Os discos quentes podem empenar com o freio de estacionamento (Divulgação/Bugatti)
É verdade que não se pode usar o freio de mão após o carro andar em um track–day? Roberto Dias – São Paulo (SP)
Sim, e isso também vale após o carro ter passado por uma situação de uso intenso do freio, como em uma descida de serra. Mas o problema é mais crítico em carros que usam discos ao invés de tambor.
Quando o freio é acionado, pastilhas e lonas são pressionadas contra o disco/tambor, transformando a energia cinética do carro em calor enquanto reduz a velocidade do veículo.
Como esses componentes são feitos para dissipar a energia térmica por igual, quando o freio de estacionamento é acionado, as pastilhas impedem que a área onde estão encostadas esfrie rapidamente, criando uma diferença térmica que pode fazer com que o disco entorte.
Além disso, a contração do material conforme esfria pode fazer com que o disco se afaste da pastilha, soltando o carro.
No caso do tambor é o contrário: acionar o freio de estacionamento com ele muito quente pode fazer com que as lonas “colem” no interior do conjunto e travem o veículo mesmo com o freio aliviado.
Em alguns destes casos é possível destravar o veículo andando de ré com ele, mas em situações extremas somente um mecânico poderá descolar as lonas do tambor.
A pinça menor do Aventador é exclusiva do freio de estacionamento (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)
Uma solução atualmente em desuso na indústria inibe o freio de estacionamento de ter problemas com altas temperaturas.
Esse conceito envolve a adoção combinada de sapatas na parte interna do disco, que passa a ser também um tambor. Essas lonas são acionadas somente pelo freio de estacionamento.
Por ser muito pesado, esse dispositivo foi substituído pelo acionamento do freio de estacionamento na própria pinça. Alguns superesportivos inclusive possuem uma segunda pinça extra, exclusiva para paradas.
Tem outras dúvidas? Envie sua pergunta para [email protected]!