O Grupo PSA (Peugeot-Citroën) e a FCA (Fiat Chrysler) anunciaram nesta quinta-feira (31) mais detalhes e um avanço nas negociações de fusão, que os tornariam a 4º maior fabricante de automóveis do mundo em número de vendas.
De acordo com comunicado divulgado pelas empresas, o novo grupo global seria dividido em partes iguais (50% para cada) entres os acionistas da FCA e os da PSA, também com lucros e indicações iguais para o conselho (5 para cada).
Apesar das origens italianas, americanas e francesas, o grupo seria sediado na Holanda com representação nas bolsas de Milão, Paris e Nova York.
Um dos focos é unir as forças da FCA na América do Norte e na América Latina, com as da PSA na Europa.
Atualmente, o a primeira é dona de Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, Jeep, Lancia, Maserati e RAM (além das divisões Abarth, Mopar e SRT), enquanto a segunda detém Citroën, DS, Opel, Peugeot e Vauxhall.
Veja mais detalhes sobre a fusão:
- O atual presidente da FCA, John Elkann, seria o presidente do novo grupo;
- O atual executivo-chefe da Peugeot, Carlos Tavares, seria o CEO e membro do conselho;
- Nenhuma fábrica seria fechada;
- Cerca de 3,7 bilhões de euros deverão ser gerados anualmente em sinergias;
- 80% das sinergias deverão ser atingidos em 4 anos, com custo estimado de 2,8 bilhões de euros;
- Cooperações seriam feitas para carros populares, premium, de luxo, SUVs e comerciais leves;
- Eletrificação, direção autônoma e conectividade também estão nos planos;
- Receitas combinadas seriam de "quase 170 bilhões de euros";
- Lucro ficaria acima dos 11 bilhões de euros (excluindo Magneti Marelli e Faurecia);
- Estima-se que o grupo venderá cerca de 9 milhões de veículos no mundo.
A proposta de fusão ainda passará por um processo de consulta e aprovação dos órgãos competentes.
FCA já negociou outras alianças
Não é a primeira vez que o Grupo FCA, fundado em 2014, busca formar alianças com outras empresas do setor automotivo. Em 2015, apresentou propostas para uma fusão com a General Motors, que recusou de imediato por e-mail.
Na época, o então presidente-executivo da FCA, Sergio Marchionne, morto em 2018, disse que a indústria automobilística precisa de outra rodada de consolidação para repartir os custos de desenvolvimento de carros mais ecológicos e inteligentes, além de reduzir o número de montadoras.
Em 2017, Marchionne também apresentou o desejo de uma fusão entre a FCA e a Volkswagen — e recebeu mais uma resposta negativa.
Porém, mesmo com a morte de Marchionne, o grupo ítalo-americano não deixou de lado a vontade do ex-chefão e, no início de 2019, procurou a Renault para propor uma fusão. A ação gerou atritos na aliança Renault-Nissan e a japonesa chegou a dizer que iria rever a aliança caso a francesa aceitasse a proposta.
Pouco tempo depois, a própria FCA desistiu de concretizar o negócio, culpando o governo francês por suas condições políticas, e agradecendo à Renault, Nissan e Mitsubishi.