Novidades

27 DEZ
Opala SS x Gol GTi: duelo de ícones da indústria nacional

Opala SS x Gol GTi: duelo de ícones da indústria nacional

Cada um a seu tempo monopolizou a atenção dos consumidores brasileiros (Acervo/Quatro Rodas)

Opala SS e Gol GTi foram dois ícones de esportividade na linha nacional, cada um a seu tempo. Tecnicamente, pode se dizer que eles têm pouca coisa em comum. Mas conceitualmente foram feitos para o mesmo perfil de motorista.

De um lado, o Opala SS propunha um estilo mais harmonizado com a escola norte-americana. De outro, o Gol GTi incorporava as linhas da tradição alemã.

A comparação entre SS e GTi é complicada. São carros de épocas diferentes, com carrocerias diferentes e tecnologias em estágios evolutivos diferentes. Mas sempre é válido relembrar desses carros que ser tornaram legendários, analisando aquilo que cada modelo trouxe à sua época.

Embora tenha tido como base o alemão Opel Rekord, o Opala puxou muitas linhas do Chevy Nova produzido pela GM nos EUA e o desenho de um muscle car pesou na sua projeção. As linhas exageradas, a tração traseira e o motor de alta cilindrada, são as principais características do modelo.

O Opala SS chamava atenção com suas faixas decorativas (divulgação/Chevrolet)

O Opala surgiu em 1968 com um modelo de quatro-portas, equipado com um motor de seis-cilindros com 3.800 cilindradas criado em 1929. Foi o primeiro veículo de passeio da Chevrolet no Brasil e deu início ao segmento de sedãs médios, que ainda não existia por aqui.

O veículo era uma alternativa mais acessível para quem sonhava com o enorme e luxuoso Galaxie, da rival Ford, principal sedã da época.

O famoso motor 4.100 gerava 142 cv de potência (Acervo/Quatro Rodas)

Logo em sua estreia, O Chevrolet trazia novidades. Seus freios eram do tipo tambor – comum na época – mas com um diferencial: regulagem automática do conjunto de sapatas e lonas. O sistema era bem simples, primeiro você engatava a marcha a ré e pisava fundo e depois freava forte.

O Opala também foi o primeiro esportivo da marca por aqui e, foi em 1973 que chegou sua versão SS cupê. Ele ganhou freios a disco com hidrovácuo de série e, além disso, uma suspensão com regulagem mais rígida para ter um desempenho mais esportivo.

O SS vinha com bancos individuais, com câmbio no túnel central que garantia trocas mais rápidas, diferentemente do câmbio na coluna de direção que era desajeitado e, além de tudo, enroscava.

Atualmente, as versões esportivas são as mais cultuadas por colecionadores (Acervo/Quatro Rodas)

O motor do Opala mudou e o seis cilindros em linha agora tinha 4.100 centímetros cúbicos de cilindrada. O propulsor gerava uma potência de 142 cv e 29 mkgf de torque, força que levava o carro acelerar com um 0 a 100 km/h em 12,2 segundos e a atingir a máxima de 175 km/h.

Em 1976, o motor ganhou carburação dupla, porém, mesmo a versão SS sendo mais cara que as demais ela não acrescentava nada ao desempenho para o Opala.

O mesmo “seizão” podia ser encontrado em outras versões do veículo com a mesma potência e mesmo torque, tendo como diferencial apenas o acabamento, ou seja, era um esportivo adesivado.

Enquanto isso, a Volkswagen se preocupava em manter a liderança de vendas dos veículos de entrada. Ainda na década de 1970 – quando o Opala chegava ao mercado –, a empresa alemã mantinha-se firme e forte com o lendário Fusca.

A empresa viu que o ‘besourinho’ estava ultrapassado e precisava de um sucessor a altura e ele veio em 1980. O Gol surge no mesmo ano em que o Opala se consagra o veículo nacional mais rápido.

O GTi foi o primeiro modelo nacional equipado com injeção eletrônica de combustível (Acervo/Quatro Rodas)

Em suas primeiras versões, o Volkswagen era equipado com motor refrigerado a ar – como seu antecessor – mas logo ganhou a refrigeração a água, já adotada no Passat.

O lançamento do compacto foi um ‘gol de placa’ e manteve a Volkswagen forte na linha dos veículos mais baratos. No entanto, o final da década de 1980 chegava e carregava junto a necessidade de ter um esportivo.

A marca alemã lançou o Gol GT (em 1986) e o Gol GTS (1987), mas quem realmente modificou o cenário nacional foi o Gol GTi em 1988.

O compacto esportivo nem havia chegado ao mercado mas já mudava a engenharia. Como importações não podiam ser feitas na época, a Volkswagen teve de tirar o atraso automotivo do Brasil com as próprias mãos e a engenharia da marca criou o próprio sistema de injeção eletrônica.

