O RAV4 foi um dos modelos com a melhor nota do Latin NCAP pelos protocolos atuais (Latin NCAP/Divulgação)
A cada quatro anos o Latin NCAP adota um novo protocolo, gradualmente mais rígido, para avaliar o desempenho em colisões dos carros avaliados.
A partir de 2020, será mais difícil do que nunca para uma fabricante obter as almejadas cinco estrelas, nota máxima nos crash-tests do órgão latino-americano.
Entre os novos requisitos que serão exigidos está o ESC e frenagem autônoma de emergência (AEB).
Os veículos também passarão a ser avaliados em provas de atropelamento, simulando colisões contra pernas e cabeças de pedestres.
O protocolo mais exigente da história do Latin NCAP avaliará boa parte dos itens já incluídos no procedimento do braço europeu da entidade.
A frenagem autônoma de emergência (AEB) com detecção de pedestres dará ponto extras (Euro NCAP/Divulgação)
O controle de estabilidade, por exemplo, deverá ser obrigatório em todas as versões de um modelo – até então era exigido que ele estivesse presente na versão mais vendida ou fosse ofertado com o mesmo volume do pacote mais popular do veículo.
Um destaque é a bonificação que as fabricantes terão ao incluir itens avançados de condução semiautônoma.
Carros que ofertarem frenagem autônoma de emergência, alerta e assistente de permanência em faixa e detecção de veículos no ponto cego ganharão pontos extras.
Isso permitirá que as marcas compensem uma deficiência em parte do teste com a oferta de itens de segurança ativa.
Mas Alejandro Furas, secretário geral do Latin NCAP, adianta que não será possível contornar falhas estruturais severas com a profusão de equipamentos de assistência.
O T-Cross é um dos poucos modelos com condições de manter a nota máxima (Latin NCAP/Divulgação)
A troca de protocolo provocou uma corrida das fabricantes para que seus modelos sejam avaliados pelo protocolo atual, meno severo.
Segundo Furas, antes da aplicação das mudanças mais nove automóveis serão testados até o fim deste ano levando em conta as regras vigentes desde 2016.
O executivo destaca que este é um processo natural e ocorre com outros NCAP (há divisões do órgão na Coreia do Sul, Japão, Austrália e China).
No entanto, Furas adianta que algumas fabricantes já desejam testar seus futuros lançamentos pelo novo protocolo.
Será possível também que carros já testados sejam novamente avaliados a fim de atualizar a pontuação (e tentar, claro, manter a nota máxima). Este é o caso do Volkswagen T-Cross, modelo nacional com a melhor nota dentro das regras válidas até dezembro de 2019.
“Se não houver mudanças estruturais, não precisamos realizar um novo crash-test. Os dados dos testes e a oferta de equipamentos podem ser reavaliados de acordo com o novo protocolo”, explica Furas.
O que não muda é a permissão das fabricantes de divulgarem a nota de testes antigos em seus materiais publicitários e concessionárias.
O Latin NCAP alega que permite isso porque, junto das estrelas, é obrigatória a exibição do ano em que o teste foi feito.
*Viagem a convite do Latin NCAP