Em comum, faróis de led e luzes diurnas – e espaço para sete pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O preço do Peugeot 5008 foi modificado algumas semanas após a publicação desta matéria. A alteração não altera o resultado do comparativo.
A grande maioria dos carros de sete lugares não é feita para você viajar por muitos quilômetros com sua família, cachorro e dois amigos extras.
Além dos assentos adicionais acomodarem com conforto somente crianças, o espaço restante no porta-malas vai comportar algumas malas médias, e olhe lá.
A tampa não é elétrica, mas sua pouca altura facilita seu fechamento (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Mas esse segmento oferece uma versatilidade única para roteiros curtos com sete ocupantes, além de geralmente terem porta-malas generosos quando a fileira extra é rebatida.
Essas especificidades fazem com que esse segmento normalmente seja carente de novidades na faixa “mais barata”, mas recentemente duas novas opções chegaram ao país: Volkswagen Tiguan e Peugeot 5008 Griffe.
Manobras no Tiguan são facilitadas pelo vidro traseiro maior (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Além da contemporaneidade, a dupla se equivale em tamanho, preços, itens de série e custos de propriedade nas versões topo de linha.
Por conta disso, convocamos o Tiguan R-Line (R$ 187.990) e o 5008 Griffe Pack (R$ 179.990)* para um duelo tão familiar quanto tecnológico.
*No mês de publicação da matéria na revista o preço do 5008 Griffe Pack era de R$ 184.790
Foi-se o tempo em que chave presencial, câmera de ré e bancos elétricos eram diferenciais na faixa próxima dos R$ 200.000. O que impacta para os clientes agora são itens que oferecem tanto conforto quanto segurança.
Isso explica o fato de ambos os SUVs terem controlador de velocidade adaptativo, frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e painel digital.
O teto preto é de série em todas as versões do Peugeot 5008. (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O Peugeot agrega assistente de permanência em faixa, carregador do celular por indução, alerta de veículo no ponto cego, facho alto automático, teto solar panorâmico e leitor de placas.
Dessa lista, o Tiguan só pode oferecer o teto solar, que custa R$ 4.990 a mais e torna a revisão mais cara (sua lubrificação deve ser feita a cada 10 mil km).
Também há estacionamento automático e tampa do porta-malas elétrica, mas o melhor diferencial do SUV alemão está debaixo do capô.
Interior envolvente e bem acabado tem massagem para os bancos dianteiros e carregador de celular por indução, mas controle do ar-condicionado feito só pela tela é confuso. (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O 2.0 turbo EA888 usado no Tiguan é tão versátil que ele empurra do pequeno Polo GTI ao enorme Atlas.
No SUV, ele gera 220 cv e 35,7 mkfg, mais do que suficientes para deslocar a 1,7 tonelada até os 100 km/h em meros 7 segundos. Na mesma prova o 5008 e seus modestos 165 cv e 24,5 mkgf levou 10,5 segundos.
A ampla diferença de desempenho do Tiguan se repetiu nas retomadas, com vantagem de quase 2,5 s na medição de 80 a 120 km/h.
Só que, o que o Tiguan anda, ele bebe: foram 8,7 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada, enquanto o Peugeot fez 10,4 km/l e 13,8 km/l nas mesmas provas.
– (Christian Castanho/Quatro Rodas)
E por mais divertido que o Tiguan seja com sua suspensão firme (e independente nas quatro rodas), tração integral e ronco abafado, um SUV de sete lugares não é exatamente um veículo de apelo esportivo.
Ele precisa ser seguro, confortável e agradar outras seis pessoas.
Manobras no Tiguan são facilitadas pela vigia traseira maior (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O acesso à terceira fileira é igual em ambos: ou seja, difícil. É preciso rebater e puxar a fileira intermediária, e pedir a quem for ficar no meio para que não jogue o assento todo para trás, sob risco de você dar adeus aos seus joelhos.
No fator temperatura, o Tiguan se destaca por oferecer ajuste climático para a segunda fileira – ambos têm saída de ar para quem vai no meio, mas não para quem senta na terceira fileira.
Mas só o Peugeot limita a incidência solar para quem vai atrás por meio de cortinas manuais embutidas nas portas traseiras.
Mais difícil é entender o plano de manutenção do Tiguan. Apesar das três primeiras revisões serem gratuitas, há muitos itens cobrados à parte, como os caros jogos de velas (R$ 686,52) e o fluido da transmissão integral (R$ 747,38).
Por conta disso, manter o Volkswagen por 60.000 km ou três anos custa R$ 459 a mais.
O seguro também é ligeiramente mais caro no Tiguan, mas é um gasto necessário: se bater, a cesta de peças custa mais que o dobro do Peugeot.
A central multimídia do Tiguan tem interface maior e permite a customização entre diferentes motoristas. (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Ainda assim, o Tiguan se garante como campeão por oferecer mimos extras aos ocupantes e entregar segurança (real e aparente) junto com um desempenho acima da média.
Seu motor tem fôlego de sobra em ultrapassagens, enquanto a tração integral reduz sustos em viagens por pisos escorregadios. Manter o Volkswagen pode ser um pouco mais caro, mas com ele há a garantia de uma relação mais duradoura – e divertida.
O porta-malas com os dois bancos extras rebatidos tem vastos 686 litros. (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Ambos são confortáveis e equipados, mas o desempenho e alguns detalhes separam o bom 5008 do excelente Tiguan.
Aceleração
0 a 100 km/h: 10,4 s
0 a 1.000 m: 31,6 s – 167,7 km/h
Velocidade Máxima: 206 km/h*
Retomada (em D):
40 a 80 km/h: 4,6 s
60 a 100 km/h: 5,7 s
80 a 120 km/h: 7,4 s
Frenagens
0/80/120 km/h – 0 m: 16,9/28,6/62,1 metros
Consumo
Urbano: 10,4 km/l
Rodoviário: 13,8 km/l
*Dado de fábrica
Seu bolso
Seguro: R$ 3.420
Revisões (6): R$ 4.747
Peças: R$ 11.885
Aceleração
0 a 100 km/h: 7 s
0 a 1.000 m: 27,8 s – 186,4 km/h
Velocidade máxima: 223km/h
Retomadas
40 a 80 km/h: 3 s
60 a 100 km/h: 4,1 s
80 a 120 km/h: 4,9 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,7/25,5/57,7 metros
Consumo
Urbano: 8,7 km/l
Rodoviário: 11,8 km/l
Seu bolso
Seguro: R$ 3.653
Revisões (6):R$ 5.206
Peças:R$ 20.418