Novidades

11 NOV
Exclusivo: GM volta a vender Onix Plus após atualizar software do motor

Exclusivo: GM volta a vender Onix Plus após atualizar software do motor

Chevrolet Onix Plus (Fernando Pires e Fabio Gonzalez/Quatro Rodas)

A General Motors corre contra o tempo para estancar o mais rápido possível o grave problema da quebra de motor e dos possíveis incêndios que podem acometer unidades do Chevrolet Onix Plus produzidas no Brasil.

Marcos Munhoz, vice-presidente da GM do Mercosul, informou a QUATRO RODAS que as entregas do sedã a novos clientes, paralisadas por causa da falha, devem ser reiniciadas já nesta segunda-feira (11), assim como a devolução de unidades que já estavam nas ruas e haviam sido retidas.

Isso porque, segundo a fabricante, a atualização necessária no software de gerenciamento do propulsor, para evitar que ele atue fora dos padrões esperados de pressão e temperatura, já começou a ser feita nas revendas.

“Vamos começar a entregar carro antes do dia 18 [data estipulada para início de atendimento ao recall]. É possível que hoje mesmo já saiam carros das concessionárias com a nova programação”, disse o vice-presidente da GM Mercosul, à reportagem.

Dos 19.055 exemplares constantes no chamado que afetou o modelo, 7.400 já estavam em posse dos consumidores, sendo que outros 4.000 ficaram parados na fábrica de Gravataí (RS). O restante estava preso nas concessionárias.

Onix Plus corre o risco de pegar fogo (Reprodução/Internet)

Ainda de acordo com a GM, também nesta segunda, às 2h da manhã, a fábrica de Gravataí (RS) começou a produzir o Onix Plus já com a central eletrônica atualizada.

A fabricante também garante que a nova geração do Onix hatch, cujo lançamento está previsto para o final de novembro, já chegará às lojas com o gerenciamento do motor totalmente revisto.

Perguntado se o proprietário de um carro que ainda não passou pelo recall pode usá-lo normalmente, Munhoz é enfático ao dizer que não: “Não é a recomendação, é diretriz: não use o carro, deixe o carro parado até conseguir ir até a concessionária.”

Munhoz também acredita que o episódio não vai prejudicar as vendas ou a imagem da família Onix, líder de vendas no país há quase cinco anos: “Pelo contrário, creio que isso aumentou a confiança do consumidor com a marca“, defendeu.

Por fim, o executivo afirmou que os outros três boletins de recall descobertos por QUATRO RODAS nada têm a ver com os potenciais incêndios e que nenhum deles é grave a ponto de gerar um recall de fato.

Falha ocorre somente em unidades com motor turbo (Fernando Pires e Fabio Gonzalez/Quatro Rodas)

No último sábado (9), em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, Munhoz  afirmou que a equipe de engenharia da GM registrou seis falhas devido ao defeito no software, todos no Nordeste.

A QUATRO RODAS, o executivo detalhou que três geraram quebras do motor e dois viraram incêndios.

Um é o já relatado envolvendo o motorista Cleiton James no Maranhão. O outro, embora mantido sob sigilo pela fabricante, aparentemente ocorreu na BR-316, no estado do Piauí.

O proprietário se chama Rodrigo Aragão da Silva e é professor universitário, e relatou o caso a QUATRO RODAS alguns dias atrás.

“Recebi o meu Onix Plus LTZ e dois dias depois, ao retornar da cidade que trabalho para minha residência, em Teresina, o meu carro iniciou a incendiar. Pessoas que passavam conseguiram um extintor e apagaram o fogo no motor a tempo. A situação foi idêntica à relatada na matéria”, relatou por e-mail.

Nossa reportagem tentou contato telefônico com Silva para obter mais detalhes do caso na mesma data, mas ele não atendeu aos chamados.

Nessa mesma entrevista, Munhoz afirmou que apenas exemplares equipados com motor turbo e abastecidos com gasolina podem apresentar a falha, e que não há relatos de defeitos em outros mercados, como Argentina e China.

Ainda, o executivo garante que a resolução passa por uma mera atualização do software, sem precisar substituir partes mecânicas do veículo, e que “a atualização será feita em todos os carros, independentemente da região”.

No último fim de semana, o presidente da GM na América do Sul, Carlos Zarlenga, enviou uma carta a concessionários tentando esclarecer de maneira mais didática a questão.

QUATRO RODAS obteve o documento na íntegra em primeira mão. Confira:

São Caetano do Sul, 8 de novembro de 2019
Referência: 013/19

Caros Concessionários,

Como vocês todos sabem, um Onix Plus pegou fogo na última semana no estado do Piauí e esse incidente foi amplamente divulgado na imprensa e nas mídias sociais.

Muitos de vocês me pediram para atualizá-los sobre a situação e eu gostaria de tê-lo feito antes, mas quando um evento crítico ocorre, nós da GM focamos em nossas prioridades: a segurança e o cliente.

Gostaria de compartilhar com vocês a postura que tivemos nos últimos dias.

