Novidades

14 FEV
Clássicos: a espaçosa, refinada e policialesca Chevrolet Veraneio

Clássicos: a espaçosa, refinada e policialesca Chevrolet Veraneio

A Veraneio De Luxo levava até 9 pessoas, mas não tinha o ar de viatura das versões básicas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Inicialmente Companhia Geral de Motores do Brasil, a General Motors do Brasil iniciou suas atividades em 1925 no bairro paulistano do Ipiranga.

Apesar de focado na produção de utilitários, o fabricante norte-americano preparou uma grata surpresa para o 4º Salão do Automóvel, em 1964: a belíssima perua Chevrolet C-1416.

O responsável pelo design foi Luther Whitmore Stier, expatriado que chefiava o departamento de estilo da GM desde 1957.

Sem excessos, as linhas básicas já haviam sido apresentadas meses antes, no lançamento das picapes C-1404 (chassi curto), C-1505 (chassi longo) e C-1414 (chassi curto com cabine dupla).

Foi um salto em relação à rústica Chevrolet Amazona. Relativamente baixa, a cabine da C-1416 tornava o acesso tão fácil que os estribos laterais ficavam restritos a crianças e pessoas de baixa estatura.

As quatro portas eram primazia nacional: a equivalente americana Suburban tinha apenas duas (e só ganharia quatro em 1973).

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Uma de suas maiores virtudes era o conforto de rodagem similar ao de um automóvel de passeio, mérito da suspensão dianteira independente e de molas helicoidais também no eixo traseiro.

Nove pessoas se acomodavam com relativo conforto (ou seis sem o terceiro banco opcional) e o acesso ao generoso porta-malas era favorecido pela ampla tampa com abertura para cima.

Era um utilitário de luxo grande, bonito e potente, principalmente quando colocado ao lado da decana Willys Rural.

Ampla área envidraçada, pedais suspensos e câmbio de três marchas sincronizadas facilitavam sua condução. Suas quase 2 toneladas eram impulsionadas pelo tradicional motor Chevrolet Brasil de seis cilindros, 4,3 litros e 142 cv.

Volante menor do Opala SS indicava a presença de direção hidráulica (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A relação da segunda marcha foi logo encurtada, melhorando a agilidade: o 0 a 100 km/h baixou de 20,7 para 18,3 segundos, excelente para a época.

A máxima em torno dos 140 km/h exigia atenção com a direção lenta (mais de seis voltas de batente a batente) e com os freios a tambor nas quatro rodas.

Foi só em 1969 que a C-1416 tornou-se Veraneio. A natureza aprazível do nome contrastava com a destinação dada a uma enorme parcela dos compradores: órgãos governamentais, especialmente forças policiais.

Banco rebatível transforma o porta-malas em dormitório (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Foram muitos os que passearam de Veraneio a contragosto, incluindo personalidades da cena política atual.

Mas nem isso maculou seu prestígio: a Veraneio De Luxo surgiu em 1970 trazendo um novo padrão de acabamento, com apliques no painel imitando jacarandá, painéis de porta redesenhados, rádio, porta-malas acarpetado, faixas pintadas nas laterais, garras nos para-choques e calotas integrais.

A lista de opcionais trazia bancos dianteiros reclináveis, pintura metálica e revestimento do teto em vinil.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em 1971, os quatro faróis pequenos foram substituídos por dois maiores e a grade dianteira passou a ser formada por três frisos horizontais com o logotipo no centro.

Dois anos depois, a aguardada direção hidráulica entrou para a lista de opcionais, facilmente identificada pelo volante do Opala SS.

Em 1976, ela passou a ser oferecida com o motor 2.5 de quatro cilindros do Opala, com parcos 87 cv a 4.800 rpm e 17 mkgf a 2.600 rpm.

Foi preciso recorrer ao câmbio M20 de quatro marchas com alavanca no assoalho e um diferencial com a absurda relação de 4,78:1.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A última reestilização foi em 1979, adotando um novo capô e grade de plástico moldado.

Pouco depois vieram os freios dianteiros a disco e, em 1981, o motor Chevrolet Brasil de 4,3 litros foi substituído pelo seis-cilindros de 4,1 litros do Opala, movido a gasolina ou etanol e acoplado a um câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A nossa Veraneio deixou de ser produzida em 1989: foi sucedida por uma variação da Chevrolet Suburban de 1973, igualmente longeva nos EUA.

