Cybertruck é a primeira picape elétrica da Tesla (Divulgação/Tesla)
Apresentada no final de novembro, a Cybertruck parece ter seguido apenas os padrões necessários para sua homologação nos Estados Unidos.
Poucos dias depois da sua primeira aparição, a Tesla já registrava 250 mil pedidos da picape “Mad Max”. Os vincos e a carroceria – que carrega o título de indestrutível por ser feita com o mesmo aço usado pela Space X –, são as principais características da camionete elétrica.
Porém, a mesma estrutura que fez sucesso na estreia por dar um ar maior de segurança ao ocupante, parece não ser tão segura assim: ela pode impedir sua homologação na Europa.
Entrevistado pela revista alemã Automobil Woche, o especialista do SGS-TÜV Saar (orgão que testa segurança de veículos na Alemanha), Stefan Teller, afirma que a Cybertruck vai na contramão do que diz a filosofia de segurança europeia.
– (Divulgação/Tesla)
Isso porque a carroceria não deforma para absorver a energia gerada em uma colisão. Com isso, a energia é transmitida diretamente para os passageiros. Isso pode até mesmo anular a ação dos airbags.
Steller afirma que a picape pode ser mais viável no mercado norte-americano, por ele não ser tão rigoroso com a segurança. Bem diferente da Europa, que cobra que a parte da frente do veículo não seja rígida, de forma que o para-choque e capô absorvam o impacto da batida, protegendo os usuários do veículo.
Embora tenha milhares de pedidos, a Tesla Cybertruck ainda não está com seu projeto 100% concluído a ainda há questões que precisam ser alinhadas com a legislação americana para que ela possa rodar sem problemas pelo país.
– (Divulgação/Tesla)
Modificações drásticas na carroceria não seriam demanda apenas para a Europa. A estrutura da picape já havia sido contestada pelo ANCAP – órgão equivalente ao Latin NCAP, que atua na Austrália e Nova Zelândia – que afirma que o formato e as quinas do carro podem representar riscos a pedestres e ciclistas.
– (Divulgação/Tesla)
Neste mês, QUATRO RODAS informou que a Tesla irá antecipar a produção das versões mais caras da picape por conta da alta demanda de pedidos. Com isso, a empresa também antecipará a entrada de capital.
Como a empresa cobra US$ 100 como sinal para a compra do veículo, conseguiu adiantar cerca de US$ 25 milhões para iniciar a produção – tendo como base os 250 mil pedidos.
A versão de entrada sai por US$ 39.900 (cerca de R$ 166 mil) e tem apenas um motor elétrico que traciona no eixo traseiro. A picape acelera de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos, e atinge uma máxima de 177 km/h.
Ela ainda pode carregar 1.587 quilos e rebocar 3.401 quilos, segundo dados oficiais da fabricante, e sua bateria tem autonomia prometida de 402 km.
A intermediária custa US$ 49.900 (cerca de 207 mil). Essa tem dois motores elétricos e tração integral, fazendo 0 a 100 km/h em 4,5 segundos, com uma máxima de 193 km/h. A capacidade de reboque aumenta para 4.355 kg e autonomia da bateria vai para 482 km.
A topo de linha ganha três motores elétricos, também possui tração integral e faz o 0 a 100 km/h em 2,9 segundos. Além do desempenho melhor, a capacidade de reboque aumenta para 6.350 kg, assim como a bateria que aguenta 804 km por carda.