A Mercedes produz o 2.0 turbo mais potente feito na atualidade (Divulgação/Mercedes-Benz)
Provando que mudar de ideia rápido é algo que acontece até entre das grandes empresas, a Mercedes pode ter desistido de fazer novos motores a combustão três anos após ter afirmado o contrário.
Markus Schaefer, chefe de desenvolvimento da Daimler, afirmou à Auto Motor und Sport que o grupo pode não mais desenvolver novas gerações de motores à combustão.
“Apresentamos recentemente uma nova família de propulsores seis-cilindros para os Classe E, S e SUVs. Esta geração pode ser nossa última”, declarou o executivo.
A afirmação vai ao encontro de uma entrevista dada pelo então diretor de powertrain da Daimler ao site CarAdvice em 2016. Na ocasião Bernhard Heil disse que “há muito potencial de evolução para os motores a combustão”, e que eles tinham um longo caminho pela frente.
As declarações mais recentes, porém, estão mais próximas do objetivo da Mercedes de aposentar veículos a combustão até 2039. Essa meta foi revelada por Ola Kallenius, CEO do Grupo Daimler, em maio deste ano.
Marca já dava sinais de aposentar motores beberrões, como o V12 biturbo (Divulgação/Mercedes-Benz)
É importante analisar as entrelinhas das afirmações dos executivos. Quando a Daimler afirma que não fará novos motores, quer dizer que a empresa não vai mais desenvolver um propulsor do zero.
Isso não anula, entretanto, a evolução dos modelos atuais, que vão do três-cilindros do C200 EQ Boost até o enorme V8 4.0 biturbo dos Mercedes-AMG 63.
Essas melhorias graduais, aliás, são essenciais para que os modelos da marca continuem a atender às futuras regras de emissões da União Europeia.
E uma das soluções para manter os motores a combustão mais vivos do que nunca é justamente apelar para os conjuntos elétricos. Seja na forma de híbridos parciais ou até mesmo plug-in, veículos com mais de um propulsor são capazes de poluir e gastar menos sem abrir mão de desempenho.