Novidades

08 NOV
Conhecemos – e pilotamos! – o incrível simulador de voo de R$ 82 milhões

Conhecemos – e pilotamos! – o incrível simulador de voo de R$ 82 milhões

Pode acreditar: isso não é um avião, e não estamos no Rio de Janeiro. Clique aqui

Já passaram por QUATRO RODAS esportivos raros, protótipos de corrida e até caminhões gigantes. Mas a máquina mais cara pilotada por nós não tem rodas, pesa quase 10 toneladas e está presa ao chão em um prédio em Campinas (SP).

Vídeo: Veja no final da matéria como foi voar no simulador do E190

O simulador de voo do Embraer E190 fica dentro de uma enorme caixa suspensa por seis cilindros eletropneumáticos, é feito sob medida pela Flight Safety e está na UniAzul, centro de treinamento da Azul Linhas Aéreas, localizado ao lado do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).

Por fora, a principal parte do simulador é uma caixa circular erguida por seis cilindros eletropneumáticos (Fernando Pires/Divulgação)

Seu custo é quase a metade de um avião de verdade: R$ 82 milhões, dinheiro suficiente para comprar mais de 13 Rolls-Royce Phantom, carro mais caro do Brasil.

O valor inclui um sistema de projeção de imagens capaz de reproduzir qualquer cenário no planeta, computadores de última geração para fazer a interface dos instrumentos (iguais aos de um E190 real) com os softwares de controle e até uma máquina de fumaça para simular um incêndio a bordo.

Os controles do avião endurecem caso o piloto tente fazer algo errado (Fernando Pires/Divulgação)

Isso permite criar as mais diferentes situações para treinar comandantes e copilotos e prepará-los para emergências reais. O uso do simulador na aviação civil, aliás, é etapa obrigatória para a emissão e manutenção da licença de pilotagem.

Mesmo para um piloto entrar no simulador é necessária uma experiência mínimo de 60 horas de voo e conhecimento teórico dos sistemas que controlam o Embraer E190.

As telas reproduzem paisagens, aeroportos e até outras aeronaves (Fernando Pires/Divulgação)

Eu não tinha nada disso, mas passei muitas noites jogando Flight Simulator em casa. Seria o suficiente? Para descobrir, recolha sua bandeja, deixe a poltrona na posição vertical e aperte os cintos para um voo exclusivo sobre um ensolarado Rio de Janeiro.

As indicações da pista indicam a orientação magnética (200º) e a posição dela quando há vias paralelas (L é Left, esquerda em inglês) (Fernando Pires/Divulgação)

O clima em que vamos voar foi escolhido por permitir um voo tranquilo e em VFR, sigla em inglês para “regras de voo visual”. Mas o operador do simulador, que fica sentado logo atrás da cabine do E190, pode criar qualquer cenário, indo de uma tempestade em pleno deserto a um pouso com neve em São Paulo.

Estamos com meia carga de passageiros e combustível, para facilitar a decolagem — afinal, usaríamos uma das menores pistas em aeroportos comerciais no Brasil, no aeroporto Santos Dumont, com 1.323 metros de extensão.

O freio de estacionamento usa uma alavanca, como nos carros, mas só bloqueia o trem de pouso principal (Fernando Pires/Divulgação)

O posicionamento da aeronave na cabeceira 20L foi automático, mas a decolagem não seria imediata: é preciso inserir no computador de bordo informações como plano de voo, quantidade de passageiros e carga e outros dados para que o sistema automático auxilie a decolagem. Para se ter uma ideia, até a temperatura do ar pode influenciar ou mesmo inviabilizar a saída de um avião.

Nem ligar o Embraer é fácil, porque a maioria dos motores a jato precisam usar ar comprimido para acionar os propulsores principais – e, para isso, usa-se um motor menor, chamado APU.

Você não deve conhecê-lo de cara, mas de ouvido. É dele o barulho de turbina elevado que você ouve ao embarcar no avião, sobretudo se estiver próximo à cauda.

Um pequeno volante permite virar o avião quando ele taxia no aeroporto (Fernando Pires/Divulgação)

Com os dois motores GE CF34-10E prontos, chegou a hora de baixar o freio de estacionamento, uma das poucas coisas parecidas com a de um carro, e empurrar os manetes para acelerar a 250 km/h, velocidade mínima para decolar nas condições em que estávamos.

