Mudanças estão concentradas na metade inferior do para-choque (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Hambúrgueres vegetarianos podem parecer um contrassenso.
Afinal, são o resultado de um trabalho hercúleo para que a indústria tente mudar hábitos dos carnívoros sem enfiar chicória na dieta da população preocupada com o impacto do consumo exagerado de carne.
As rodas aro 16 são exclusivas e calçam pneus de baixa resistência (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O Golf GTE, que chega ao Brasil em clima de despedida, não é muito diferente.
O esportivo híbrido plug-in foi a forma encontrada pela marca para oferecer aos entusiastas o desempenho de um GTI ao mesmo tempo que se preocupa com os pandas e o degelo do permafrost.
Motor elétrico fica montado entre o 1.4 e o câmbio (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O esportivo será vendido em um lote único de 99 unidades (para baratear sua homologação), pelo preço de R$ 199.990.
Quem ainda encontrar um na concessionária terá a rara oportunidade de comprar um zero-quilômetro fora de linha, já que a produção do Golf GTE se encerrará assim que as últimas encomendas do hatch forem entregues.
Som tem controle por gestos e interior usa apliques azuis (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Importado da Europa, o GTE tem o freio de estacionamento elétrico e o multimídia controlado por gestos que o Golf brasileiro abriu mão, mas o pacote de equipamentos mistura os faróis de led automáticos com chave comum, sem sistema presencial.
Visualmente há para-choque com um chamativo “C” formado por leds, rodas e logotipos exclusivos, além dos icônicos bancos xadrez que trocaram as linhas vermelhas por azuis. Mas a grande diferença fica escondida pela carroceria pintada unicamente na cor azul Atlantic.
Bateria é carregada em 3h45 numa tomada 220 V (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O motor 1.4 a gasolina de 150 cv é associado a um elétrico de 102 cv, ainda que a potência combinada pare nos 204 cv. Mas a grande sacada é que a bateria de 8,8 kWh permite que o GTE rode até 50 km (ciclo NEDC) sem necessidade de combustível.
Isso permite que o Golf priorize o motor elétrico em quase todas as situações no modo híbrido, que só aciona o 1.4 quando o acelerador é pressionado até o fim, quando a bateria se esgota ou é usado o modo esportivo GTE.
Conector não permite recargas rápidas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Falando nisso, em nossos testes o GTE acelerou de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, pouco mais do que os 6,7 s registrados em nosso teste com o GTI. Mas o ronco, mesmo encorpado eletronicamente, não tem os tons graves e os estampidos do 2.0 turbo.
Mais interessante é o baixíssimo consumo, que varia conforme o modo de condução (veja na tabela abaixo) e ainda abre a possibilidade para que você fuja do posto se houver uma garagem por perto.
Porta-malas diminuiu por conta da bateria (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Em nossa pista, o Golf GTE fez 19,3 km/l em ciclo urbano e incríveis 41 km/l no rodoviário.
Mesmo assim, será difícil encontrar alguém tão preocupado com o meio ambiente a ponto de gastar R$ 200.000 em um carro que vai sair de linha e já teve sua nova geração revelada.
O Golf GTE seria uma excelente opção para quem busca desempenho sustentável se não fosse pelo detalhe que ele já é um carro fora de linha.