Novidades

30 JAN
Como, em 17 anos, os SUVs sufocaram as peruas até a morte no Brasil

Como, em 17 anos, os SUVs sufocaram as peruas até a morte no Brasil

O Palio mudou, mas perua Weekend não conseguiu seguir as mudanças. Por isso, tornou-se independente (Divulgação/Quatro Rodas)

A Fiat Weekend saiu de linha na última segunda-feira (27) e as peruas populares deixaram de vez o mercado.

A station wagon da marca italiana parou de ser fabricada por conta da nova legislação que obriga todos os veículo saírem de série com encosto de cabeça e cinto três pontos para todos os ocupantes da segunda fila, e suporte Isofix para ancoragem de cadeirinha infantil.

Em outubro do ano passado, QUATRO RODAS já havia adiantado que o modelo estaria com os dias contados e que isso poderia dar fim ao segmento no Brasil – já que a Weekend era a única que ainda estava à venda depois da Volkswagen SpaceFox ser aposentada.

As peruas sempre estiveram em nosso mercado desde a Volkswagen Variant na década de 1970, tiveram seus tempos de glória nos anos 80. No início do século XXI, modelos compactos como VW Parati e Fiat Palio Weekend ainda tinham vendas expressivas.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Naquela época, ainda não existia uma ameaça por parte dos SUV – afinal, eles ainda não tinham uma procura tão alta pela população. Porém, o jogo acabou virando no início da última década e custou caro às peruas. (Veja no gráfico abaixo).

Além de serem teoricamente tão espaçosos como as peruas, os SUVs oferecem uma posição mais alta para a condução e dão mais status ao proprietário.

Além disso, com a procura maior pelos utilitários, a renovação para adequação das SW não aconteceu. Resultado: extinção das peruas generalistas.

Em 2003, o Ford EcoSport chegou ao mercado e deu os primeiros sinais de que o segmento tinha potencial para explodir. Foram 27.177 emplacamentos do veículo da Ford, que renderam praticamente sozinhos 2,01% de participação de mercado naquele ano aos SUVs compactos.

Mas a forte concorrência de Palio Weekend e Parati, com 22.322 e 12.295 unidades vendidas, respectivamente, manteve a categoria das peruas compactoas à frente, somando 2,58% do total de vendas do ano.

Três anos depois, a Parati perdia força e, então, a Volkswagen lançou a sucessora SpaceFox. Isso fez com que as peruas registrassem seu maior percentual de participação de mercado: 4,09%.

 (Divulgação/Volkswagen)

Foram 66.261 unidades vendidas, divididas entre: Palio Weekend (22.049), Parati (18.665), Peugeot 206 SW (13.644) e SpaceFox (10.903). Enquanto isso, o EcoSport caminhava sozinha e registrava 43.589 vendas, com uma fatia de 2,69% entre os novos.

Em 2009, as station wagons nacionais chegaram ao seu mais alto número de vendas: 91.625 unidades. Palio Weekend continuava na liderança com 43.244, seguida por: SpaceFox (31.908), Peugeot 207 SW (8.303) e Parati (8.170).

 (divulgação/Ford)

A participação no mercado era menor (3,43%), mas seguia acima do que os SUVs pequenos, ainda com poucos representantes, eram capazes de alcançar, 1,79% – graças a EcoSport, que emplacava mais de 40 mil unidades novamente.

Porém, a vantagem das peruas não durou muito tempo.

Em 2012, com a chegada do Renault Duster, o segmento virou o jogo e registrou o dobro de emplacamentos das peruas. O segmento somou 100.286 vendas (2,93% do mercado) contra 52.864 (1,54% do mercado) das SWs.

Ano a ano, o abismo se ampliava entre as vendas dos segmentos e suas participações no mercado. Isso aconteceu principalmente porque diversos modelos de SUVs foram lançados no Brasil a partir de 2014.

 (Leo Sposito/Quatro Rodas)

Dessa forma, o jogo acabou virando e a categoria garantiu 5,52% do mercado em 2015, contra 0,53% das peruas – que passaram a definhar.

A Palio Weekend virou Fiat Weekend, porém, a mudança de nome não foi suficiente e, junto com SpaceFox e SpaceCross, não passaram das 20.000 unidades comercializadas.

Caminho oposto ao que viveram os SUVs. A chegada de Honda HR-V e Jeep Renegade garantiu um “boom” de vendas para a categoria, que registrou 183.859 emplacamentos.

Os números já eram altos naquela época, mas não tanto quanto foram em 2019. No ano passado, os utilitários compactos tiveram impacto significante no mercado, com uma fatia de cerca de 20% do total das vendas.

