Exceção ao “quebra-mato”, visual da Toro não muda desde 2016 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
A Fiat Toro foi lançada em 2016 e inaugurou um segmento impensado no mercado brasileiro. Tanto que rivais como GM, Ford, Volkswagen e Hyundai correm atrás para lançar modelos concorrentes nos próximos anos.
Apesar do sucesso, o uso do motor 1.8 E.torQ nas versões flex 4×2 sempre foi uma das soluções mais contestadas da picape.
Mesmo em modo Sport, Toro sente a falta de um motor mais forte (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Voltamos a experimentar essa configuração, dessa vez aliada a câmbio manual de cinco marchas na versão de entrada Endurance, e constatamos: o desempenho está muito aquém do porte e da robustez que teoricamente a Toro se propõe a oferecer.
O causador da discórdia: motor 1.8 E.torQ flex rende 139 cv com etanol (Fernando Pires/Quatro Rodas)
No modo de condução convencional, criado para garantir um consumo de combustível acima de 9 km/l na cidade com gasolina, as acelerações e retomadas são sôfregas a ponto de a picape quase não conseguir arrancar numa subida íngreme.
Se quiser um desempenho minimamente condigno, acione o botão Sport. Só não espere nenhum tipo de esportividade real, visto que até nesse modo o 0 a 100 km/h fica próximo de 15 segundos.
Rodas da Toro Endurance usam “supercalotas” que emulam liga leve (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O único alento é que o câmbio tem engates até macios para os padrões de um utilitário.
Merece boa menção o trabalho das suspensões, que contribui para o conforto a bordo, assim como o bom nível de isolamento acústico. Os freios operam de maneira decente para um veículo que pesa mais de 1,5 tonelada e usa tambores na traseira.
Painel da Toro também não mudou desde lançamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Por se tratar de uma versão de entrada, a Toro Endurance vem com bancos de tecido e rodas de aço com calotas que emulam liga leve.
Para ter uma picape mais bem equipada, é preciso pagar R$ 3.500 para adquirir o pacote com faróis de neblina, retrovisores com tilt down e sensores traseiros de estacionamento.
Toro manual vem com tecido nos bancos, mas bom acabamento. Porta-objetos são escassos (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Outro pacote de R$ 2.500 acrescenta central de 7 polegadas com projeção de celulares, câmera de ré, volante multifuncional com couro e sistema de som com seis alto-falantes e dois tweeters. A pintura marrom Deep da imagem custa mais R$ 2.500.
Alavanca de câmbio arredondada lembra a do velho Uno, só que mais longa (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Sentimos falta de mais porta-objetos e de um porta-celular, o que evidencia a necessidade de uma atualização visual e também da cabine da Toro, além, é claro, de um motor mais pujante. Mas a picape só deve receber mudanças tão profundas assim entre 2020 e 2021.
Capacidade de carga na Toro flex cai de 1 tonelada para 650 kg (Fernando Pires/Quatro Rodas)
A Toro 1.8 MT sentiu o peso da carroceria e da idade. Visual segue atual, mas ela precisa (muito) renovar cabine e motor.
Aceleração
0 a 100 km/h: 14,82 s
0 a 1.000 m: 35,82 s – 148,5 km/h
Velocidade máxima: 175 km/h*
*Dado de fábrica.
Retomada
40 a 80 km/h: 8,9 s (3a)
60 a 100 km/h: 12 s (4a)
80 a 120 km/h: 23,5 s (5a)
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,8/26,5/59,2 m
Consumo
Urbano: 9,2 km/l
Rodoviário: 11,9 km/l