatro Rodas)O Chevrolet Tracker está para mudar de geração no Brasil. Não apenas isso: a GM enfim passará a produzir o SUV nacionalmente, em São Caetano do Sul (SP), o que foi confirmado nesta segunda-feira (27) em comunicado oficial.Com isso, tentará corrigir um erro estratégico – admitido pela própria empresa – cometido quase dez anos atrás, quando a fabricante decidiu importar o modelo atual do... Leia mais
27 JAN
Triste realidade: não existe mais carro zero abaixo de R$ 35.000 no Brasil

Triste realidade: não existe mais carro zero abaixo de R$ 35.000 no Brasil

–– (Arte/Quatro Rodas)Após a morte do Caoa Chery QQ, quem deseja comprar um veículo zero-quilômetro no Brasil não poderá sair de casa sem ter ao menos R$ 35.000 na conta (ou em crédito aprovado para financiamento).– (Arte/Quatro Rodas)Esse é o valor – quer dizer, R$ 34.990, mas o desconto de R$ 10 é tão simbólico quanto considerar que R$ 1,99 significa pagar R$ 1, e não R$ 2 –  das versões de entrada de Renault Kwid e Fiat Mobi, os atuais dois automóveis mais baratos... Leia mais