Carismática ou não, o fato é que ninguém fica indiferente a ela: colecionadores americanos já vieram buscar algumas unidades, levando-as para muito longe de qualquer estigma.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

0 a 100 km/h: 22,67 segundos.
Velocidade máxima: 137,9 km/h.
Consumo: 5,91 km/l a 100 km/h.
Preço: Cr$ 99.528 (março de 1976), Atualizado: R$ 190.700 (atualizado, IGP-DI/FGV).

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

11 MAR
O dia em que batemos Corsa, Gol, Fiesta e Palio. E até geramos um recall

O dia em que batemos Corsa, Gol, Fiesta e Palio. E até geramos um recall

– (Acervo/Quatro Rodas)Publicado originalmente na edição de novembro de 2000.São Paulo, 16 de outubro de 2000, 16h30. Cinco homens estão reunidos com QUATRO RODAS. Todos trabalham na Fiat. O engenheiro Lorenzo Rosti Rossini, maior autoridade da área de carrocerias da fábrica, acaba de chegar de Turim, Itália, só para a reunião.Na bagagem ele traz duas pastas com laudos técnicos. O motivo da reunião: anunciar que a Fiat faria o maior recall de sua história no Brasil. A partir de 6... Leia mais
10 MAR
Chevrolet Express, a Fiat Strada dos EUA, é V8 e mais rápida que Jetta GLi

Chevrolet Express, a Fiat Strada dos EUA, é V8 e mais rápida que Jetta GLi

A veterana Chevrolet Express (Divulgação/Chevrolet)Lançada em 1998, a primeira geração da Fiat Strada é o modelo com o projeto mais antigo à venda no Brasil. A picape lidera o segmento há duas décadas sem sofrer grandes mudanças na plataforma oriunda do Palio, lançado em 1996.Ela está consolidada de maneira tão forte no mercado que nem a chegada de sua segunda geração, em abril, será capaz de aposentá-la. Sua sentença de morte só deve ser assinada em 2022 (e listamos seis... Leia mais
10 MAR
Toyota Raize (ou Daihatsu Rocky, se preferir) já está registrado no Brasil

Toyota Raize (ou Daihatsu Rocky, se preferir) já está registrado no Brasil

Raize exibe grade hexagonal com o logo na parte superior da dianteira (Reprodução/Internet)O Toyota Raize está cotado para ser feito no Brasil e, por coincidência ou não, algumas peças do SUV – que também é vendido em outros países como Daihatsu Rocky – já foram registradas pela empresa no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).Por enquanto, as imagens estão com código de patente japonês, o que pode indicar que o registro é mera formalidade ou que ainda haverá... Leia mais
10 MAR
Segredo: Renault Captur será renovado em 2021, mas não como o europeu

Segredo: Renault Captur será renovado em 2021, mas não como o europeu

Renault Captur Initiale foi lançado na Europa em 2017 (Divulgação/Renault)Você verá na página 40 a evolução do Renault Duster para a linha 2021. Tanto que a fabricante francesa já espera que suas versões mais caras canibalizem parte das vendas do Captur, que ficará defasado por pelo menos um ano.O SUV compacto, que surgiu em 2017 como uma alternativa premium e com design mais atraente ao Duster, só passará por reestilização em 2021, com o lançamento da linha 2022.Coluna de... Leia mais
10 MAR
Por que salões de automóveis em todo o mundo estão sob ameaça de extinção

Por que salões de automóveis em todo o mundo estão sob ameaça de extinção

Salões em crise: a hora é de se reinventar (Acervo/Quatro Rodas)Coincidência, desconexão com a clientela ou efeito manada de debandada? O ano começou jogando um balde de água gelada no Salão do Automóvel.O anúncio da desistência de participação da Toyota e da BMW foi um duro golpe, mas o êxodo foi deflagrado com a saída da Chevrolet – marca que mais vende carros no Brasil e que tradicionalmente participa da mostra com um dos maiores estandes. Depois da gigante americana, Honda,... Leia mais
10 MAR
Entenda como o tombo do petróleo pode afetar o valor da gasolina no Brasil

Entenda como o tombo do petróleo pode afetar o valor da gasolina no Brasil

Queda de 30% no preço do petróleo foi a maior desde 1991 (Christian Castanho/Quatro Rodas)Depois de uma sequência de quedas devido ao surto do coronavírus, um desacordo entre Arábia Saudita e Rússia fez o preço do petróleo despencar até 30% e chegar a faixa dos US$ 30,00, a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991. O desacerto se deu após o governo de Moscou ser contra a diminuição da produção da commodity, proposta pela Opep (Organização dos Países Produtores de... Leia mais