Na última semana, enquanto eu estava em viagem ao Equador, fui informado de um incêndio em um Onix Plus que ocorreu no estado do Piauí em 29 de outubro. Embora a notícia fosse preocupante, havia pouca informação adicional naquele momento. Eu não sabia o que havia causado o incêndio – se algo não relacionado com o veículo ou se era relacionado com o veículo de alguma forma. Nós havíamos acabado de lançar esse carro e estávamos convencidos de todo o trabalho que dedicamos para desenvolvê-lo. Imediatamente as seguintes questões surgiram em minha mente: foi um acidente? O carro estava danificado antes do incêndio? O combustível foi adulterado? Ou foi o produto? Minha principal preocupação era garantir que nossos clientes estivessem seguros! E assim, decidi averiguar rapidamente o que causou o incêndio.

Eu não estava sozinho ao ter essas questões em mente. A liderança da Manufatura e da Segurança de Produto também tinham as mesmas questões em mente. Sem perder tempo, três engenheiros pegaram um avião e foram ao local do incêndio. O time de Engenharia chegou e imediatamente iniciou os trabalhos. Na sexta-feira, eles recolheram o veículo e começaram a analisá-lo. Conversaram com o cliente. Entrevistaram o concessionário. Checaram os postos de combustível nas proximidades. Como você pode imaginar, o trabalho deles foi muito complicado porque o veículo havia sido destruído e precisávamos identificar os fatos para descobrir a causa raiz. No sábado fomos informados de que na mesma região, outros dois Onix Plus apresentaram um problema em seus motores. Recolhemos esses carros imediatamente e seguimos trabalhando, mesmo no feriado. Na terça-feira de manhã, dia 5 de novembro, apenas alguns dias após termos sido informados do primeiro incidente, o time de Engenharia havia identificado o problema: sob certas condições específicas, o software de gerenciamento do motor poderia enviar uma mensagem errada, o que poderia eventualmente causar uma falha do motor. Embora essa condição cause o acendimento de uma luz de alerta no painel de instrumentos informando o motorista de que algo está errado, um motorista que continue a dirigir o carro mesmo após esse alerta poderia danificar o motor e, em decorrência desse dano, um incêndio poderia ocorrer.

No início da manhã de terça-feira, o time de Engenharia compartilhou com o time de liderança sênior e comigo o que eles haviam encontrado. Mesmo que o risco fosse limitado a operação do veículo sob condições específicas, nós não hesitamos: tínhamos de recolher o produto, fazer os reparos, e fazer o certo por nossos clientes para garantir a segurança deles. Ainda que não tivéssemos uma solução desenvolvida naquele momento, o Comitê de Segurança decidiu recolher os veículos imediatamente. Mesmo que a legislação brasileira nos desse mais tempo para seguir com nossa investigação e anunciar o recall, decidimos agir o mais rápido possível porque era a coisa certa a ser feita. Mais tarde, no mesmo dia 5 de novembro, nós enviamos a documentação para as autoridades e nossas Concessionárias.

Isso foi apenas o começo. Nós queríamos que todos os carros que estivessem em mãos de clientes, retornassem às Concessionárias rapidamente. Naquele momento, de todos os carros produzidos, havia aproximadamente 7 mil veículos entregues aos clientes. E então, enfrentamos um novo desafio: como recolher estes veículos o mais rápido possível? A primeira coisa que você precisa fazer é preparar o time, porque a execução só pode ocorrer se o time estiver pronto. Eu liguei para nosso diretor de Customer Experience, que estava em um treinamento em Detroit, e disse a ele: “Corra para o aeroporto e tome em um avião para voltar a São Paulo agora, o treinamento pode esperar!”. Ele fez isso e chegou em São Paulo na manhã seguinte. Durante a viagem de retorno, ele e seu time já estavam planejando como fazer o trabalho. A chave: nossa rede de Concessionárias.

Nossa liderança de Customer Experience elaborou um plano no qual cada profissional de Vendas da GM seria responsável pelas Concessionárias em sua área operacional. Eles receberiam uma lista com cada número de chassi de veículos vendidos nessas lojas e juntamente com a Concessionária, ligariam pessoalmente para cada cliente. Eles começaram o processo em 6 de novembro. No dia seguinte, 80% dos clientes já haviam sido contatados e 34% dos carros já estavam de volta às Concessionárias. No momento em que você ler esta nota, provavelmente todos os clientes já terão sido contatados e muitos outros veículos já terão sido entregues às Concessionárias. Esta extraordinária conquista, apenas alguns dias depois do incidente, somente foi possível porque nós temos a melhor rede de Concessionárias do país e trabalhamos como um Único Time. Além disso, planejamos entregar a cada cliente impactado um carro alugado para uso até que o software de seu Onix Plus fosse atualizado e o carro devolvido.

E claro, porque nós tomamos a decisão de recolher os veículos, nós sabíamos que precisávamos rapidamente identificar o reparo necessário a ser realizado para devolver esses veículos às ruas o mais breve possível. Portanto, ao mesmo tempo em que contatávamos os clientes, o time de Engenharia seguiu trabalhando dia e noite para desenvolver a atualização do software. Esse time recebeu suporte dos mais altos níveis da organização global de Engenharia na América do Norte.

