Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (Divulgação/Ford)
A Caoa não é mais candidata a comprar a fábrica fechada pela Ford em São Bernardo do Campo (SP) em novembro passado. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (13) pelo governador do estado, João Doria.
Durante a abertura de uma exposição na capital paulista, Doria afirmou que o grupo liderado pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade desistiu da aquisição do complexo, preferindo investir em outra fábrica localizada no estado.
“[Com a] Caoa não foi possível viabilizar, mas a Caoa deve anunciar agora em 2020 um novo e forte investimento com um fabricante chinês na indústria automobilística aqui em São Paulo”, disse o governador, de acordo com o portal G1.
“A Caoa acabou não consolidando a compra da fábrica da Ford exatamente porque o investidor chinês queria um espaço maior para produção automobilística”, seguiu, sem dar detalhes do projeto.
Fábrica da Chery em Jacareí está com grande parte de sua capacidade ociosa (CAOA/Divulgação)
Em dezembro, o próprio Caoa já havia declarado que as chances de adquirir o complexo desativado pela Ford no ABC paulista eram “remotas”.
Atualmente, o grupo detém a operação da fábrica de Jacareí (SP), onde produz o SUV e o sedã compactos Chery Tiggo 2 e Arrizo 5.
No entanto, ambos somaram apenas 8.650 unidades comercializadas no ano passado, muito aquém dos 150 mil veículos que o projeto original do complexo permite montar anualmente.
Para este ano, já está nos planos da empresa fabricar lá o sedã médio Arrizo 6, mas ainda parece pouco.
O complexo tem capacidade ociosa grande e é bem possível que a Caoa decida aproveitar o espaço para estabelecer ali o projeto com sua futura parceira chinesa – muito se especula sobre a Changan.
É preciso observar que o grupo já divide a fábrica de Anápolis (GO) entre modelos da Hyundai e da Chery. Fazer o mesmo com Jacareí entre Chery e outra fabricante não parece ser um grande entrave para a empresa.
Quanto à antiga planta da Ford, João Doria declarou que ainda há dois potenciais compradores para o local.
“Nós não desistimos do tema da Ford. Há entendimentos novos com dois fabricantes chineses, que estão em curso. Não temos propagado até para que eles possam seguir com tranquilidade, sem a pressão do tempo”, completou.