No Brasil, Audi Q3 troca a carroceria, mas não o motor (Divulgação/Audi)
A Audi fez uma avant-première nacional da segunda geração do Q3, que começa a ser vendido em fevereiro de 2020 no Brasil, custando entre R$ 179.990 e R$ 226.990 na versão de topo Black com todos os opcionais.
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Para isso, a empresa trouxe quatro unidades do modelo da Alemanha, em configurações específicas para aquele mercado, e organizou um test-drive na Chapada dos Guimarães (MT).
Q3 enfim passa a usar base MQB (Divulgação/Audi)
Além das diferenças de conteúdo – a versão alemã tem, por exemplo, sistema de leitura de placas e dispositivo de alerta de pontos cegos, que não estarão disponíveis no Brasil –, as unidades estão equipadas com motor 1.5 turbo a gasolina de 150 cv e câmbio automático de sete marchas.
Já o nosso Q3 terá motor 1.4 turbo flex, também com 150 cv e 25,5 mkgf, e câmbio automático de seis marchas.
Motor 1.5 TFSI não virá ao Brasil (Divulgação/Audi)
Apesar dos dados idênticos de potência e torque, não dá dizer como será o desempenho da nossa versão, dinamicamente em razão das diferenças de câmbio, principalmente. No 1.5 turbo europeu, o escalonamento com uma marcha a mais permite um melhor aproveitamento da força gerada.
Visual é inspirado no grandalhão Q8 (Divulgação/Audi)
Ao menos é possível comentar o comportamento do carro nas ruas e estradas, porque as calibrações de suspensão e de direção não mudarão.
O novo Q3 ficou mais gostoso de dirigir. Em relação ao antecessor, sua direção está mais leve, sem perder a precisão, o comportamento macio, a boa interação dos pneus com o piso ou a boa capacidade de segurar as oscilações laterais nas curvas.
Q3 inclui luzes de seta fluidas nas lanternas (Divulgação/Audi)
Outra mudança importante, embora discreta, foi o reposicionamento do banco em relação ao painel e aos pedais. O ponto H ficou mais baixo, o que deu ao Q3 uma pegada mais de automóvel do que de SUV, embora as suspensões continuem elevadas.
A Audi fez o movimento já verificado em rivais como BMW X2, Volvo XC40 e Lexus UX.
Posição de dirigir está mais baixa. Bancos usam alcantara na versão de topo (Divulgação/Audi)
Em dimensões, o Q3 cresceu: 9,7 cm no comprimento, chegando a 4,48 metros no total; 2,5 cm na largura (1,86 m); 0,2 cm na altura (1,58 m); 7,7 cm na distância entre-eixos (2,68 m).
Q3 está mais comprido (Divulgação/Audi)
Numericamente parece pouco, mas foram esses ajustes que possibilitaram reorganizar o espaço interno do carro.
Nos bancos da frente não se nota ganho substancial, mas atrás os ocupantes viajam com mais conforto e o porta-malas cresceu de 460 litros para 530 litros, com os bancos na posição normal.
Porta-malas teve volume aumentado em 70 litros (Divulgação/Audi)
Em relação ao acabamento, os bancos são revestidos em couro sintético ou couro e camurça (alcantara) sintéticos, dependendo da versão.
O painel tem materiais plásticos de diferentes texturas e qualidade superior, perceptível ao olhar e ao toque. E há frisos metalizados no painel, ao redor dos instrumentos e nas portas.
Painel tem elementos à altura de um SUV premium, e outros nem tanto (Divulgação/Audi)
Incomoda reconhecer linhas de estilo, como a que circunda o painel de instrumentos e a central multimídia, que lembram os VW. Como faz parte do Grupo VW, é normal que a Audi use componentes compartilhados, mas essa proximidade poderia ser evitada.
Como resumo da ópera podemos dizer que o que era bom ficou melhor no caso do Q3, que é o SUV da Audi mais vendido no Brasil, com 25.000 unidades comercializadas desde 2013, quando começou a ser importado.
Espaço na fileira traseira está mais generoso (Divulgação/Audi)
A partir de 2016, sua produção foi nacionalizada. A nova geração também será importada, da Hungria, único país a produzir o SUV no mundo.
Durante a apresentação do Q3, o presidente da empresa no Brasil, Johannes Roscheck declarou que gostaria de produzir a nova geração no país, em São José dos Pinhais (PR).
Câmbio da especificação 1.4 TFSI brasileira terá seis marchas, e não sete (Divulgação/Audi)
Entretanto, segundo ela, essa é uma decisão que depende de definições das regras estabelecidas pelo programa Rota 2030 para a indústria automobilística.
Caso o novo Q3 não seja nacionalizado, a Audi ficará sem nenhum carro produzido localmente após a troca de geração do A3 Sedan, que, conforme antecipado exclusivamente por QUATRO RODAS, passará a novamente ser importado.