ID.3 pode ser “baixinho” demais para o Brasil (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
A Volkswagen planeja uma ofensiva elétrica para o Brasil. Serão lançados seis carros eletrificados no Brasil, entre híbridos e elétricos, até 2024 O primeiro deles será o Golf GTE, previsto para o final deste ano.
Já o primeiro 100% elétrico deve ser um dos representantes da família ID. Porém, pode não ser o ID.3, uma das principais atrações desta edição do Salão de Frankfurt, e que terá suas primeiras entregas na Europa feitas em 2020.
Vão livre reduzido melhora a aerodinâmica (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Durante o evento alemão, o presidente da Volkswagen para a América do Sul, Pablo Di Si, comentou – além de falar sobre SUVs – sobre as barreiras que os elétricos da marca podem enfrentar no Brasil.
A rede de recarga, claro, é um problema previsto que a Volkswagen pretende contornar a partir do ano que vem.
Ela terá sua rede de carregadores (em parceria com empresas de energia e fabricantes de automóveis) e de revendas capazes atender seus veículos eletrificados no Brasil, tendo São Paulo como ponto de partida.
Bateria dos VW elétricos estará sempre no assoalho (divulgação/Volkswagen)
Outra barreira – e essa fora do controle da Volks – é a qualidade das vias não só do Brasil, como de toda a América Latina.
Acontece que a plataforma elétrica modular MEB, base para os veículos elétricos do grupo Volkswagen, prevê que as baterias sejam instaladas no assoalho para favorecer a dinâmica e o aproveitamento do espaço interno.
Acontece que essa posição também deixa o conjunto de baterias vulnerável, caso o carro seja muito baixo. Pode ser esse o caso do ID.3.
No caso do ID.Crozz de produção, a suspensão não seria um problema no Brasil (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Todos os carros, sejam elétricos ou a combustão, têm suspensão retrabalhada para aumentar a distância do solo antes de serem vendidos no Brasil.
No caso do ID.3, será necessário estudar se é possível fazer essa alteração sem comprometer outras características do carro. Dependendo do resultado, o hatch elétrico poderá ter seu visto para o Brasil negado.
“Não adianta [o primeiro carro elétrico] ser o ID.3, bater a parte de baixo [numa valeta] e depois não funcionar”, completou o executivo.
Contudo, isso não seria um impeditivo para o próximo integrante da família ID, a versão de produção do conceito ID.Crozz, um SUV cupê elétrico que deve ser revelado em 2020.
O objetivo da Volkswagen é lançar o primeiro carro da família ID no Brasil antes do fim de 2021.
Volkswagen e-Up! custa o equivalente a R$ 100 mil na Europa (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Outro elétrico que despertou interesse na filial sul-americana da Volkswagen foi o e-Up!.
“Adorei esse Up! elétrico. Em uma reunião hoje com meu time, falei que precisamos desse carro no Brasil, mas precisamos levantá-lo [as suspensões]. É a mesma questão do ID.3”, destacou.
Para Pablo, essa informação é fundamental para traçar planos para o modelo, como definir se chegaria importado ou se poderia vir a ser montado no Brasil.
Autonomia do Up elétrico é para 260 km (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Atualizado para a linha 2020, o Volkswagen e-Up! ganhou um novo conjunto de baterias que aumenta sua autonomia em 100 km, totalizando 260 km.
Seu motor tem 82 cv e leva o compacto aos 100 km/h em cerca de 11 s. O problema seria o preço: custa o equivalente a R$ 100.000 na Europa.
Vale lembrar que o Up! fabricado no Brasil tem diferenças técnicas substanciais em relação ao europeu. Além da suspensão elevada, tem portas traseiras com vidros que se abrem (apenas manualmente) e seção traseira maior para ampliar seu porta-malas.