Foram 490.737 unidades vendidas da categoria, 100 vezes mais do que as modestas 4.945 unidades de peruas compactas – que tiveram apenas 0,2% do mercado.

 (Christian Castanho/Foto/Quatro Rodas)

A maior busca por esses modelos fez com que os investimentos das marcas se concentrassem na produção de novos SUVs.

A prova disso é que, no início de nossa pesquisa, contávamos praticamente com as vendas do EcoSport e, no último ano, 17 automóveis contribuíram para a somatória de vendas.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

01 NOV
Waze vai passar a avisar valor dos pedágios nas estradas brasileiras

Waze vai passar a avisar valor dos pedágios nas estradas brasileiras

Waze está entre os aplicativos preferidos dos brasileiros (Reprodução/Internet)Os motoristas brasileiros que têm o aplicativo de GPS Waze como um de seus fiéis escudeiros no trânsito poderão agora utilizar uma nova função.A partir desta semana o aplicativo passou a disponibilizar o preço dos pedágios rodoviários. Até então, o motorista só era avisado quanto à existência dos postos de cobrança nas rotas escolhidas.Aplicativo agora mostra o gasto total em pedágios antes do... Leia mais
01 NOV
Venda de veículos novos cai 0,5% em outubro, diz associação das concessionárias

Venda de veículos novos cai 0,5% em outubro, diz associação das concessionárias

A venda de veículos novos caiu 0,5% em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. No total, foram emplacados 253.372 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus - número ligeiramente inferior aos 254.565 exemplares de outubro de 2018. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (1) pela Fenabrave, a associação das concessionárias. Considerando o acumulado do ano, o mercado brasileiro registra alta de 8,7%, com 2,28 milhões de unidades,... Leia mais
01 NOV
Caro de comprar, Chevrolet Bolt promete manutenção mais barata que Corolla

Caro de comprar, Chevrolet Bolt promete manutenção mais barata que Corolla

Chevrolet Bolt enfim foi lançado no Brasil (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Anunciado há exatamente um ano, no Salão de São Paulo 2018, o elétrico Chevrolet Bolt começa a ser vendido em novembro no Brasil, embora as entregas efetivas das primeiras unidades estejam previstas para fevereiro de 2020.Custa R$ 175.000. É o mesmo preço que havia sido prometido, mas ainda caro para os padrões brasileiros. Por isso, a GM quer trabalhar a venda do seu primeiro carro elétrico em um produto... Leia mais
01 NOV
Porsche 911 volta a ter câmbio manual – e a ser um esportivo mais “raiz”

Porsche 911 volta a ter câmbio manual – e a ser um esportivo mais “raiz”

911 oferecerá câmbio manual como opcional sem custo (Divulgação/Porsche)Os mais saudosistas fãs de esportivos “raiz”, com câmbio manual, terão um afago.A Porsche anunciou que a linha 2020 do cupê 911 passará a oferecer, como item opcional sem custo extra, câmbio manual DIY de sete marchas no lugar da já conhecida caixa PDK de oito velocidades.O item virá acoplado ao novo motor 3.0 biturbo de seis cilindros com 450 cv.A chegada ocorre cerca de um ano depois da apresentação da... Leia mais
01 NOV
Impressões: Honda Accord terá sistema híbrido bem diferente do Corolla

Impressões: Honda Accord terá sistema híbrido bem diferente do Corolla

Honda Accord Hybrid deve chegar em 2020 (Divulgação/Honda)Fazia frio e chuva quando chegamos ao autódromo de Motegi, nos arredores da capital japonesa, Tóquio, para experimentar um sistema híbrido da Honda ainda inédito no Brasil.Chama-se i-MMD, sigla que parece operação matemática, mas que em inglês significa “Condução Inteligente Multimodo”. Faríamos o teste em dois modelos: sedã Accord e o SUV CR-V.Ainda não sabíamos, visto que o anúncio seria feito na parte da noite,... Leia mais
01 NOV
Autodefesa: a sinfonia nada agradável de barulhos do Nissan Kicks

Autodefesa: a sinfonia nada agradável de barulhos do Nissan Kicks

Leandro da Silva: ruídos de suspensão e de vento, que não são sanados (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Essencialmente um Autodefesa nasce a partir de três defeitos básicos: o que coloca em risco a vida dos ocupantes, o que traz algum prejuízo financeiro ao dono ou o que provoca grande incômodo ao motorista. A terceira opção é a que tem ocorrido com proprietários do Nissan Kicks: eles reclamam de uma variedade de ruídos e que, após a visita à oficina autorizada, o veículo... Leia mais