Novidades

06 FEV

Indústria de carros brasileira teve déficit de R$ 100 bilhões em 10 anos

A Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou nesta quinta-feira (6) um balanço de evolução do mercado brasileiro na última década, entre 2010 e 2019.

De acordo com o órgão, a indústria automotiva nacional registrou um déficit de US$ 24 bilhões no período, o que, na atual conversão entre dólar e real, equivaleria a R$ 102 bilhões.

Em seu cálculo, a Anfavea leva em conta, com dados do Banco Central do Brasil, o balanço entre aportes financeiros das matrizes versus remessas de lucros e dividendos. QUATRO RODAS já havia apontado essa tendência no fim do ano passado.

Os dados oficiais da associação apontam que, enquanto as filiais receberam US$ 29,2 bilhões em investimentos, remeteram US$ 18,9 bilhões, uma diferença de US$ 10,3 bilhões (ou R$ 43,6 bilhões).

Mas não teria ficado só nisso. Ainda segundo informações da Anfavea, as fábricas locais receberam US$ 46,7 bilhões em empréstimos das matrizes no período, ao mesmo tempo em que foram capazes de amortizar US$ 32,9 bilhões. O degrau, aqui, é de US$ 13,8 bilhões negativos (ou R$ 58,4 bilhões).

De quem é a culpa? Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, aponta alguns fatores. O mais grave, para ele, seria a forte crise econômica que afetou o Brasil entre 2014 e 16, quando o mercado automotivo nacional caiu mais de 40% (de 3,71 milhões de veículos produzidos em 2013 para 2,18 milhões em 2016.

(em US$ bilhões)

Mesmo com a lenta recuperação vivida a partir de 2017, ainda assim o faturamento das fabricantes saiu de um pico de mais de US$ 90 bilhões registrado em 2011 para cerca de US$ 60 bilhões em 2019, queda de 35%.

Também conforme adiantado por QUATRO RODAS, a balança do setor virou abruptamente de 2013 para 14. Entre 2010 e 13, a indústria registrou superávits constantes na remessa de lucros e dividendos (embora já com tendência de desaceleração), totalizando saldo positivo de US$ 13,5 bilhões (R$ 57,1 bilhões).

(em US$ bilhões)

Se considerado só o período de 2014 a 19, o prejuízo entre remessas e aportes foi de US$ 23 bilhões (R$ 97 bilhões). Já em relação a empréstimos e amortizações, o saldo foi negativo em todos os anos da década exceto 2016.

Como consequência, o Brasil caiu de quarto maior mercado do mundo em 2014 para oitavo em 2018, com perspectiva de que tenha voltado a subir ao sexto lugar em 2019 (os números ainda não foram comparados).

Outro fator, na visão do executivo, foi a falta de evolução nos números de exportação. O percentual de veículos exportados em relação ao total da produção jamais passou de 28% (dado de 2017) ao longo da década, tendo ficado em apenas 14% no ano passado. Já o faturamento oscilou sempre entre US$ 3,9 bilhões e US$ 6,6 bilhões, ficando em US$ 5,3 bilhões em 2010 e US$ 4,5 bilhões em 2019.

“Exportação é nosso grande desafio. Precisamos ser mais competitivos e amarrar mais acordos para não ficarmos tão dependentes da América do Sul”, avalia Moraes, que aponta a Argentina como a principal responsável pela queda recente nos números.

Além disso, segundo ele, cerca de 12,5% do valor de cada veículo brasileiro exportado seria formado por resíduos tributários. “Nenhum país exporta impostos como o nosso. E nenhum mercado quer pagar imposto de outro pais”, analisa.

Para a Anfavea, este é o terceiro fator: a carga tributária brasileira seria responsável por abocanhar 30% do faturamento da indústria. Pelos cálculos da entidade, impostos formaram 27,1% do preço de um carro 1.0 flex em 2018 e 19, e 29,2% de um veículo também bicombustível com motorização até 2 litros.

