Novidades

02 JAN
Clássicos: Audi RS2, a perua que encantou até o baterista do Pink Floyd

Clássicos: Audi RS2, a perua que encantou até o baterista do Pink Floyd

As pinças de freio eram fornecidas pela italiana Brembo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O jovem engenheiro Ferdinand Piëch já era uma das pessoas mais influentes da indústria em 1972, quando trocou a Porsche pela Audi.

Neto de Ferdinand Porsche, Piëch deixou para trás um legado em Stuttgart e valeu-se dessa experiência para criar a RS2, perua que elevou o prestígio da Audi ao mesmo nível do de BMW e Mercedes-Benz.

Apresentada no Salão de Frankfurt de 1993, a RS2 foi uma das primeiras realizações de Piëch após assumir a presidência mundial da Volkswagen.

Apesar de inédita, a proposta da perua era inspirada no Audi Quattro de 1980, outra criação de Piëch, que teve grande popularidade em campeonatos de rali e estações de esqui.

Derivado do Audi 80, o Quattro trazia um motor turbo de cinco cilindros e 2,1 litros de 200 cv e tração integral para alta performance em qualquer condição meteorológica.

Cativou clientes famosos, mas não superou o carisma de novos rivais como Mercedes 190 E 2.3-16 e BMW M3 E30.

Veloz e versátil: a RS2 era a favorita de pilotos e criminosos em fuga.Interior repleto de couro e apliques de fibra de carbono. A marca Porsche está no motor de cinco cilindros e nos freios (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Produzido até 1991, o Quattro foi substituído pelo cupê S2, o primeiro Audi da linhagem esportiva “S”.

Ainda baseado no Audi 80, a versão S2 logo foi estendida ao sedã e à perua, em 1993: era a ocasião perfeita para consolidar a reputação da Audi. Assim, Piëch contatou a Porsche para dar início ao  Projeto P1.

Ambas já eram parceiras de longa data: a Audi produziu os Porsches 924 e 944 por 15 anos na fábrica de Neckarsulm.

A sugestão de anabolizar a perua S2 teria partido da própria Porsche, o que evitaria a concorrência com sua linha de cupês 911, 928 e 968. Assim, surgiu a Audi Avant RS2, a primeira superperua do mundo.

Os engenheiros da Porsche se apressaram em reconfigurar o motor turbo ABY de cinco cilindros, 2,2 litros e 20 válvulas. Renomeado ADU, ele recebeu comandos de válvulas mais agressivos e um turbocompressor KKK K24 30% maior que o original, operando com pressão máxima de 1,4 bar (contra 1,1 bar da S2).

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os sistemas de admissão e escapamento foram readequados ao maior fluxo e o de lubrificação foi redimensionado. E ganhou bicos injetores de maior vazão, gerenciados por uma injeção eletrônica Bosch com novos mapas de injeção e ignição.

Essas alterações fizeram a potência saltar de 230 para 315 cv e o torque, de 35,7 mkgf a 1.950 rpm para 41,8 mkgf a 3.000 rpm, que  chegavam às quatro rodas pelo  mesmo câmbio manual de seis marchas, em conjunto com o diferencial central Torsen.

Totalmente revista pela Porsche, a suspensão ficou 40 mm mais baixa sem comprometer a versatilidade da perua.

Explícito, o DNA de Stuttgart saltava aos olhos nas pinças de freio vermelhas com quatro pistões por dentro das rodas Porsche Cup aro 17 calçadas em pneus Dunlop 245/40 ZR17.

O Porsche 964 cedeu os retrovisores e o 993 serviu de inspiração para o para-choque dianteiro e para a extensão central das lanternas traseiras.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ao marcar o tempo de 4,8 s para ir de 0 a 96 km/h a revista britânica Autocar cravou um recorde curioso: no 0 a 48 km/h a RS2 foi 0,1 s  mais rápida que a McLaren da Fórmula 1 de  1994.

Os números de fábrica eram 0 a 100 km/h em 5,4 s e máxima de 262 km/h, limitada eletronicamente.

Entre os clientes mais famosos, havia o piloto Derek Bell e Nick Mason, baterista do Pink Floyd: a RS2 de Mason acabou furtada e usada como carro de fuga dos criminosos em um assalto.

Em 1995, a QUATRO RODAS avaliou a primeira das 80 RS2 trazidas pela Senna Import. Rodou em São Paulo sem raspar em valetas e lombadas, mas a pesada embreagem indicava que era melhor curti-la na estrada.

