Câmbio continua hesitando na hora de encarar uma ladeira (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O que começou com reclamações esporádicas, notadas por três integrantes da equipe de QUATRO RODAS, hoje já é uma anotação constante no diário de bordo e quase unânime.
Ao entrar em baixa velocidade numa via ladeira acima, o câmbio demora para reduzir de segunda para primeira.
O problema é agravado pelo fato de que o câmbio insiste em tentar vencer a inclinação, gerando uma forte trepidação e muito ruído já que o descompasso faz com que a rotação do motor se eleve sem que haja transmissão efetiva de fora para o eixo dianteiro. Somente quando o movimento praticamente cessa é que a primeira é engatada.
“No caminho de casa até a escola da minha filha, encaro exatamente essa condição. De tanto ouvir buzinadas de outros motoristas, mudei o jeito de dirigir. Quando vou sair da rua plana e entrar na ladeira acima, engato a primeira manualmente”, conta o nosso editor de arte Fabio Black.
O câmbio, fornecido pela Getrag, é uma evolução do Powershift, conforme apontado exclusivamente por QUATRO RODAS, e cujos problemas ainda causam arrepios nos consumidores e na própria Ford.
Que, para acalmar os ânimos diante de tanta reclamação de seus clientes, acabou promovendo o reparo gratuitamente e ampliando o prazo de garantia dos carros de três para cinco anos.
No Tiggo 5X, pelo menos até agora, os incômodos relativos ao câmbio são muito menos alarmantes.
O que desanima mesmo é a incapacidade da rede de colocar um fim no que tem funcionado inadequadamente.
Tanto na primeira revisão como agora, na segunda, feita na Nova Chery, em São José dos Campos (SP), relatamos o desentendimento entre motor e câmbio ao encarar uma ladeira.
A resposta foi a mesma (“fizemos uma atualização da central eletrônica”), assim como a nossa decepção diante da inocuidade da manutenção.
“Talvez por efeito psicológico, até achei que o desempenho melhorou, mas bastou levar minha filha à escola para o Tiggo patinar, vibrar e demorar para iniciar a subida na marcha certa. E tome buzinada”, conta Black, que avaliou o SUV após as duas revisões.
E não foi só ele que notou: outros integrantes da redação relataram que não sentiram melhoria.
Mas de uma coisa não podemos reclamar: todos os serviços da revisão foram prestados a contento e recebemos até um descontinho: apesar de o site da Chery indicar R$ 665, pagamos R$ 632.
Entre os extras, película nos vidros (R$ 350) e alinhamento e balanceamento (R$ 166).
Desde jul/2019: 8,8 km/l com 27,5% de rodagem na cidade