Enquanto o Embraer E190 corria pela pista, o instrutor e comandante Antonio Tadeu Buchrieser fazia o trabalho que seria do co-piloto, falando siglas e termos em inglês: V1, Rotate, V2…

O uso da língua estrangeira é universal na aviação comercial por questões de segurança e padronização. V1 é a sigla alerta ao piloto que o avião está na velocidade de decisão. Até este ponto é possível abortar a decolagem com segurança. Acima de V1 é necessário decolar (algo possível até mesmo se o avião perder um dos motores).

Rotate, ou VR, é a velocidade de rotação, momento em que o Embraer levanta seu nariz e tira o trem de pouso dianteiro do solo. Em seguida vem a V2, velocidade que a decolagem efetivamente ocorre.

As terminologias técnicas não param por aí. Em seguida Buchrieser avisa que a velocidade vertical do avião é positiva (ou seja, ele está subindo) e anuncia que está recolhendo os trens de pouso. Todo esse procedimento permite que a tripulação esteja sempre focada no que é essencial e garante o máximo de segurança no voo.

As regras são tão rigorosas que, se nosso simulador tivesse a parede que separa a cabine do resto do avião, não seríamos interrompidos tão cedo: em voos comerciais é proibido que qualquer pessoa, inclusive os comissários, entrem na cabine ou tentem entrar em contato com os pilotos quando o avião estiver abaixo dos 10 mil pés (pouco mais de 3 mil metros). A única exceção, claro, é em emergências, como um incêndio a bordo.

Outros detalhes que mostram o valor que a segurança é dada nos aviões está em uma pequena bússola magnética analógica posicionada entre os para-brisas frontais do Embraer. Ela tem funcionamento independente dos outros equipamentos eletrônicos e possui uma pequena luz que a ilumina. “Se a lâmpada estiver queimada, o avião não pode decolar”, destaca Buchrieser.

Os flaps aumentam a superfície de voo das asas e permitem controlar o avião a baixas velocidades (Fernando Pires/Divulgação)

Antes de levantar voo, o avião deve enviar às autoridades o caminho que irá fazer. Ficar sobrevoando uma cidade a baixa altura, sobretudo quando ela é repleta de montanhas e tem tráfego aéreo intenso como o Rio de Janeiro, é impossível – na vida real, pois no nosso mundo virtual não só pudemos voar abaixo dos 1.000 metros como fizemos rasantes ao redor do Cristo Redentor que iriam provocar a intervenção de caças da Força Aérea se isso ocorresse de verdade.

Como o simulador reproduz o avião com perfeição, os computadores alertam sobre qualquer barbeiragem iminente.

Ao nos aproximarmos do Corcovado, uma voz eletrônica repetia para subirmos, já que o radar no nariz do avião detectava a aproximação perigosa da montanha.

Opcional do E190, o HUD mostra as principais informações de voo no campo de visão do piloto (Fernando Pires/Divulgação)

Para ter a melhor vista do Cristo, tivemos de brigar com os manches, que endurecem quando você faz algo perigoso, como empurrá-los para baixar a altitude da aeronave.

Saber para onde ir é mais fácil, pois o simulador reproduz o avião com todos os opcionais, incluindo um head-up display.

Dois pedais ajustáveis eletricamente controlam o leme e os freios no trem de pouso (Fernando Pires/Divulgação)

Como nos carros, ele mostra as informações essenciais sem que o piloto precise tirar os olhos do horizonte. Até as máscaras de oxigênio são projetadas para manter a concentração dos pilotos: seu formato é feito para que possam ser colocadas no rosto e apertadas com uma só mão.

Uma ponte removível permite a entrada no simulador quando ele está desligado (Fernando Pires/Divulgação)

O controlador optou por criar um voo tranquilo, sem turbulência, e sentíamos só a inclinação do avião ao fazer curvas ou alterar a altitude.

Mas os cilindros que sustentam o simulador podem gerar uma turbulência forte a ponto de fazer voar qualquer objeto solto na cabine.

Um painel de controle atrás da cabine reúne os principais comandos do simulador (Fernando Pires/Divulgação)

Com meus 106 passageiros virtuais devidamente assustados pelos rasantes, era hora de pousar. Primeiro, reduzo a velocidade usando os freios aerodinâmicos, que geram um ruído e vibração iguais aos do avião real.

Comecei a aproximação errado, mirando no aeroporto do Galeão, em vez do Santos Dumont. Devidamente corrigido, foi a hora de pousar na pista auxiliar, mais curta e raramente usada por aviões do porte do E190.

