Novidades

16 OUT
Novo Corolla: confrontamos economia do híbrido e força do 2.0 na vida real

Novo Corolla: confrontamos economia do híbrido e força do 2.0 na vida real

Logo Toyota com contorno azul identifica os híbridos da marca (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A ideia inicial era juntar dois Corolla Altis, a única versão com as duas opções de motor – 2.0 e 1.8 híbrido –, mas a Toyota só tinha o Altis híbrido. Veio então o XEi 2.0. Mais tarde, após consulta com fontes ligadas à marca, a explicação.

“Às vésperas do lançamento, a Toyota já havia decidido que apenas a versão Altis teria o motor 1.8 híbrido, mas não havia batido o martelo quanto à opção por entregar também o 2.0.

Resultado: nos primeiros meses, Corolla Altis, só híbrido nas concessionárias, pois com motor 2.0 nem sequer foram fabricados para o mercado”, disse nossa fonte.

Por ora, vamos jogar luz sobre um dilema ainda maior: vale a pena comprar o Corolla híbrido?

Por fora, os Altis 2.0 e 1.8 híbrido são idênticos, mas, infelizmente, o Corolla com motor 2.0 só estava disponível na versão XEi (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em nossos testes e comparativos, a medição de consumo é feita em um campo de provas, com ar-condicionado desligado quase sem variação topográfica.

Dessa vez, rodamos com os dois carros juntos por 28 km (em exatas duas horas) em meio ao trânsito caótico de São Paulo, no início da noite de uma sexta-feira, com ar–condicionado ligado. Ou seja, vida real.

Ajustamos o ar em 22 oC, zeramos os indicadores de consumo e demos início ao roteiro entre a Editora Abril e a Avenida Paulista.

Dividimos o teste em três medições: ida, passeio na região da Paulista e volta. No comando dos carros, nossos pilotos de teste, Leonardo Barboza (no 2.0) e Eduardo Campilongo (híbrido).

No híbrido, quadro de instrumentos é digital e a central pode exibir uma página do fluxograma de energia em tempo real. Sistema conta com um motor a combustão 1.8 e duas unidades elétricas, batizadas MG1 e MG2 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Localizada num ponto 95 metros mais alto que a Editora Abril (727 m de altitude), a Paulista (822 m) estava especialmente congestionada no dia do teste – teve até interdição de um trecho por conta de uma manifestação popular.

Ótima situação para quem buscava justamente a vida real de um paulistano típico.

Os 12 km da ida foram cumpridos em 38 minutos, com média de 18,3 km/l do híbrido ante 8,2 km/l do 2.0, ou seja, 123% a favor do híbrido. Na volta (14 km em 45 minutos), a vantagem foi ainda maior: 27,4 frente 9,5 km/l, 188% melhor.

“Boa parte do retorno foi feito em declive. Praticamente não acelerava o carro. Só pisava no freio e acompanhava no painel o nível de carga da bateria se mantendo estável”, conta Edu.

Painel do 2.0 tem computador de bordo com tela colorida (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os números mais impressionantes, no entanto, foram extraídos do trecho de apenas 2km no entorno da Paulista, cumpridos em 35 minutos – sim, para você que não é de São Paulo, saiba que isso acontece com certa frequência.

Enquanto o ritmo de tartaruga em câmera lenta deu ao Corolla híbrido uma média de 22,5 km/l, o computador do 2.0 indicou apenas 3,1 km/l! Isso mesmo, 626%.

Vale reforçar que nesse segundo trecho o trânsito estava tão intenso que piorou a média do próprio híbrido.

Para entender melhor como a intensidade do trânsito afeta o consumo, é preciso lembrar que o pico de demanda de força num carro – independentemente de sua matriz energética – ocorre no início de sua movimentação, seja ela para a frente ou para trás.

Não à toa, a primeira marcha e a ré contam com os componentes mais robustos de um câmbio.

Amplo, o quadro digital do novo Corolla lembra bastante o do SUV RAV 4 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nos híbridos, esse início de movimentação é feito prioritariamente pelo motor elétrico.

Se você pisar forte no acelerador, o motor a combustão até liga e passa a ajudar no fornecimento de força, mas pode apostar: quem compra um híbrido automaticamente começa a dirigir com o pé mais leve – afinal, quem não gosta de ver o computador de bordo registrando médias de consumo acima dos 20 km/l?