O GTi tinha suspensão com calibragem mais esportiva que as dos outros Gol (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O Gol foi o primeiro veículo nacional a ganhar injeção eletrônica. O GTi chegou ao mercado com motor 2.0 de 120 cv e 18,3 mkgf de torque que fazia o 0 a 100 km/h em 10,4 segundos e alcançava 174 km/h de velocidade mácia.

Os freios eram novidades na linha da VW: com discos ventilados, na dianteira, e tambor, na traseira. Ele era mais eficiente e não superaquecia mesmo em situações de uso intenso.

Assim como no Opala, o interior tinha um acabamento mais sofisticado do que das demais versões da família, porém, os bancos esportivos do Gol deixaram o veículo menos confortável para dirigir, diferente do Chevrolet que era macio.

Além disso, o veículo não marcava a pressão do óleo em seu painel de instrumentos, medidor considerado essencial para um esportivo.

 

O motor 2.0 rendia 120 cv de potência (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O consumo de combustível era alto. O GTi fazia 8,5 km/l na cidade e sua melhor marca na estrada foi de 13,3 km/l. Já os donos de Opala acabavam amigos dos frentistas, afinal, o veículo fazia entre 6,25 km/l na cidade e 8,4 km/l na estrada.

Nas dimensões o Opala era bem maior. O cupê da GM tinha 467,1 cm de comprimento; 175,8 cm de largura; 135,9 cm de altura; 266,7 cm de distância entre-eixos e 1.146 kg. Enquanto isso, o compacto da Volks possuía 384,9 cm de comprimento; 160,1 cm de largura; 135,5 cm de altura; 235,8 cm de entre-eixos e 997 kg.

Sendo mais leve, o Gol era mais ágil que o Opala e isso ajudava o veículo a conseguir números melhores de aceleração e menores de consumo. O Volkswagen era estável e garantia segurança mesmo em alta velocidade, enquanto isso o Opala pecava pelo sobrepeso na dianteira que fazia a suspensão bater no fim do curso do amortecedor em curvas.

O velocímetro marcava 240 km/h, mas a velocidade máxima era de 174 km/h (Acervo/Quatro Rodas)

Além disso, a concentração de peso na frente – por conta do pesado seis-cilindros – fazia o veículo perder estabilidade da tração traseira. O Gol não enfrentava esse problema, já que tinha tração dianteira.

Porém, o VW deixava a desejar em relação ao barulho interno, diferente do Chevrolet que não tinha tanta vibração do motor e diminuía o ruído ouvido por condutor e passageiros do SS.

Opala SS empolga com a velocidade máxima de 175 km/h.

Foi o campeão de velocidade e aceleração entre os demais carros.

Média de 6,5 km/l deixava um pouco a desejar.

Embora tenha sido baixo para um esportivo, graças a injeção eletrônica.

Agrada pela força e não vibra.

O AP 2.0 ganhou pontos por ser eletronicamente injetado.

Engates precisos e rápidos.

Ótimo como os demais, mas a embreagem poderia ser menos dura.

É equipado com freios a disco dianteiros, porém superaquecia.

É o primeiro Volkswagen com freios a disco ventilados.

Fácil de manejar e de diâmetro coerente com o tamanho do veículo.

Rápida e precisa. Com capa de couro, o volante ficou mais agradável.

Impossibilita que o carro incline muito nas curvas, mas é ineficiente na chuva. Rodas traseiras derrapam muito.

Ele atinge o ponto de equilíbrio entre alto desempenho e segurança.

Com carroceria fastback sem coluna central, foi considerado um dos veículos nacionais mais bonitos.

Diferencia-se pelo novo aerofólio, a antena atrás e a cor exclusiva.

Comporta cinco pessoas com conforto, porém a suspensão não absorve bem as irregularidades do solo.

Vem todo equipado, mas o ar-condicionado é opcional.

Os assentos dianteiros individuais e reguláveis permitem uma boa posição do motorista.

Bem adequada a um esportivo o banco tem regulagem de altura.

Fácil de ler durante a noite, mas durante o dia reflete a luz e atrapalha o condutor.

Tem mostradores vermelhos. Falta o manômetro de pressão de óleo.

Mal pode ser ouvido durante um viagem.

Esportivo faz barulho. Aqui, baixou um pouco em relação ao Gol GTS.

Comporta bagagem de cinco pessoas tranquilamente com seus 430 litros.

Pequeno e com estepe.

Ambos os veículos foram marcantes em suas épocas e ainda têm espaço no coração dos fãs e colecionadores que gostam dos esportivos nacionais.

A tabela acima mostra a avaliação que os veículos tiveram em seus testes de lançamento e foram publicados por QUATRO RODAS.

Embora os resultados da pista sejam bem parecidos e os dois veículos tenham apresentado melhorias para indústria nacional, o Volkswagen Gol GTi se sobressai.