Um radar mostra a trajetória feita por QUATRO RODAS sobre o Rio de Janeiro (Fernando Pires/Divulgação)

O piloto automático controlava a velocidade, mas fazer o toque na área exata da pista sem quebrar (ainda que de mentira) o avião era minha responsabilidade.

O tranco dado na cabine me indicava que eu pousei com a suavidade de um elefante, mas meu instrutor garantiu que ele não foi diferente ao de um piloto em seus primeiros voos virtuais.

Antigamente eu teria a opção de alugar o simulador, que opera 20 horas por dia, 363 dias por ano, para melhorar minha habilidade. Mas, por estimados R$ 1.000 por hora, talvez seja melhor eu voltar a ficar só no videogame.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

10 MAI

Toyota Hilux chega a R$ 210 mil após reajuste; SW4 vai a R$ 274 mil

Grade e para-choque novos chamam a atenção (Christian Castanho/Quatro Rodas)A Toyota promoveu um reajuste importante em toda a tabela de preços de Hilux e SW4. O aumento chega a R$ 3.600 no caso da picape, e passa de R$ 4.400 para o SUV derivado.A partir de maio, uma Hilux não sai por menos de R$ 113.790 na versão SR cabine dupla flex manual 4×2. O teto são os R$ 210.390 cobrados pela versão esportiva GR-S diesel 4×4 automática.Pela pintura metálica são cobrados mais R$ 1.850,... Leia mais
10 MAI

Mais de 85% das estradas no Brasil ainda têm pista simples, diz relatório

Rodovia no Acre: pista simples, erosão na pista e sinalização desgastada (CNT/Divulgação)Mais de 85% das estradas brasileiras ainda são formadas por pista simples de mão dupla, aponta levantamento da Confederação Nacional de Transporte (CNT).O estudo levou em consideração 107.161 quilômetros de rodovias federais e estaduais, das cinco regiões do Brasil, avaliadas ao longo de 2018.A região Sudeste lidera a extensão da malha, com 29.504 km, sendo 28.754 km do Nordeste, 18.419 da... Leia mais
10 MAI

Ford Ranger perde motor flex e agora parte de R$ 128.250

A Ford Ranger passou por uma redução em sua gama de versões e perdeu, além da configuração de entrada XL a diesel, todas as equipadas com motor flex. Agora, a picape só é vendida com motor diesel a partir de R$ 128.250. Veja os preços: XLS 2.2 4x2 automática: R$ 128.250XLS 2.2 4x4 manual: R$ 147.520XLS 2.2 4x4 automática: R$ 154.610XLT 3.2 4x4 automática: R$ 176.420Limited 3.2 4x4 automática: R$ 188.990 Em nota, a marca confirmou a mudança na linha: “a Ford... Leia mais
10 MAI

Volvo XC90 tem recall de 528 unidades por risco de incêndio

A Volvo anunciou um recall de 528 unidades do XC90 de ano/modelo 2016 por problemas na mangueira de sangria do líquido de arrefecimento do motor. De acordo com a marca, a mangueira pode se degradar pela exposição ao calor e umidade. Com isso, ela apresentará rachaduras e consequentes vazamentos, acumulando o líquido de arrefecimento no isolamento do aquecedor do catalisador e causando incêndio. Para corrigir o problema, a Volvo substituirá a mangueira de sangria de forma... Leia mais
10 MAI

Chevrolet Spin ganha versão Premier na linha 2020

A Chevrolet Spin chegou à linha 2020 com poucas novidades - a principal delas é a troca da versão topo de linha, que passa a se chamar Premier em substituição à antiga LTZ, e agora custa R$ 84.390. Os preços apareceram no site oficial da marca. O G1 entrou em contato com a Chevrolet para confirmá-los e aguarda resposta. Veja os valores divulgados: LS: 68.790LT: 73.390Premier: 84.390Activ7: 89.990 De acordo com a marca, a mudança foi impulsionada pelo aumento da procura... Leia mais
10 MAI

Correio Técnico: qual a durabilidade das pastilhas de discos de cerâmica?

 Os freios de cerâmica duram (e custam) bem mais (Acervo/Quatro Rodas)Qual a durabilidade das pastilhas usadas em discos de cerâmica? Eduardo Ribeiro, Curitiba (PR)Basicamente a mesma das convencionais, mas elas têm diferenças cruciais para o uso intenso.“As pastilhas feitas para serem usadas com discos de carbono-cerâmica possuem mais partículas para dissipar melhor o calor das frenagens”, detalha Lothar Werninghaus, consultor técnico da Audi.Essa virtude é essencial quando os... Leia mais