– (Sony/Divulgação)
Uma das grandes estrelas — e surpresas — da CES 2020 em Las Vegas foi o Sony Vision-S. Mas a principal responsável pelo carro futurista não estava no estande da marca japonesa, e nem atraiu toda a atenção que sua cliente teve.
A Magna-Steyr é herdeira de uma empresa centenária e responsável pela produção de modelos tão distintos como Jaguar I-Pace, Toyota Supra e Mercedes Classe G. Este último, aliás, foi o primeiro carro desenvolvido pelo grupo austríaco.
Sua operação, numa analogia simplista, seria como a de um “escritor-fantasma”, que escreve um livro por encomenda a ser assinado por alguém mais famoso.
A companhia é uma fabricante que trabalha por contratos. Diferentes marcas desenvolvem seus produtos, enquanto a Magna fabrica os veículos — somadas, as unidades de produção da empresa têm capacidade de 200.000 carros por ano.
– (Sony/Divulgação)
A Magna também pode produzir conceitos e modelos específicos sob encomenda, usando sua experiência para ajudar clientes de fora da indústria na nada fácil tarefa de criar um automóvel, mesmo que de forma conceitual.
Este é o caso do Vision-S, modelo encomendado pela Sony, mas que foi desenvolvido e fabricado pela Magna.
– (Sony/Divulgação)
Essa característica gera economias em duas frentes: não há gastos de desenvolvimento de um modelo, e há potencial para um grande ganho de escala, com uma máquina produzindo carros para diferentes marcas.
Por enquanto, este não é o caso de boa parte da produção da Magna, já que suas clientes normalmente exigem linhas de montagens exclusivas para seus produtos. Mas, se depender da empresa, esse cenário deve mudar em breve.
– (Sony/Divulgação)
“Fazer carros elétricos e/ou com materiais compostos é difícil, caro e requer um volume mínimo para ser viável”, contou Darrin Hill, diretor de marketing de pesquisa e desenvolvimento da Magna.
“Em muitos casos, não justifica o custo de você adaptar sua linha de montagem para fazer esse produto específico”, seguiu.
A empresa destacou em seu estande na feira de tecnologia a oferta de itens tão distintos como diferenciais, motores elétricos, transmissões e inversores padronizados. A ideia é oferecer a seus clientes novas soluções que vão além da produção do carro.
“Isso nos permite, por exemplo, entregar um trem de força completo de uma automóvel para uma empresa que não tem uma área de pesquisa e desenvolvimento próprias”, explicou Hill à QUATRO RODAS. É o caso, por exemplo, da Sony.
Para o executivo, a entrada das empresas de tecnologia na indústria automotiva criará uma demanda perfeita para a Magna, já que nenhuma montadora irá dividir seus conhecimentos com as novas concorrentes.
“Nossos clientes poderão dizer qual carro vão querer, qual será a potência, autonomia e nível de acabamento, e nós faremos o restante para eles”, concluiu.