O uso da injeção eletrônica representou uma nova fase na indústria, uma vez que as outras marcas também adotaram as suas nos anos seguintes. E graças a essa tecnologia, os veículos passaram a possuir um desempenho melhor, consumo de combustível menor e tudo isso com menos poulição, uma vez que a queima mais eficiente do combustível reduziu as emissões.

Pelo avanço tecnológico e o seu significado para a indústria nacional, o Gol GTi vence este comparativo.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

12 MAR
Caoa Chery Arrizo 5 ganha novos itens, fica mais caro e parte de R$ 74.590

Caoa Chery Arrizo 5 ganha novos itens, fica mais caro e parte de R$ 74.590

Luzes diurnas de led vêm de série em todas as versões (Fernando Pires/Quatro Rodas)O novo Caoa Chery Arrizo 5 tem como principal mudança o câmbio automático CVT com nove marchas simuladas – emprestado do Arrizo 6 – e já está disponível no Brasil com preços entre R$ 74.590 e R$ 83.590.Desde a configuração de entrada, o sedã recebeu freio de estacionamento elétrico e tela colorida para o computador de bordo, ambos inéditos. Além disso, já há central multimídia e luzes... Leia mais
12 MAR
De Mustang a Corolla: os 5 carros que mais aparecem em filmes de Hollywood

De Mustang a Corolla: os 5 carros que mais aparecem em filmes de Hollywood

Cena da franquia multimilionária Velozes e Furiosos 7, filme que moldou uma geração de apaixonados por carros (Divulgação/Reprodução)Quando pensamos nos carros mais notórios e presentes no cinema, o que vem a cabeça de todo amante das quatro rodas  deve ser o Ford GT40 de Ford vs Ferrari, certo?Ou seriam as máquinas tunadas e com câmbios de 19 marchas da turma liderada por Vin Diesel na franquia Velozes e Furiosos? Talvez os belíssimos Aston Martin de James Bond, correto?... Leia mais
12 MAR
Novo Chevrolet Tracker já é oferecido em loja entre R$ 57.000 e R$ 120.000

Novo Chevrolet Tracker já é oferecido em loja entre R$ 57.000 e R$ 120.000

– (Leonardo Felix/Quatro Rodas)A Chevrolet tomou algumas medidas para que o Tracker não seja mais exibido até seu lançamento oficial, que acontecerá entre os dias 18 e 19 de março.As concessionárias não mostram o veículo nem para potenciais clientes e também não dão nenhum tipo de especificação técnica.No entanto, embora ainda tente manter o SUV em segredo, os valores das versões já foram divulgados pelo site de uma concessionária Chevrolet.Vale lembrar que esses preços... Leia mais
12 MAR
Novo VW Nivus tem Wi-Fi, estaciona sozinho e carrega o celular sem fio

Novo VW Nivus tem Wi-Fi, estaciona sozinho e carrega o celular sem fio

A Volkswagen divulgou um teaser do seu novo SUV, o Nivus (Divulgação/Quatro Rodas)A Volkswagen divulgou nesta quinta-feira (12) mais um teaser do Nivus, SUV cupê derivado do Polo que será lançado comercialmente em maio deste ano.Com produção em São Bernardo do Campo (SP), o modelo inaugurará um segmento no país e será comercializado, inicialmente, em três versões, sempre com motor 1.0 turbo flex de 128 cv e preços entre R$ 70.000 e R$ 85.000.A central multimídia será... Leia mais
12 MAR
Teste: Hyundai HB20 é o novo hatch 1.0 aspirado mais econômico do Brasil

Teste: Hyundai HB20 é o novo hatch 1.0 aspirado mais econômico do Brasil

No HB20 Evolution, só o contorno da grade é cromado (Fernando Pires/Quatro Rodas)O roteiro é comum: o jovem recém-alçado à maioridade que passou no vestibular e ganhou dos pais seu primeiro carro zero, um Hyundai HB20.Desde a mais recente atualização do modelo, há mais de 70% de chances que esse estudante seja presenteado com a configuração 1.0 aspirada, que tem preços mais acessíveis, pacote mais pé no chão e, por isso mesmo, é disparado a que mais vende.Lanternas traseiras... Leia mais
12 MAR
Raio X: é barato manter um Fiat Cronos Drive 1.3 manual?

Raio X: é barato manter um Fiat Cronos Drive 1.3 manual?

– (Divulgação/Fiat)Entre todas as versões do Fiat Cronos, a Drive 1.3 com câmbio manual é a mais equilibrada. Central multimídia é equipamento de série, mas câmera de ré, ar-condicionado automático e rodas de liga leve são opcionais.O motor 1.3 Firefly de 109 cv faz do sedã argentino um carro eficiente e ágil, e não impacta tanto no preço das revisões.Peças de desgaste têm custo de carro popular. Além disso, possui seguro com prêmio abaixo da média e baixa... Leia mais