Por fim, a associação aponta que apenas 53% dos carros novos vendidos no país são negociados com financiamento, enquanto chega a 85% nos Estados Unidos e a 89% no Reino Unido.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

28 OUT
Achou o novo Honda Fit estranho? Calma: visual no Brasil deve mudar

Achou o novo Honda Fit estranho? Calma: visual no Brasil deve mudar

Fit 4 chega com visual polêmico (Leonardo Felix/Quatro Rodas)A quarta geração do Honda Fit ainda está longe do Brasil – não chegará antes do fim de 2020. Aliás, ela recém foi apresentada no Salão de Tóquio. Mas ela já está gerando controvérsia.O culpado é o visual, que fez o monovolume trocar a cara de mau por uma feição mais “fofinha”. Uma solução voltada a agradar os consumidores japoneses, mas que tem grandes chances de não ser tão bem aceita no Brasil.É por isso... Leia mais
28 OUT
Correio Técnico: por que alguns carros aceleram ao pisarmos na embreagem?

Correio Técnico: por que alguns carros aceleram ao pisarmos na embreagem?

Alguns modelos aceleram sozinho ao acionar a embreagem para simular o punta taco (Fernando Pires/Quatro Rodas)Por que alguns carros aumentam de rotação quando a embreagem é acionada? – Fernanda Garcia, Cruzeiro (SP)Por diferentes motivos, porém o mais comum é para facilitar a vida do motorista. Muitos carros, quando parados, aceleram levemente o motor ao ser acionada a embreagem, para facilitar a saída em primeira marcha.A assistência também pode ocorrer durante a condução,... Leia mais
28 OUT
Supercaminhão elétrico leva 65 toneladas e gera sozinho toda a sua energia

Supercaminhão elétrico leva 65 toneladas e gera sozinho toda a sua energia

O eDumper é tido como o maior veículo elétrico do mundo. (eMining/Divulgação)Eletrificar caminhões pode parecer incoerência, uma vez que as pesadas e volumosas baterias roubam parte do espaço e da capacidade de carga do veículo.A farta quantidade de torque que os motores elétricos geram, desde o instante em que são ligados, porém, compensa, e muito, qualquer perda nesse sentido.A prova disso é o eDumper, um caminhão basculante elétrico desenvolvido pela empresa suíça eMining... Leia mais
28 OUT
Novo VW Golf foi desenhado por um brasileiro; ele nos conta sua trajetória

Novo VW Golf foi desenhado por um brasileiro; ele nos conta sua trajetória

Felipe Montoya e a maquete em tamanho real feita de argila do elétrico ID.3, que também tem seu toque (Divulgação/Volkswagen)Se você perguntar a Felipe Montoya Bueloni se vale a pena perseguir seus sonhos, ouvirá um “sim” de pronto. E não é difícil entender o motivo.Nascido em Piracicaba (SP), Felipe gostava de sentar para desenhar assim que chegava da escola. Valia qualquer tipo de desenho, mas principalmente carrinhos. Seus pais logo perceberam essa aptidão e aos oito anos já... Leia mais
26 OUT
Hyundai Azera tem nova geração quatro meses depois de voltar ao Brasil

Hyundai Azera tem nova geração quatro meses depois de voltar ao Brasil

Novo Azera apresenta nova grade dianteira em formato de diamante (Divulgação/Hyundai)O Hyundai Azera voltou a ser vendido por aqui em junho deste ano pelo valor nada modesto de R$ 269.900. Agora, quatro meses depois de seu retorno, o sedã grande já tem nova geração na Coreia do Sul.A Hyundai deu uma prévia do sedã, que só será lançado oficialmente em novembro. Apesar das fotos escuras, é possível notar o toque de modernidade dado ao Azera que, pelo menos até agora, era um dos... Leia mais
26 OUT
Salão de Tóquio tem SUV de marca 'popular' que pode virar Toyota no Brasil

Salão de Tóquio tem SUV de marca 'popular' que pode virar Toyota no Brasil

A Toyota é a única das grandes marcas do Brasil que não tem SUVs compactos em sua linha. No entanto, ela está perto de, enfim, entrar nessa briga. E seu mais provável representante está exposto no Salão de Tóquio, só que no estande de outra marca, a Daihatsu. Trata-se de uma marca "popular" da Toyota, que também é dona da luxuosa Lexus. Quando questionado sobre a possibilidade de usar o SUV como base de um futuro Toyota, Yusi Shibuya, engenheiro-chefe de planejamento de... Leia mais