Novidades

28 AGO
Impressões: novo BMW Série 1 na encruzilhada entre emoção e racionalidade

Impressões: novo BMW Série 1 na encruzilhada entre emoção e racionalidade

Nova geração do BMW Série 1 tem tração dianteira ou integral (Divulgação/Quatro Rodas)

O BMW Série 1 passou pela mudança mais importante justamente nessa terceira geração: em vez da tração traseira, agora o hatch será movido pelas rodas dianteiras.

Essa alteração pode desagradar potenciais clientes e ser positivo para outros. Mas é certo que alguns compradores sequer perceberão diferenças no caráter do carro.

Tudo bem que ele ganhou mais espaço interno e está mais barato de produzir. Só que o Série 1 também perdeu a proposta exclusiva de esportividade neste segmento.

Grade dianteira ficou maior e agora está unida (Divulgação/Quatro Rodas)

A tradicional grade de duplo rim continua lá, só que maior e unida. Já os faróis têm aspecto zangado e o capô ficou mais curto por conta dos motores transversais.

O tamanho continua praticamente igual antes: 1 cm menos no comprimento (4,32 m); 3,4 cm mais na largura (1,79 m); 1,3 cm mais na altura, ainda que por consequência da maior distância em relação ao solo (1,43 m) e redução de 2 cm no entre-eixos (2,67 m).

O ponto negativo nessa mudança de tração é que o motorista precisará meio metro a mais para dar uma volta sobre o próprio eixo: antes eram 10,9 m e agora 11,4 m.

Motor transversal permitiu capô mais curto e mais alto (Divulgação/Quatro Rodas)

Mas é preciso lembrar que também há argumentos racionais que justifiquem essa mudança, como 3 cm extras para pernas e 20 litros no bagageiro, que tem 380 litros.

Agora é mais fácil entrar na cabine graças às portas maiores, ainda que o acabamento continue com materiais macios ao toque e peças bem encaixadas por todos os lados.

E, além de central multimídia mais intuitiva, o Série 1 tem opção de comandos por gestos, quadro de instrumentos digital, head up display e teto solar panorâmico.

Dimensões da carroceria continuam praticamente iguais às do antecessor (Divulgação/Quatro Rodas)

Por enquanto, a versão topo de linha do hatch é justamente esta: M135i xDrive. Com motor 2.0 turbo de 306 cv, ele briga (na Europa) com VW Golf R e Mercedes-AMG A35.

E mais uma vez a esportividade perdeu espaço nesta terceira geração. Afinal, no finado M140i havia um propulsor de seis cilindros em linha, dois a mais que o atual.

Uma vantagem no caso das versões com tração xDrive é o sistema integral capaz de enviar até metade do torque ao eixo traseiro sempre que foi necessário aderência.

Cabine manteve bons materiais de acabamento e peças bem encaixadas (Divulgação/Quatro Rodas)

Os engenheiros alemães desenvolveram um eixo traseiro capaz de compensar a tendência para sair de frente, comum em veículos de tração dianteira e muita potência.

O hatch também recebeu o mesmo sistema de controle de tração que estreou no elétrico i3 e que foi aplicado pela primeira vez em um BMW com motor a combustão.

“O ARB inicia correções antes da perda de aderência e define quanto torque pode ser enviado às rodas antes que elas patinem”, diz Peter Langen, diretor de desenvolvimento dinâmico.

Quadro de instrumentos digital será oferecido pela primeira vez no modelo (Divulgação/Quatro Rodas)

Bom… esse era o objetivo, mas não deixamos de sentir alguma perda de tração na dianteira, especialmente em acelerações bruscas, algo natural com tanto torque a baixas rotações.

Depois, em estradas sinuosas e com pouca aderência (inclusive com chuva), o sistema merece elogios por sempre atuar de modo pouco intrusivo e suave, porém eficiente.

Essa atuação discreta faz aumentar a confiança do motorista com o passar dos quilômetros, ao contrário do diferencial central, que gera “forças” no volante que não existiam no 140i.

Câmbio automático tem oito marchas (Divulgação/Quatro Rodas)

Agora dá para notar uma separação maior entre os modos de condução disponíveis, com mais diferenças entre os extremos opostos Comfort e Sport, por exemplo.

Esse é um ponto muito positivo, já que alguns modelos vendidos atualmente têm alterações tão pequenas entre os modos que o motorista sequer se sentir motivado a utilizar.

Obviamente, é na opção mais agressiva que o M135i realmente se encontra, com direção mais direta (a relação é 14:1, contra 15:1 das opções menos potentes), suspensão mais firme (e 1 cm mais baixa na opção M) e câmbio automático de oito marchas com trocas mais rápidas.

Espaço para pernas cresceu, apesar do entre-eixos menor (Divulgação/Quatro Rodas)

Vale lembrar que a unidade que dirigimos estava equipada com a suspensão adaptativa, que é oferecida como opcional na Europa, o que aumenta ainda mais a mudança de personalidade.