E assim, de pé leve, o motor a combustão só vai acordar se o nível de carga da bateria estiver baixo.

A bateria de tração, aliás, é alimentada de duas maneiras: quando o motor a combustão é ativado e nas desacelerações, fase em que a rolagem inercial do carro faz com que a unidade de potência elétrica deixe de funcionar como motor e passe a atuar como um gerador.

O monitoramento do nível de carga da bateria de tração é feito de modo automático pela central eletrônica do veículo.

Painel da versão XEi 2.0, cedida para o teste, tem computador de bordo incorporado, mas o layout é bastante simples (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Obviamente, a passagem dos dois Corolla por aqui também incluiu o teste de pista – veja os resultados no quadro ao lado.

Muito mais vigoroso que o híbrido nas acelerações e retomadas, o 2.0 empolga bem mais ao volante – sobretudo nessa nova geração, cuja dirigibilidade como um todo evoluiu substancialmente.

Grande novidade da linha 2020, a suspensão traseira independente é a mesma nos dois Corolla – o que muda é a calibragem de molas e amortecedores.

Esqueça a moleza excessiva da geração anterior e fique tranquilo: o que o Corolla perdeu em suavidade é compensado, com sobra, em prazer ao dirigir: em piso irregular, balança menos e, na estrada, dá ao motorista uma sensação muito maior de segurança.

Inicialmente, este nosso teste de vida real não tinha a intenção de cravar um vencedor.

Mas os resultados foram tão descomunalmente a favor do híbrido que, dentro dessa lógica racional, o 2.0 só pode ser considerado a melhor indicação em dois casos: quando o comprador faz questão de desempenho superior – ao volante, ele é muito mais vivo que o híbrido – ou quando o orçamento impede chegar à versão Altis.

Por fim, quanto aos equipamentos, fique atento: apesar de a tabela apresentar os dois Corolla Altis a R$ 124.990, é preciso pagar R$ 6.000 extras para deixar o híbrido com conteúdo equivalente ao do 2.0, adicionando painel bicolor, ar bizona, banco do motorista com ajustes elétricos e sensor de chuva.

Veredicto

Para consumidores com perfil pacato, urbano e racional, o híbrido mostrou que vale a pena. Melhor seria se a hibridez chegasse também às versões mais baratas. 

Preço: R$ 124.990
Motor a combustão: flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 1.798 cm3, 16V, 80,5 x 88,3 mm, 13,0:1, 101/98 cv a 5.200 rpm, 14,5/14,5 mkgf a 3.600 rpm
Motor elétrico: 72 cv e 16,6 mkgf
Potência combinada: 122 cv
Câmbio: automático, CVT planetário, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.) /duplo A (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) / sólido (tras.)
Direção: elétrica
Pneus: 225/45 R17
Dimensões: compr., 435 cm; larg., 177,5 cm; alt., 145,5 cm; entre-eixos, 270 cm; altura livre do solo, 14,8 cm; peso, 1.445 kg; tanque, 43 l; porta-malas, 470 l

Aceleração:
0 a 100 km/h em 13,5 s /
0 a 1.000 m em 34,6 s – 153,8 km/h

Retomada (D)
40 a 80 km/h: 5,9 s
60 a 100 km/h: 7,6 s
80 a 120 km/h: 9,9 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,2/25,5/58 m

Consumo
Urbano: 20 km/l
Rodoviário: 18,4 km/l

Preço: R$ 110.990
Motor: flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 1.986 cm3, 16V, 80,5 x 97,6 mm, 177/169 cv a 6.600 rpm, 21,4/21,4 mkgf a 4.400 rpm
Câmbio: automático, CVT, 10 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.) /duplo A (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) / disco sólido (tras.)
Direção: elétrica, diâm. de giro 10,8 m
Pneus: 225/45 R17
Dimensões: compr., 463 cm; lar., 178 cm; alt., 145,5 cm; entre-eixos, 270 cm; altura livre do solo, 14,8 cm; peso, 1.405 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 470 l

Aceleração
0 a 100 km/h em 9,7 s /
0 a 1.000 m em 30,8 s – 173,9 km/h

Retomada (D)
40 a 80 km/h: 4,5 s
60 a 100 km/h: 5,3 s
80 a 120 km/h: 6,4 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 13,2/23,7/54,2 m