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O ronco metálico acima de 3.000 rpm era um convite para acelerar, mesmo com torque e potência suficientes para rodar sempre em sexta marcha. A tração integral garantiu a aderência até sob a chuva mais torrencial.

 

 

Foram produzidas 2.891 unidades da RS2 entre 1994 e 1995, o suficiente para finalmente colocar a Audi no mesmo patamar de BMW e Mercedes. Morto aos 82 anos no último dia 25 de agosto, Piëch ainda teve a satisfação de ver a Porsche sob a tutela do grupo Volkswagen, ao lado de outras marcas de prestígio como Bugatti, Bentley e Lamborghini.

Ficha técnica:

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

19 NOV

Brasileiro Carlos Ghosn, o executivo preso da Nissan, deixou de declarar mais de R$ 167 milhões, dizem promotores japoneses

Carlos Ghosn, o presidente do conselho da Nissan preso nesta segunda-feira (19), é acusado de sonegação e fraude fiscal. Mas o que e quanto exatamente Ghosn teria escondido das autoridades japonesas? De acordo com as agências de notícias japonesas Kyodo e Jiji, Ghosn não declarou mais de 5 bilhões de ienes (o equivalente a equivale a R$ 167,4 milhões) de seu pagamento como presidente na montadora;As fraudes fiscais ocorreram durante 5 anos, entre 2010 e 2015, de acordo com a... Leia mais
19 NOV

PDV da Ford em Taubaté tem adesão de 133 trabalhadores, diz sindicato

O Sindicato dos Metalúrgicos informou nesta segunda-feira (19) que 133 funcionários aderiram ao Pacote de Demissão Voluntária (PDV) na fábrica da Ford em Taubaté (SP). A medida foi adotada em outubro como forma de adequação à demanda de trabalho, segundo a empresa. A Ford não informou quando os funcionários devem deixar a empresa. O pacote foi aberto depois da empresa alegar excedente de 350 funcionários. À época do comunicado, a Ford alegou que a baixa seria reflexo na... Leia mais
19 NOV

Polícia Rodoviária registra 74 mortes nas estradas federais durante o feriado da Proclamação da República

A Polícia Rodoviária Federal registrou 74 mortes durante o feriado prolongado da Proclamação da República em ações realizadas nas estradas federais entre os dias 14 e 18 de novembro. Segundo o balanço divulgado pela PRF nesta segunda-feira (19), foram atendidas 243 ocorrências classificadas como graves, com ao menos um óbito ou ferido grave. Entre elas, houve 74 mortes e 1.093 pessoas gravemente feridas. A redução de atendimentos em relação ao mesmo feriado em 2017... Leia mais
19 NOV

Preso no Japão Carlos Ghosn, brasileiro que virou 'titã' da indústria automotiva

A montadora afirmou, em nota, que conduziu uma investigação interna por vários meses e descobriu que Ghosn "subnotificou seus rendimentos" às autoridades. "Numerosos outros atos de conduta indevida foram descobertos, como uso pessoal dos ativos da companhia", diz o comunicado. A empresa acrescentou que vai retirar o executivo, de 64 anos, do cargo. "A Nissan pede desculpas por causar grande preocupação aos nossos acionistas e parceiros." A nota acrescenta que a... Leia mais
19 NOV

Quando se deve colocar protetor de cárter no carro?

Nos anos 1990 e 2000 os protetores de cárter eram comuns (Mauro Souza/Quatro Rodas)O protetor de cárter já foi muito badalado e ainda hoje faz parte do cotidiano. Mas, se nos anos 1990 e início de 2000 era comum vê-lo na lista de opcionais da maioria dos carros, os projetos atuais já pensam no reservatório que armazena o óleo mais imune a rompimento provocado por impactos. Mesmo assim, muitas marcas ainda disponibilizam o item como acessório original de concessionária. Só que a... Leia mais
19 NOV

Ex-CEO e presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn é preso no Japão

O executivo da montadora japonesa Nissan, Carlos Ghosn, foi preso no Japão nesta segunda-feira (19), segundo a imprensa local. Ele é presidente do conselho e ex-presidente da montadora e atualmente preside a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Em meio a notícias de que o executivo estaria prestes a ser preso, a Nissan divulgou nota com esclarecimentos sobre o caso. A montadora afirmou que pretende retirar Ghosn do cargo que ocupa como presidente do conselho de administração,... Leia mais