Na quinta-feira, 7 de novembro, o time de Engenharia confirmou que havia desenvolvido a atualização do software e começou a rigorosamente testá-la para validação. Nossa expectativa é disponibilizar a atualização do software nos próximos dias para a rede de Concessionárias, para que eles possam atualizar todos os carros que vendemos.

No meu ponto de vista, a lição aqui é a de que mesmo em uma companhia como a GM, que tem o mais alto e mais rigoroso padrão de qualidade, problemas inesperados podem e vão ocorrer; o que importa é como reagir a eles. Nós temos Valores muito sólidos, e nossa CEO estabeleceu uma cultura também muito forte em toda a organização global de colocar o cliente e a segurança sempre em primeiro lugar. Mas esses Valores só têm sentido quando são testados. Essa situação foi um teste dos nossos Valores e Integridade. Cada um de vocês esteve à altura do desafio e viveu nossos Valores, demonstrando tudo de melhor que temos nessa empresa.

Muito obrigado.

Carlos H. Zarlenga.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

12 ABR

Honda CBR 500R sai de linha no Brasil e abre espaço para CBR 650

A Honda CBR 500R não faz mais parte do portfólio da marca no Brasil. Depois de a CG 125 "dizer adeus", agora foi a vez da esportiva de média cilindrada da montadora deixar de ser vendida. Ela era a variante mais esportiva da família 500, que ainda conta com CB 500F e CB 500X, ambos modelos que continuam a ser vendidos. CG 125, XJ6 N, Burgman i e Ténéré 250: veja motos que saíram de linha em 2019VÍDEO: como anda a nova geração do PCX 150 2019 De acordo com a Honda, o... Leia mais
12 ABR

Justiça japonesa estende prisão de Carlos Ghosn até 22 de abril

O Tribunal Distrital de Tóquio disse nesta sexta-feira (12) que prorrogou o período de detenção de Carlos Ghosn por oito dias, dando aos procuradores até 22 de abril para apresentar acusações formais contra o ex-chefe da Nissan ou libertá-lo. O executivo brasileiro foi preso pela segunda vez no último dia 3 de abril, sob suspeita de ter tentado enriquecer às custas da Nissan. Tudo sobre as prisões de Carlos Ghosn Ele também está aguardando julgamento por outras... Leia mais
12 ABR

Novo Chevrolet Prisma: o que se sabe até agora

Carro camuflado, com preenchimento para disfarçar alguns traços da carroceria, lanternas falsas e vidros totalmente escurecidos. Desta forma, cheia de mistérios, a Chevrolet fez a primeira apresentação da nova geração do Prisma na última quinta-feira (11). Aliás, por enquanto, nem o nome Prisma pode ser confirmado. O modelo também poderá ser batizado de Onix Sedan. O G1 listou alguns aspectos que ajudam a explicar o novo carro da Chevrolet: Múltiplas nacionalidades ... Leia mais
12 ABR

Este massageador reduz mesmo o cansaço de ficar horas sentado no carro?

Equipamento traz controle com até oito ajustes de massagem (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Seja em uma viagem longa, seja após horas no trânsito congestionado das cidades, o cansaço nas costas e nos ombros é inevitável. Por isso, é muito sedutor o anúncio do assento Ultra Massage, que promete menos dores musculares ao volante.Importado da China, o equipamento é vendido pela Relaxmedic por R$ 359 e oferece uma massagem em seis pontos do corpo: dois perto dos ombros, dois na lombar e... Leia mais
12 ABR

Fusca, Escort e Maverick: relíquias do Museu do Automobilismo Brasileiro

Nos monopostos, carros de Rubens Barrichello (11) e de Christian Fittipaldi (1) (Luiz Alberto Pandini/Quatro Rodas)Passo Fundo (RS), a 289 km de Porto Alegre, tem forte ligação com o automobilismo desde os anos 40. Teve um circuito urbano, dois autódromos e, até hoje, pilotos locais que vencem corridas e campeonatos em todo o Brasil.O empresário e ex-piloto Paulo Trevisan passou a vida nesse ambiente. De sua paixão pelo esporte, surgiu o seu Museu do Automobilismo Brasileiro, único de... Leia mais
12 ABR

Clássicos: Lincoln Modelo K transportou Getúlio, rainha Elizabeth e o papa

Esta unidade já levou Getúlio Vargas, a rainha Elizabeth II e o papa João Paulo II (Christian Castanho/Quatro Rodas)A crise de 1929 foi a pior e mais longa recessão econômica do século 20, afetando o segmento de automóveis de luxo durante todos os anos 1930.Lastreado pela fortuna de Henry Ford, o filho Edsel Ford não poupou recursos para desenvolver o Lincoln Modelo K, que surgiu em 1931 para enfrentar concorrentes da Duesenberg, Packard e Cadillac.Maior e mais baixo que o Modelo L,... Leia mais