Consumo
Urbano: 11,9 km/l
Rodoviário: 15,5 km/l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

23 AGO
Jeremy Clarkson: Volvo XC40 é o SUV seguro que morreu de chato

Jeremy Clarkson: Volvo XC40 é o SUV seguro que morreu de chato

É quase impossível sofrer um acidente em um Volvo XC40 (Acervo/Quatro Rodas)Há algumas semanas não pude deixar de notar numa noite que havia no estacionamento um Volvo XC40 novo com o motor ligado. Ninguém estava nele e também não havia ninguém por perto, por isso, quando cheguei lá, perguntei de quem era. “Meu”, disse uma amiga. “Eu o peguei ontem.” Eu então expliquei que o motor estava ligado. “Eu sei”, falou ela. “Não consegui descobrir como desligá-lo.”Soube que... Leia mais
23 AGO
O que um DeLorean tem a ver com um Fiat Uno? Esta exposição responde

O que um DeLorean tem a ver com um Fiat Uno? Esta exposição responde

DeLorean DMC-12, um carro americano desenhado por estúdio italiano (Felipe Bitu/Quatro Rodas)O visitante que prestigiar a exposição “Beleza em Movimento – Ícones do Design Italiano”, na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte (MG), irá se deparar com várias obras de arte, a grande maioria delas sobre quatro rodas.A importância do estilo é precisamente mensurada por modelos que marcaram a história do automóvel durante o século XX.Alfa Romeo Giulia SS (Felipe Bitu/Quatro... Leia mais
23 AGO
Fusca de 1946 utilizado em circo na Alemanha é destaque de exposição em Águas de Lindoia

Fusca de 1946 utilizado em circo na Alemanha é destaque de exposição em Águas de Lindoia

Com a massiva quantidade de 3,3 milhões de unidades produzidas no Brasil, o Fusca, ícone da indústria automotiva mundial, pode até passar despercebido pelas ruas devido ao grande número de exemplares espalhados pelo país. Não é o caso da unidade guardada pelo colecionador André Beldi. O modelo, construído na Alemanha em 1946, chama atenção pela estrutura modificada e estará exposto a partir desta sexta-feira (23) em Águas de Lindóia (SP) durante um evento dedicado aos... Leia mais
22 AGO
Candidato dedura: Chevrolet deve fazer SUV acima do Tracker na Argentina

Candidato dedura: Chevrolet deve fazer SUV acima do Tracker na Argentina

Novo Tracker tem grade maior e faróis estreitinhos (Divulgação/Chevrolet)O candidato oposicionista à presidência da Argentina, Alberto Fernández, “dedurou” um detalhe importante do projeto que a GM prepara para produzir no país vizinho em 2021, com investimento de US$ 500 milhões (R$ 2 bilhões) na fábrica de Santa Fé.Segundo Fernández, após se reunir com executivos da fabricante, “una nueva camioneta Chevrolet” passará a ser produzida no complexo argentino a partir de... Leia mais
22 AGO
Novo Toyota Corolla terá câmbio de 10 marchas e dois novos motores

Novo Toyota Corolla terá câmbio de 10 marchas e dois novos motores

Sedã será lançado oficialmente em 3 de setembro (Divulgação/Toyota)Circulam pelo WhatsApp imagens que seriam do painel e do quadro de instrumentos do novo Toyota Corolla nacional na versão de entrada GLi.As fotos exibem versões que têm ou rádio simples com CD player, ou a mesma central multimídia do Prius. Além disso, têm quadro de instrumentos com grafismo simples e ar-condicionado manual, mesmo com painel bicolor.Suposto interior do Corolla brasileiro parece... Leia mais
22 AGO
Novo Honda Civic Si tem câmbio mais curto e simula ronco de motor

Novo Honda Civic Si tem câmbio mais curto e simula ronco de motor

Com poucos detalhes externos, novo Civic Si recebe mais tecnologia para segurança (Divulgação/Honda)A Honda revelou a linha 2020 do Civic Si, tanto o coupé quanto o sedã. O esportivo fabricado no Canadá tem mudanças que melhoram sua aceleração a segurança, e pequenas alterações na carroceria.Vale deixar claro que a Honda não fez qualquer alteração no motor do Si. O 1.5 turbo continua com 208 cv e 26,5 mkgf. No entanto, a transmissão foi ajustada para, de acordo com a Honda, dar... Leia mais