Quando há condições para isso, o Série 1 consegue ser um carro eficaz e com desempenho realmente impressionante, com promessa de zero a 100 km/h em menos de 7 segundos.

Se o ronco do motor não é tão empolgante, o modelo tem alto-falantes que tentar compensar esse defeito, ainda que parece mais artificial acima dos 4.000 rpm no modo Sport.

Porta-malas ganhou 20 litros de capacidade (Divulgação/Quatro Rodas)

No fim das contas, dá para dizer que esse Série 1 tem comportamento esportivo igual ao do antecessor com tração traseira? Na verdade, não, já que ele não tem movimentos laterais tão valorizados por motoristas que preferirem uma condução mais agressiva.

E há outro problema, já que a divisão de peso não é mais ideal (50/50) como antes e que foi motivo de orgulho da BMW por tanto tempo. Agora, 58% está na dianteira.

Mas esse carro consegue ser muito competente quando se trata da dinâmica e deverá agradar pelo menos 80% dos futuros motoristas. Já os outros 20% deverão esperar pelo sucessor do Série 2 na versão mais potente, que respeitará a tradição de tração traseira da marca.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

29 MAR

Ford convoca Ranger para recall; acúmulo de folhas secas pode causar incêndio

A Ford anunciou um recall envolvendo unidades de modelos de 2012 a 2019 da Ranger, todas equipadas com motor a diesel. Há risco de incêndio pelo acúmulo de folhas secas na parte inferior dos veículos. De acordo com a marca, pode ocorrer um acúmulo de vegetação seca na travessa da transmissão, próximo ao sistema de exaustão que gera altas temperaturas. Por esse contato, existe a possibilidade de incêndio. Para corrigir o problema, a Ford instalará uma proteção... Leia mais
29 MAR

Daimler e Geely se unem para produção do novo Smart na China

A alemã Daimler, controladora da Mercedes-Benz, e a chinesa Geely, proprietária da Volvo, anunciaram uma parceria global de partes iguais com foco na linha Smart. O modelo passará a ser feito na China a partir de 2022, quando terá uma nova geração 100% elétrica. De acordo com as marcas, a joint-venture foca na expansão da produção do subcompacto para atender à demanda global por veículos elétricos. Com isso, a Mercedes-Benz ficará responsável pelo desenho do Smart,... Leia mais
29 MAR

Treze dicas valiosas para transportar bagagem com segurança no seu carro

Ponha as malas menores e maleáveis por cima, tentando agrupar para não haver vãos entre as peças (Divulgação/Renault)Feriado ou fim de semana. Chegou a hora de colocar a família no carro e pegar a estrada. Mas será que o porta-malas dará conta de acomodar toda a bagagem?Para garantir que a viagem transcorra sem danos ou dores de cabeça, basta ficar ligado nas dicas a seguir:Fique atento à capacidade de carga do carro – a informação está no manual do proprietário. Saiba que... Leia mais
29 MAR

Longa Duração: Renault Kwid roda mais suave após trocar amortecedores

Nosso Kwid ficou muito mais na mão após troca dos amortecedores dianteiros (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Condenado pela rede Renault durante a terceira revisão, o par de amortecedores dianteiros do Kwid foi substituído às vésperas do fechamento da edição anterior. Agora a gente conta como o carro ficou com a suspensão renovada.“Antes da troca, passar por ruas esburacadas com o Kwid era sinônimo de muito barulho na cabine. Nas curvas, dava para sentir claramente a tendência da... Leia mais
28 MAR

Versão inédita do Renault Kwid nacional estreia antes na Colômbia

As principais mudanças estão no para-choque dianteiro (Divulgação/Renault)Boa notícia: o Renault Kwid Outsider, versão aventureira topo de linha do hatch, já começou a ser fabricada no Brasil. A má notícia: não é para nosso bico (por enquanto).O modelo, que já foi até fotografado no Brasil, começou a ser vendido na Colômbia nesta semana. Por lá ele se posiciona no topo da gama, algo que deve se repetir por aqui.Versão Outsider deverá ser posicionada no Brasil acima da... Leia mais
28 MAR

Mercedes 600: o carro unanimidade entre artistas, ditadores e o Papa

Rainha Elizabeth II e o Príncipe Philip em Munique a bordo do Mercedes 600 Landaulet, 1966 (Divulgação/Mercedes-Benz)O que o Saddam Hussein, David Bowie, Pablo Escobar e o Papa Paulo VI tinham em comum? O gosto refinado para carros. Eles fazem parte do rol de personalidades que tiveram um exclusivíssimo Mercedes 600 à disposição na garagem.Versão Pullman tem 3,9 m de entre-eixos (Divulgação/Mercedes-Benz)Lançado em 1963, o Mercedes 600 foi o carro mais luxuoso e caro do mundo em... Leia mais