Ele é a cópia exata de um Defender, mas na escala 1:10. E custa R$ 10.000! (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Presentear filho com miniaturas pode virar coisa séria. Se tomar gosto pelo hobby, a criança corre o risco de virar um adulto engenheiro, piloto ou alguém como Rafael Gakiya, 35 anos, que hoje constrói seus próprios brinquedos.
“Meu primeiro contato real com o modelismo foi em 2005, quando fui trabalhar no Japão. Lá comprei dois movidos a combustão, muito caros no Brasil. Desde então, mergulhei nesse hobby”, explica Gakiya, hoje comerciante no mercado de cosméticos, mas com 20 carrinhos no currículo.
Rafael Gakyia, fabrica carrinhos de controle remoto (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Jipes e picapes sempre foram sua preferência, daí a vontade de fazer um Land Rover. Primeiro foi um Defender 90 vermelho, em 2014, e agora é um Defender 110 cinza, que impressiona pela precisão em relação ao original.
Quem visitar seu canal no YouTube, o Rafael Gakiya Concept, vai se espantar com seu preciosismo.
Uma rápida navegação ali desperta más intenções em quem busca um brinquedo de gente grande: tem Pégasus e Colossus (lendários carrinhos de controle remoto da Estrela dos anos 70 e 80) “fuçados”, um BMW M1 e até um Land Cruiser FJ40.
Macaco hi-lift, extintor e painel que acende: preciosismos de Rafael Gakiya (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
No caso do Defender, o chassi é separado da carroceria, como no jipe de verdade. Ele é feito de liga de alumínio, enquanto a carcaça nasce em plástico ABS.
“A carroceria sem dúvida é a parte mais difícil e trabalhosa, porque exige paciência e técnicas para fazer todos os detalhes ficarem perfeitos. São muitos fios, módulos e peças para se adaptar, moldar e conseguir chegar a um padrão de qualidade”, explica Gakiya.
O comerciante conta que, para completar as miniaturas, precisa buscar peças no Japão, na Coreia do Sul, nos EUA e na Alemanha – embora a maioria venha mesmo é da China.
Dá até para ver os parafusos de diferenciais e capô (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Rodas também são de liga de alumínio, enquanto o rack do teto é aço. Pneus obviamente são de borracha, assim como os bancos, enquanto emblemas são de metal.
E os bancos são sensíveis ao toque. Há acessórios, como simulador de som (que reproduz o ronco de um V8!), luzes e um guincho funcional que iça até 1,5 kg.
Pneus e suspensão são deformáveis (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
Quanto ao motor, trata-se de um elétrico que não é feito para velocidade, e sim torque – não por acaso, como num Defender real, que precisa de força para transpor terrenos irregulares.
O Defenderzinho demorou seis meses para ficar pronto e pesa 10 kg, espalhados por 23 cm de largura, 30 de altura e 59 de comprimento.
Gakiya faz os carros por paixão, mas avisa que não recusará propostas pelo Defender, que sai por R$ 10.000.
“Eu os vendo para poder montar outros modelos, porque eu gosto na verdade é de montar e criar. Não vejo como um trabalho, e sim como uma terapia. Amo fazer isso.”