Neste ano, desmontamos e demos adeus a Compass, Prius e Kwid. Mas também vimos a estreia de Tiggo 5X, C4 Cactus e Outlander. E ainda tem o Virtus, que entrou para a frota em 2018 e está às vésperas da aposentadoria.
É hora de relembrar os principais acontecimentos do ano:
Após um jejum de 20 anos, Compass trouxe um motor diesel de volta ao teste de Longa Duração (Xico Bunny/Quatro Rodas)
A chegada do Compass, em setembro de 2017, colocou fim a um jejum de 20 anos sem um veículo a diesel na nossa frota – o último havia sido a Ford F-1000, desmontada em 1997.
A tração 4×4 deu conta da lama, mas descobrimos que, apesar da vocação para o off-road, o Jeep é desprovido de zonas de fácil acesso para fixação de ganchos de reboque.
No desmonte, ele se mostrou melhor que o Renegade, mas também ficou claro que a marca ainda tem que aprimorar um pouquinho o produto (houve apagões do painel e da central eletrônica) e a rede autorizada (como a dificuldade de solucionar as falhas eletrônicas e os ruídos).
O primeiro híbrido testado no Longa Duração foi bem, mas a rede Toyota… (Xico Bunny/Quatro Rodas)
Corolla e Etios passaram pelo Longa Duração cobertos de elogios por conta do atendimento da rede de assistência. Sempre cordial, ágil e eficiente, as concessionárias Toyota costumam ser o destaque positivo.
Não à toa, esperávamos desempenho semelhante no atendimento ao Prius. Ledo engano. Dessa vez, aliás, foi exatamente o oposto.
Displicente, errou no início da jornada (deixou nosso carro aberto no showroom), no meio (fez todos os rodízios de pneus fora de conformidade) e no fim (já na fase final, após um acidente de trânsito, realizou um dos piores reparos de funilaria e pintura da história do Longa Duração).
Kwid foi aprovado. Mas olha, foi por pouco (Xico Bunny/Quatro Rodas)
Raramente ocorrem casos de reprovação no Longa Duração, mas o Kwid escapou por pouco.
A situação mais grave foi nos freios – e começou antes do início do teste. Acontece que a concessionária que nos vendeu o carro fez a entrega sem a execução do reparo de correção do recall decretado meses antes.
E o pior: só fomos descobrir isso na revisão dos 10.000 km. Além disso, tivemos três trocas de pastilhas e uma de discos. A suspensão também se mostrou frágil.
Não passou por recall, mas foi preciso trocar os amortecedores aos 36.000 km e ainda assim a bucha das duas bandejas foram encontradas rompidas no desmonte.
Caoa Chery Tiggo 5X: ótima chance para testar o carro e a nova gestão da marca (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Ao assumir o comando da Chery no país, a Caoa pegou para si a responsabilidade de reconstruir a imagem de uma marca desacreditada. Nesse sentido, até aqui, a estratégia está dando certo.
Por isso mesmo o Longa Duração precisava incorporar um dos seus principais modelos: o Tiggo 5X. Escolhemos a versão TXS e, em julho, ele estreou na frota.
A lista de opcionais é vasta, mas faltam retrovisor interno eletrocrômico e ajuste de profundidade da coluna de direção.
Em algumas situações, o sistema de dupla embreagem hesita entre a primeira e segunda marchas, mas, no geral, a dirigibilidade tem agradado a todos.
Cactus já tem uma cicactriz urbana: linha de pipa com cerol causou um risco em toda a dianteira (Leonardo Felix/Quatro Rodas)
Uma pesquisa na internet revela que linhas de pipa com cerol representam um perigo em potencial para donos de automóveis, não apenas de motos. Aconteceu com o nosso C4 Cactus.
Ao chegar à garagem da Editora Abril, observamos o que parecia ser um risco comum, mas logo notamos se tratar de um dano causado pelo atrito com uma linha de pipa.
Além do capô, toda a área da grade frontal foi atingida, chegando, inclusive, a ser cortada. Outro problema inusitado ocorreu: com uma bolha no LCD, o quadro de instrumentos precisou ser substituído por um novo. Ao menos a troca foi feita em garantia.
Outlander sucedeu o Compass, inclusive na motorização, também a diesel (Péricles Malheiros/Quatro Rodas)
Em setembro, o Longa Duração pagou uma dívida antiga: compramos um Outlander e, pela primeira vez, a seção passou a contar com um Mitsubishi. E ele começou acelerado.
Atingiu rapidamente os 1.000 km, foi submetido ao primeiro teste e saiu do nosso campo de provas, em Limeira (SP), diretamente para a sua primeira grande viagem, rumo a Brasília (DF).
O conforto de rodagem na estrada foi elogiado, mas o acionamento indevido do sistema de frenagem autônoma em perímetro urbano vem recebendo críticas de diferentes motoristas e de maneira cada vez mais constante.
Rede Volkswagen já tentou eliminar a infiltração de água no porta-malas por duas vezes. Ambas, sem sucesso (Fernando Pires/Quatro Rodas)
A alta eficiência do motor 1.0 TSI sempre foi o item mais comentado do Virtus.
No entanto, nos últimos tempos, repetidos casos de infiltração de água no porta-malas passaram a chamar mais a atenção do que o moderno três-cilindros 1.0 com turbo e injeção direta de combustível.
Pior de tudo: a rede Volkswagen tentou, por duas vezes, conter a infiltração, mas não teve sucesso. Antes da chegada do período das águas, um incidente típico de quem roda em São Paulo: um buraco rasgou um dos pneus.
Prejuízo de R$ 1.048 (R$ 150 o reparo da roda e R$ 898 o par de pneus).